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Seca no Nordeste muda planos de empresas e eleva preço de alimento

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 17/11/2015

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Em sua pior crise de abastecimento dos últimos 50 anos, o Semiárido brasileiro, que compreende parte do Nordeste e norte de Minas Gerais, deve enfrentar em 2016 o quinto ano seguido de seca. A estiagem prolongada, particularmente mais crítica nos Estados de Pernambuco e Ceará, contribui para alta dos preços dos alimentos na região e obriga o setor produtivo a buscar alternativas para driblar a falta de água.

Bruno Girão, dono da fabricante de leite cearense Betânia, prevê uma queda de 8% na captação no Ceará por conta da estiagem em 2016. O Estado representa 60% do leite que abastece a Betânia e, para compensar a retração estimada desde já, a empresa está desviando o foco para produtores de Sergipe e Bahia, Estados menos afetados pela seca. "Há uma preocupação muito grande em relação a 2016. Nossa esperança é a transposição do São Francisco começar a trazer água em outubro", diz o empresário, que também está investindo R$ 1 milhão em plantação de canteiros de palma para pasto.

O fenômeno El Niño começará a arrefecer nos primeiros meses de 2016, mas de forma bastante lenta. Há, portanto, mais de 80% de chance de continuar prejudicando as chuvas no Nordeste do país, alerta o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Marcelo Seluchi, coordenador de operações e modelagem do Cemaden, diz que a situação não é nada otimista. Até janeiro, período máximo para o qual o órgão faz projeção climática, há 40% de chance de chover abaixo do normal, 35% de chover dentro do normal e apenas 25% de chover acima da média, o que seria necessário para recarregar os reservatórios, cuja situação se deteriora desde 2012. De lá para cá, o nível dos reservatórios do Nordeste caiu de 48,9% para 20,6%, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).


O El Niño provoca o aumento da temperatura do oceano Pacífico na faixa equatorial e, consequentemente, mudanças na ocorrência das chuvas. O fenômeno começou este ano, no quarto ano de seca no Nordeste, dificultando ainda mais a recuperação dos açudes da região. Dos 496 existentes, 324 estão com nível abaixo de 30%. Com nível acima de 90%, são apenas 32 reservatórios. 

Em Pernambuco, o nível dos reservatórios era de 35,6% em novembro de 2012 e agora é de 14,6%, de acordo com a ANA. No Ceará, no mesmo período, passou de 53,4% para 14,5%. A situação mais confortável é a da Bahia, onde o volume dos reservatórios chegou a 45,9%, melhor que os 32,7% em 2012. "Se não vier um ano bom, ou vários anos bons, esses reservatórios vão secar", diz Wesley Gabrieli de Souza, especialista em recursos hídricos da ANA.

A estiagem prolongada está contribuindo para inflação de alimentos na região. Em Pernambuco, o setor de hortaliças registrou em outubro preços 30% superiores ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa/PE), por conta das safras menores.

"A oferta está bastante comprometida, embora não haja desabastecimento. Os preços não sobem mais porque a demanda está desaquecida", diz Marcos Barros, chefe de informação de mercado do Ceasa/PE. "Todo o setor produtivo está desarranjado, o que contribui para a inflação."

Para André Mavignier, chefe do serviço de monitoramento hidrológico do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), o período invernoso de 2016 no Semi-árido (fevereiro a junho) pode ser até pior do que o deste ano, por conta do El Niño.

O Dnocs administra 319 reservatórios no Semi-árido. Os níveis na Paraíba (9,57%), Pernambuco (17,7%), Ceará (11,46%) e Rio Grande do Norte (10,22%) são consideradas "irrisórios" por Mavignier. A situação no Ceará é mais grave porque as reservas se concentram principalmente em dois reservatórios, Castanhão e Orós. "Todo o volume de água fica em apenas 2 das 11 bacias hidrográficas do Estado", explica o responsável pelo monitoramento hidrológico.

Confirmado o quinto ano de seca, o colapso de abastecimento pode chegar à Fortaleza. O açude que abastece a capital cearense, gerido pelo Dnocs, está com apenas 13% da capacidade preenchida. Desde 2012, foram construídos apenas dois açudes pelo Dnocs, ambos no Estado do Ceará. Não deu tempo de enchê-los, porque não choveu. Se não houver recarga, a previsão do Dnocs é que toda a água acumulada nos açudes no Ceará acabe em setembro.

De acordo com o Ministério da Integração, 1.023 municípios nordestinos estão em estado de emergência por conta da estiagem, ou seja, dependem de carros-pipa para o abastecimento de água.

As informações são do Valor Econômico.

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