Seca segura oferta no PR e RS, mas produção deve subir

Publicado por: MilkPoint

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No Paraná, a produção de leite tem variado de acordo com a região. No geral, permanece praticamente estável. De acordo com agentes do setor, a estiagem foi intensa, e com isso, a produção de forragens ficou abaixo do esperado para esse período, quando normalmente começa a haver um aumento da produção de pastagens de inverno.

Com o atraso das chuvas, alguns produtores não conseguiram plantar forrageiras, ou tiveram uma produção mal desenvolvida. Em casos de propriedades de menor tecnificação, houve redução da produção de leite frente ao mesmo período do ano passado, devido a menor quantidade de forragens para alimentar o gado. Segundo agentes do setor leiteiro, em algumas regiões a produção ficou cerca de 10% abaixo do mesmo período do ano passado.

Em outros casos, a produção leiteira não teve muito impacto da má formação de forragens, visto que o uso da silagem como alimento ajudou a evitar perdas.

Em regiões produtoras mais tecnificadas, houve aumento de produção em virtude do planejamento de partos para esse período, o que elevou o número de vacas em lactação. Como nesse ano o inverno não foi tão rigoroso, as baixas temperaturas não chegaram a impactar tanto na produção de leite. De acordo com Sérgio Aparecido Gonçalves, agente de captação de um laticínio na região de Umuarama (noroeste paranaense), a produção está aumentando, registrando alta de cerca de 10% frente ao ano passado.

A expectativa dos agentes de mercado é de um aumento de produção gradativo no estado. Além da tendência de aumento de oferta, o mercado no Paraná tem sido pressionado também pela importação de produtos de países vizinhos, como o Paraguai, de acordo com Gonçalves.

Segundo ele, os preços dos produtos paraguaios chegam mais baixos no estado, como é o caso do leite longa vida, comercializado entre R$ 0,94 e R$ 0,98 por litro, enquanto que o brasileiro está aproximadamente a R$ 1,15/l. No entanto, ainda não se sabe sobre o volume que está sendo importado dos países vizinhos e o quanto esse fator está influenciando o mercado paranaense.

De acordo com Ronei Volpi, do Conseleite, a tendência é de estabilidade dos preços em virtude do equilíbrio da oferta - regiões com maior e menor produção, em função da estiagem. (Veja notícia completa sobre as previsões de preços para julho do Conseleite).

No Rio Grande do Sul, a produção de leite aumentou nos últimos quinze dias, sendo observado um acréscimo de 6% a 7% por semana, de acordo com Jeremias Henrique Koppe, técnico agropecuário de um laticínio na região de Porto Alegre. Em relação a junho, a oferta é cerca de 10% maior, de acordo com agentes do setor.

No estado gaúcho, o mercado também está sendo pressionado pela entrada de produtos estrangeiros, principalmente do Uruguai e da Argentina, segundo Koppe. O presidente da Comissão do leite da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), Jorge Rodrigues, disse que as informações ainda não foram confirmadas, sendo que há uma discussão e identificação desses dados. O fato é que, segundo Rodrigues, não foi identificado ainda um volume alto de importação, a ponto de interferir no mercado local.

Segundo ele, a expectativa é de estabilidade de preços e de produção no estado, que se mantém em níveis normais para a época do ano. A produção está estável em relação ao volume observado em junho, mas está cerca de 10% acima do mesmo período do ano passado, em virtude da menor oferta nesse período de 2005 em virtude de uma estiagem mais intensa.

Além disso, afirma Rodrigues, se observa uma manutenção dos preços pagos pelos consumidores no varejo, o que se pressupõe que os valores obtidos pelos produtores gaúchos deverão também se manter no próximo mês. Outros agentes apontam ainda a seca e menor produção em outros estados para uma provável estabilidade no mercado lácteo.

Para Koppe, por outro lado, a expectativa é de queda dos preços para os próximos meses. Ele disse ainda que algumas empresas já reduziram entre 2 e 3 centavos por litro para os pagamentos em junho.

Aline B. Ferro, da Equipe MilkPoint
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Faquini
FAQUINI

CURITIBA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 26/07/2006

No Paraná, a seca está extremamente rigorosa, em algumas cidades está faltando água, o racionamento é uma realidade.

As pastagens para o gado estão bastantes ruins, secas, e o capim está com baixo teor nutritivo. Tanto a quantidade como a qualidade do leite, está sendo prejudicada.

Um aumento substancial da matéria-prima, só será possível com a chegada de chuvas, e em quantidade significativa.
Ideno Pietrobelli
IDENO PIETROBELLI

TAPEJARA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 26/07/2006

Na região de Água Santa, Tapejara e inclusive Erechim (RS), a produção de leite em junho foi 20% superior à de maio, comparando-se média diária com mesmo número de produtores. Já para este mês, até o dia de ontem (25/07), o aumento da produção diária em relação a junho já chega a 12%.

Não havendo mudanças significativas, especialmente no fator clima, deveremos ter aumentos na produção para agosto e também setembro, se caracterizando como uma grande safra de leite. Na região, o clima para pastagens está muito favorável, aliado ao grande número de parições para o período, e o acelerado investimento em compra de matrizes que se verifica, mesmo com possibilidades reais de queda nos preços praticados a nível de produtor.

Ideno Pietrobelli
Gerente de Política Leiteira
UNIBOM Laticínios
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