RS: produtores e indústrias tentam negociação

O baixo valor do leite recebido das indústrias reuniu ontem em Ijuí, no noroeste do Estado, centenas de produtores de diversas regiões. Pela manhã, os produtores se reuniram no Parque Municipal de Exposições Wanderley Burmann para discutir propostas que aumentem o lucro na produção leiteira. Em seguida, os manifestantes saíram em caminhada até a unidade de processamento de leite da Perdigão.

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O baixo valor do leite recebido das indústrias reuniu ontem em Ijuí, no noroeste do Estado, centenas de produtores de diversas regiões. Pela manhã, os produtores se reuniram no Parque Municipal de Exposições Wanderley Burmann para discutir propostas que aumentem o lucro na produção leiteira. Em seguida, os manifestantes saíram em caminhada até a unidade de processamento de leite da Perdigão. No trajeto, a rodovia Ijuí-Carazinho (BR-285) ficou paralisada em um trecho de um quilômetro por quase uma hora. A Polícia Rodoviária Federal desviou o trânsito para evitar transtornos aos motoristas.

Uma comitiva da Fetag foi recebida por dirigentes da empresa. O diretor de relações institucionais, Ricardo Menezes, informou que o preço base a ser pago pelo litro em novembro será o mesmo de outubro com viés de alta. "Não é o que o produtor desejava", reconheceu o presidente da Fetag, Elton Weber. A federação não descarta novas ações.

Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Elton Weber, ficou acertado que, a partir do próximo dia 20, as empresas negociarão preços melhores com os produtores. "Há um ano, o preço mínimo recebido era de R$ 0,45. Hoje, é de R$ 0,30. Nesse tempo, os insumos subiram, e o custo de produção supera R$ 0,50 por litro. Se isso continuar, os produtores vão desistir da atividade", declarou Weber, que participou do protesto no noroeste gaúcho.

Conforme o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat), Darlan Palharini, as indústrias também são favoráveis à melhoria nos preços pagos aos produtores. "Nos últimos dias, já não se vê promoção de leite UHT nos supermercados. Isso é um indício de que o consumo está melhorando e, conseqüentemente, os preços no campo podem melhorar", declarou.

As informações são dos jornais Zero Hora/RS e Correio do Povo/RS, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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valdinei grapiglia
VALDINEI GRAPIGLIA

CONSTANTINA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/11/2008

A alguns meses atrás nós produtores e envolvidos com a cadeia produtiva de leite, estávamos felizes com alguns produtores ganhando cerca de R$0,80/litro de leite, os produtores menores ganhando cerca de R$0,60/ litro. Enquanto isso, nas prateleiras dos supermercados o leite era comercializado a mais ou menos R$ 2,30/ litro (e a mídia descendo o pau! Onde ela está agora?). Bem, na média aqui no Sul o leite baixou nestes últimos meses R$0,30/litro, então quem ganhava R$ 0,80 hoje ganha R$ 0,50.

Faço uma pergunta: e na prateleira, hoje, quanto está o litro de leite? Promoções a R$1,10, tenho visto leite a R$ 1,50, se fizermos uma média destes dois valores chegamos a R$1,30. Não sei se estou sendo claro no meu objetivo, mas analisemos juntos. Qual a diferença de R$ 2,30 (a alguns meses atrás) para R$1,30(atualmente)? R$ 1,00 (dá pra acreditar!). Sendo bem objetivo, quero dizer que tenho certeza que da porteira pra fora ninguém está tendo prejuizos e que em épocas de entressafra esta diferença de R$1,00 está indo pro bolso das empresas, supermercados, etc, pois o custo operacional é aproximadamente o mesmo, o custo da caixinha também e por ai vai; enquanto que em dois ou três meses no máximo o produtor ganha R$0,80 e no resto do ano amarga prejuízos. Como podemos definir isto? Acho que sacanagem é pouco!
Francisco Hercilio da Costa Matos
FRANCISCO HERCILIO DA COSTA MATOS

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/11/2008

Precisamos modernizar o Parque industrial de Leite - melhorar a qualidade da matéria-prima, melhorar a logística de captação, melhor a eficiência dos laticínios com mais produtividade no processamento, mais "queijo", mais leite-em-pó, mais iogurte por litro de leite captado. Criemos a Normativa 51 - o produtor paga a conta. Precisamos melhorar a portabilidade do leite fluido, mais comodidade para dona-de-casa, mais adequação mercadológica, fomentemos o Longa-vida - o produtor paga a conta...

Precisamos exportar, escoar o "excedente" do mercado interno, mas o câmbio não está muito legal; não tem problema - o produtor paga a conta...

Precisamos ampliar o consumo per capita, difundir o hábito saudável, consumir mais leite, prevenir osteoporose. Façamos uma campanha arrojada de marketing - chama o produtor que ele paga a conta...

Precisamos ampliar competitividade das indústrias processadoras, o mercado global assim o quer, precisamos favorecer as fusões/incorporações, mas falta recursos para o incorporador - não tem problema: o produtor paga a conta...

Precisamos "morrer pela pátria" da cadeia produtiva, ter uma visão integrada de cadeia, um arranjo institucional hodierno - chama o produtor para morrer por nós, porque afinal ninguém aqui é Besta!

Chega! Chega! Já me dei por morto, liqüidei o plantel de vinte e um anos de seleção. "Até um dia, até talvez, até, quem sabe."
Qual a sua dúvida hoje?