Secretaria da Agricultura cria grupo de trabalho para acompanhar efeitos da estiagem no RS

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) criou um grupo de trabalho para acompanhar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul, que já dura seis semanas e está prejudicando produtores rurais. O secretário em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, solicitou à Emater um acompanhamento aprofundado da situação da safra do milho e da soja.

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A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) criou um grupo de trabalho para acompanhar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul, que já dura seis semanas e está prejudicando produtores rurais. O secretário em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, solicitou à Emater um acompanhamento aprofundado da situação da safra do milho e da soja. “São colheitas que impactam também a produção de carne e leite”, justifica. De acordo com Rodriguez Júnior, trata-se da estiagem mais severa dos últimos sete anos. O diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri disse que milho, tabaco e soja são as plantações mais afetadas.
 
A criação de um grupo de trabalho havia sido reivindicada por entidades do setor, como a Fetag. A federação encaminhou, nesse domingo, um ofício aos governos federal e estadual pedindo atenção especial aos agricultores familiares. Segundo o secretário-geral da Fetag, Pedrinho Signori, o objetivo é manter as informações atualizadas por meio de acompanhamento técnico. “A cada dia que passa, o estrago fica muito grande”, observa, citando prejuízos na produção de grãos e na cadeia do leite. Nesta quinta-feira, às 14h, no auditório da Famurs, prefeitos, secretários e outros gestores municipais se reunirão para verificar demandas e problemas que o Estado está enfrentando com a falta de água. Depois de estabelecer o levantamento de perdas, o documento será enviado aos governos estadual e federal.
 
Conforme a MetSul Meteorologia, a região mais crítica é a Metade Sul e o Leste do Rio Grande do Sul. A meteorologista Estael Sias afirma que a diminuição de chuvas é normal nesse período. “O problema é que houve resfriamento de parte do Oceano Pacífico próximo à América do Sul. Quando esfria mais do que o normal, a chuva diminui e há frio tardio”, esclarece. A meteorologista prevê que a situação não irá melhorar tão cedo. “Para recuperar esse solo, o ideal seria mais de 200mm de precipitação, e por vários dias seguidos”, afirma. A Defesa Civil já emitiu alertas meteorológicos. Até agora, nove municípios gaúchos decretaram situação de emergência, segundo a Defesa Civil.
 
Produtor vê "clima de deserto"
 
Além de prejudicar o cultivo de grãos, a estiagem começa a ser sentida também na produção de leite. Produtor de Boa Vista do Cadeado, na região Noroeste, Rafael Hermann afirma que as chuvas estão escassas desde novembro, com raras pancadas. A situação das pastagens, segundo Hermann, está “precária”, o que compromete a nutrição dos animais. A produção diária da propriedade caiu de 1,2 mil para 600 litros e “tende a diminuir mais”, conforme o produtor. O clima fez com que os açudes secassem. Hermann teve de pedir auxílio para a prefeitura, que enviou uma máquina para fazer limpeza de nascentes. “É bem semelhante a um clima de deserto”, descreve o produtor, que conta com 45 animais e teme uma elevação ainda maior dos custos da atividade.
 
Segundo o gerente técnico adjunto da Emater, Jaime Ries, os prejuízos à cadeia do leite ainda estão sendo mensurados. Ele alerta, porém, que a situação não é generalizada em todo o Estado. Entre as orientações ao produtor, estão fornecer sombra para os animais e disponibilizar pastoreio durante a noite. Conforme o especialista, as raças criadas no Rio Grande do Sul são muito suscetíveis ao estresse térmico. O cenário alerta para a necessidade de irrigação para culturas de pastagem, que segundo Ries é um investimento viável para o produtor de leite.
 
As informações são do Correio do Povo.
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