Sadia faz oferta para comprar Perdigão

Publicado por: MilkPoint

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A Sadia faz hoje uma oferta pública voluntária para a aquisição de 100% das ações da Perdigão, para que a empresa possa ser incorporada, numa estratégia para enfrentar grandes concorrentes internacionais e uma eventual desnacionalização do setor de aves e suínos no Brasil.

Segundo notícia publicada no Valor, a Sadia está ofertando, até 24 de outubro, R$ 27,88 por ação da Perdigão, valor que equivale à cotação média dos papéis da empresa na Bovespa nos últimos 30 dias mais um prêmio de 35%. Pelo total de 133,957 milhões de ações da Perdigão, a Sadia oferece R$ 3,723 bilhões. Os acionistas da Perdigão terão pouco mais de 90 dias para decidir sobre a proposta.

A oferta deveria ter sido publicada na terça-feira, mas a alta nas ações da Perdigão na última semana, com indícios de vazamento da operação, fez com que a oferta fosse antecipada.

Walter Fontana Filho, presidente do conselho de administração da Sadia, negou que a oferta seja "uma atitude defensiva" por conta da recente investida no Brasil da americana Tyson Foods, maior empresa de carnes do mundo, que negocia uma joint venture com a paranaense Globoaves. Além disso, a Cargill adquiriu controle da Seara, e não esconde o desejo de crescer mais no Brasil.

"É uma atitude pró-ativa para aproveitar uma oportunidade que existe. Criar um grande grupo num setor que é estratégico para o Brasil", afirmou Fontana. Ele ainda disse que "o Brasil precisa ter empresas fortes para fazer frente a restrições sanitárias, aos subsídios."

Se concretizada a operação, a Sadia ficará entre as dez maiores empresas do país, tendo uma receita líquida de R$ 12 bilhões, segundo o Valor Data.

A pulverização das ações da Perdigão abriu caminho para a oferta da Sadia. Pelas regras do controlador da Perdigão, após a entrada do Novo Mercado da Bovespa, o interessado em adquirir 20% das ações da empresa teria de fazer a proposta pelos outros 80%.

O diretor de relações com o mercado da Perdigão, Ricardo Menezes, disse que a oferta da Sadia surpreendeu porque a empresa "não está à venda, tem um plano estratégico de crescimento e está diluindo seus riscos entrando em mercados como lácteos". Ele admitiu, porém, que, quando a assembléia de acionistas da Perdigão decidiu pela pulverização em 8 de março deste ano, sabia-se que era "um risco do Novo Mercado".

A decisão ficará nas mãos dos acionistas, que devem optar por crescer gradualmente - nos últimos anos a Perdigão cresceu 14% ao ano - ou por vender.

Segundo um analista de investimentos, a operação corre o risco de ser rejeitada porque o valor oferecido (R$ 27,88 por ação) está abaixo do preço-alvo que a maioria dos analistas tem para os papéis da empresa.

De acordo com Fontana, numa eventual aquisição não há plano para fechamento de unidades nem cortes de funcionários. Pelo contrário, o empresário acredita que a gigante poderia crescer fora do Brasil, com unidades em outros países.

No mercado interno, a eventual compra da Perdigão pela Sadia deve ser avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, já que em algumas linhas de produtos, como presuntaria e pratos prontos, a participação no mercado supera 50%.
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