RS: mercado em alta reduz oferta de animais

A valorização do leite e a tendência de aumento de demanda devido a novas fábricas no Rio Grande do Sul está afetando a oferta e procura de animais no estado. Há mais gente querendo comprar, mas pouca gente quer vender.

Um exemplo da procura acentuada é o produtor em Carlos Barbosa, Lauro Bondan. Ele recebe cerca de 20 telefonemas por semana de gente querendo comprar vacas. Porém, ele não pretende vender porque vai manter a produção.

Outro exemplo do aquecimento do mercado é a Gensur, que trabalha com genética leiteira no Uruguai e tem uma cabanha de holandês em Passo Fundo. "No ano passado inteiro, negociamos cerca de 700 novilhas. Neste ano, já superamos isso e podemos até chegar aos 3 mil animais que vendemos em 2003", informou o proprietário da Gensur, Martín Artucio.

E o reflexo direto da procura são preços mais altos. "Há um ano, uma vaca jersey PC (pura por cruza) saía entre R$ 1 mil e R$ 1,4 mil. Hoje, vale de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil", destacou o presidente da Associação de Criadores de Gado Jersey no Estado, José Flávio Vieira.

Segundo o presidente da Associação de Criadores de Gado Holandês do Estado, José Ernesto Ferreira, uma vaca que custava de R$ 2 mil a R$ 3 mil em 2006, hoje vale de R$ 2,5 mil a R$ 3,5 mil.

Para o proprietário do laticínio e Cabanha Bom Gosto, Wilson Zanatta, os negócios internos não serão capazes de suprir a nova demanda por leite que surge. Zanatta acredita que a importação de vacas do Uruguai e da Argentina é fundamental para o Rio Grande do Sul aumentar em até 4 milhões de litros por dia a sua oferta de leite, conforme a capacidade projetada pelas fábricas a serem inauguradas por Nestlé , CCGL e Embaré. As informações são de Sebastião Ribeiro, em reportagem para o Zero Hora/RS.