RS: seca já reduz produção de leite no estado

Os prejuízos que a estiagem causou no agronegócio do Sul do Brasil continuam a crescer. No que diz respeito à produção animal, a pecuária leiteira foi uma das atividades mais atingidas no Rio Grande do Sul (RS). O nível diário de produção de leite caiu cerca de 28,5% entre agosto e dezembro do ano passado no estado. A queda na produtividade, poderá trazer certa sustentação às cotações do produto no mercado nacional. Os gaúchos tem a expectativa de que a produtividade volte a crescer a partir de maio deste ano.

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Os prejuízos que a estiagem causou no agronegócio do Sul do Brasil continuam a crescer. No que diz respeito à produção animal, a pecuária leiteira foi uma das atividades mais atingidas no Rio Grande do Sul (RS). A pecuária de corte também sofreu, mas os reflexos serão conhecidos apenas ao longo dos próximos meses, quando chegará a época de maior número de nascimentos de bezerros, segundo a Federação de Agricultura do estado (Farsul).

O nível diário de produção de leite caiu cerca de 28,5% entre agosto e dezembro do ano passado no estado. A queda na produtividade, poderá trazer certa sustentação às cotações do produto no mercado nacional. Os gaúchos tem a expectativa de que a produtividade volte a crescer a partir de maio deste ano.

Até meados do ano passado, a produção gaúcha de leite vinha crescendo mês a mês e atingiu 9 milhões de litros por dia em agosto. Em dezembro, esse nível passou para 7 milhões de litros/dia. "A estiagem dificultou o desenvolvimento das pastagens, influenciou a produtividade das culturas", avalia Jorge Rodrigues, presidente do Conselho Estadual do Leite (Conseleite) do RS. Outro motivo que levou ao baixo rendimento dos animais foi a queda nos preços do leite, a partir do segundo semestre. Esse fato, atrelado à alta de custos da ração, acabou influenciando na dieta dos animais. O uso de alimentação concentrada é importante na pecuária leiteira gaúcha, onde 80% da atividade tem como base o semiconfinamento.

Os produtores esperavam melhoria do cenário a partir de fevereiro, quando aumentaria a disponibilidade de grãos no estado com a colheita da safra e, assim, os custos seriam reduzidos. No entanto, a seca também castigou as lavouras de milho e soja. Segundo Carlos Sperotto, presidente da Farsul, as perdas contabilizadas nessas culturas são de 31% e 12%, respectivamente, de acordo com levantamento feito pelos agricultores.

Os dados foram todos apresentados à direção da Farsul, na sexta-feira passada (23), por 60 sindicatos que envolvem produtores do agronegócio no estado. "Agora a expectativa de que a produção de leite volte a crescer passa para o final de maio, época da safrinha", acrescenta Rodrigues.

O recuo dos preços do litro de leite pagos ao produtor no segundo semestre do ano passado se intensificou após o estouro da crise financeira global. A partir de outubro, as exportações sofreram queda e, se já havia excedente de produção no mercado interno, a situação se agravou, pressionando mais ainda os preços ladeira abaixo. Para pagar os custos, segundo o Conseleite/RS, o litro teria de valer entre R$ 0,60 e R$ 0,64.

De acordo com informações fornecidas pelo pesquisador Gustavo Beduschi, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Rio Grande do Sul atingiu o segundo lugar no ranking dos estados brasileiros fornecedores de leite no mercado formal. O estado vem logo depois de Minas Gerais e forneceu fatia de 17% dos 14,352 bilhões de litros captados no País. Os mineiros forneceram 28%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o acumulado entre janeiro e setembro de 2008. A tendência é de estabilidade de preços para o próximo pagamento.

A matéria é de Érica Polo, publicada no Diário do Comércio & Indústria, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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