SC ainda tem gado da raça flamenga

A Epagri de Lages (SC) mantém o único rebanho registrado do país da raça flamenga. No centro experimental da Serra, um rebanho de 19 cabeças é o único remanescente da espécie que foi muito valorizada até o início dos anos 60 e depois substituída pela raça holandesa, devido ao seu maior rendimento leiteiro.

Mas a flamenga tem maior resistência a serra catarinense. Devido a essa característica, a Epagri quer recuperar o plantel no estado. A intenção é aumentar o número de animais através da difusão de embriões em vacas de aluguel.

O engenheiro agrônomo Edson Martins disse que produtores dos municípios de Anita Garibaldi e de Cerro Negro estão interessados em usar vacas de outras raças para servirem de portadoras dos embriões da matriz flamenga. "Pretendemos criar uma opção de rendimento através desse animal, adequado à pequena propriedade pelo fácil manejo e resistência".

A vaca pode alcançar cerca de 18 litros de leite por dia. A holandesa chega a 40 litros. Porém a qualidade em proteínas e gordura da bebida produzida por uma flamenga é superior. Essa característica, segundo Martins, serve de diferencial no mercado. "Esse gado também tem bom rendimento de carne. O aproveitamento de carcaça pode variar de 58% a 60%, volume excelente para um gado criado em pastagem", ressaltou o agronômo.

"A flamenga tem grande potencial de rendimento, sem a necessidade de suplementação alimentar. Isso gera menos custo para o criador", destacou o chefe da estação da Epagri em Lages, Sadi de Souza.

Fonte: Diário Catarinense (por Diego Rosa), adaptado por Equipe MilkPoint