RS: preços ao produtor indicam reação

O Rio Grande do Sul tem sido cenário de várias manifestações de produtores rurais. O motivo é o descontentamento dos produtores de leite em função do preço recebido pelo litro do produto. O agravante seria a diferença de valores entre o preço mínimo (recebido pelos pequenos produtores) e o valor médio dos pagamentos.

O estado, responsável por 13,25% do volume captado no país no primeiro semestre, sofreu uma queda acentuada na produção no último mês, em função da falta de pastagens - os pastos de inverno estão maduros e houve um atraso no início das pastagens de verão - e do desestímulo dos produtores, que reagiram aos baixos preços diminuindo a suplementação alimentar e, conseqüentemente reduzindo a produção. Existe também uma maior competição por matéria-prima, em função do estabelecimento de novas indústrias.

Para o mês de novembro (pagamento do leite de outubro), fontes do setor indicam que já houve recuperação de 3 a 4 centavos por litro, ao produtor. Esse aumento refere-se principalmente aos produtores que recebiam o valor mínimo, bem abaixo da média sugerida pelo Conseleite (Conselho Estadual do Leite). Para o próximo mês (leite entregue em novembro), agentes do setor acreditam em novo reajuste, em torno de mais 4 centavos. O mercado spot também mostra recuperação de preços.

Como resultado das reivindicações, lideranças dos produtores esperam que as indústrias utilizem a tabela de preços projetada pelo Conseleite para definição do preço pago ao produtor, principalmente no que se refere ao pagamento de pequenos produtores (preço mínimo). A próxima reunião do Conseleite será realizada dia 24/11, às 14 horas.

Agentes do setor consultados pelo MilkPoint acreditam que a pior fase tenha passado e que, para os próximos meses, a situação deve tomar fôlego, baseada na queda de produção, manutenção de preços no varejo, com recuperação dos preços do longa vida e queijos.

Equipe MilkPoint