Rubez: consumo pode cair nas próximas semanas

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Jorge Rubez, estima que o consumo de leite em todo o país pode cair até 10% nas próximas duas semanas por causa da denúncia de adulteração do produto na Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale), em Uberaba (MG), e na Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), em Passos (MG).

"Elas (as duas cooperativas) representam 0,5% de todo o consumo de leite pasteurizado e produzem juntas 400 mil litros por dia", informou, dizendo nunca ter visto fraude de soda cáustica e água oxigenada.

O estrago maior deve ser sentido na venda do longa vida e pasteurizado, cujo consumo aumentou de 135 litros per capita no ano passado para 140 litros neste ano (consumo total de equivalente em leite por pessoa).

Mas o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), José Nogueira, não acredita que o escândalo afetará o abastecimento, já que se trata apenas de duas cooperativas. "A orientação da Amis é que todos os supermercados retirem os produtos das marcas citadas das gôndolas imediatamente, para a segurança do consumidor", afirmou.

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) não tem ainda uma estimativa do impacto que o flagrante de adulteração pode causar no preço para o consumidor. "Como entrou um fato novo (além da seca), tem que esperar para ver como o mercado vai se ajustar", explicou a pesquisadora do Dieese, Regina Camargo.

A variação do preço do leite em setembro em relação a agosto foi de alta de 3,95%. O preço médio praticado ao consumidor foi de R$ 2,11 por litro. O gasto mensal das famílias, segundo a mais recente pesquisa do Dieese, é de 7,5 litros, uma despesa de R$ 15,83. As informações são de Helenice Laguardia e Queila Ariadne, do jornal O Tempo/MG.