Setor de alimentação animal enfrenta desafios

A especulação no mercado financeiro, a crise na oferta de insumos e o crescimento mundial têm se tornado desafios importantes para o setor de alimentação animal. Acostumado com um cenário estável até meados de 2007, o empresariado se surpreendeu com um novo panorama a partir do segundo semestre do ano passado. O Sindicato Nacional das Indústrias de Alimentação Animal (SINDIRAÇÕES) prevê um período de readaptação do setor, que agora enfrenta o fim da era do alimento barato.

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A especulação no mercado financeiro, a crise na oferta de insumos e o crescimento mundial têm se tornado desafios importantes para o setor de alimentação animal. Acostumado com um cenário estável até meados de 2007, o empresariado se surpreendeu com um novo panorama a partir do segundo semestre do ano passado. O Sindicato Nacional das Indústrias de Alimentação Animal (SINDIRAÇÕES) prevê um período de readaptação do setor, que agora enfrenta o fim da era do alimento barato.

De acordo com o diretor executivo do Sindirações, Ariovaldo Zanni, é preciso repensar a cadeia de suprimentos no modelo contemporâneo. "Enfrentamos problemas como a queda nos estoques globais de grãos, crescimento econômico e populacional em todo o mundo, escassez de terra e água, competição dos grãos com o etanol e o forte impacto das alterações climáticas. Isso sem contar a especulação financeira, que tem afetado fortemente o setor", afirma.

O diretor executivo do Sindirações destaca que "o mercado de alimentação animal é bastante dependente do suprimento externo. Por isso há necessidade de um plano de desenvolvimento da produção de insumos nutricionais em território nacional, proposta encaminhada pelo Sindirações ao Ministério da Indústria e Comércio", explica.

Durante o ano de 2007, o setor importou mais de 800 milhões de dólares em vitaminas, aminoácidos e outros aditivos e produziu cerca de 54 milhões de toneladas de ração. Em 2008, a produção será de 59 milhões de toneladas de ração e mais de 2 milhões de toneladas de suplementos minerais para pecuária de corte, o que movimentará mais de 1,2 bilhões de dólares em importações.

"Tamanha movimentação exige agilidade no fechamento de contratos e rápida autorização de embarques, conforme a moderna dinâmica logística, uma vez que o Brasil compete em um ambiente contemporâneo caracterizado pela escassez e profunda competição global", afirma Zanni. "Já conseguimos dar o primeiro passo, que foi a aprovação da Linha Verde, procedimento que tornou mais rápido o desembaraço aduaneiro de algumas mercadorias."

O setor tem lançado mão das ações alternativas a fim de conviver com o novo patamar de custo do milho, farelo de soja, aditivos, e crescer mais de 10% novamente em 2008. A estimativa é mobilizar quase 20 bilhões de dólares em matérias-primas, contra os 13 bilhões de dólares do ano passado, influência do crescimento orgânico da produção, do aumento real dos preços dos ingredientes e da desvalorização do dólar americano.

Tabela 1. Produção de Rações Completas, em mil toneladas.

Figura 1

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As informações são do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal, adaptadas e resumidas pela Equipe Agripoint.
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Silas Fernandes
SILAS FERNANDES

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/08/2008

A curto prazo, a única saída para o produtor é reduzir o volume produzido. Em uma ponta, os custos de alimentação continuarão elevados. Na outra, salvo pressões da indústria e do varejo, o mercado não está absorvendo a matéria prima disponível. Também, a indústria está sendo incapaz de entrar mais agressivamente no mercado externo. Lá fora os preços podem não estar em alta, mas as oportunidades de ganho de mercado são enormes. Como presuntos desse sanduiche, e desorganizados que somos, sobrou pra nós.
Huberto Itelvã Rockenbach
HUBERTO ITELVÃ ROCKENBACH

LAJEADO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/08/2008

Não bastasse o produtor receber bem menos pelo litro do leite, o mesmo depara com custos elevadíssimos de insumos para alimentação animal e de plantio de culturas de verão como milho e pastagens. O pior de tudo isso é que as coisas quando estão ruins, a tendência é piorar. Que fase!
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