RS: mercado deve expandir com cinco novas fábricas

O mercado leiteiro gaúcho deve expandir nos próximos meses. Isso porque já foi anunciada a instalação de uma planta da Nestlé no estado, e mais outras quatro empresas fabricantes de lácteos. No Vale do Rio Pardo, a atividade já começa a ganhar força com iniciativas para a diversificação de áreas cultivadas com tabaco.

O estado produz, diariamente, cerca de cinco milhões de litros de leite, e a demanda pelo produto deverá ser ampliada dentro de um ano, quando deve começar o processo de secagem para elaboração de leite em pó.

Segundo o coordenador do Programa Estadual para o Desenvolvimento do Setor Lácteo (Prodelact), Darcy Bitencourt, as previsões indicam que deve haver falta de leite para ser processado pelas indústrias. "As fábricas vão precisar de pelo menos quatro milhões de litros, mas ainda existe a necessidade de produto para abastecer outros estados", destaca. O Rio Grande do Sul exporta 60% da sua produção.

Com procura maior do que a oferta, a tendência é de que ocorra desabastecimento de leite em algumas regiões, caso não sejam adotadas medidas de estímulo à produção. O alerta foi apresentado por Bitencourt durante o Seminário do Leite, realizado terça-feira em Candelária. Diante desse cenário, ele destacou que os municípios do Vale do Rio Pardo teriam condições de ampliar a produção para abastecer as unidades.

Para isso, afirmou, é necessário associar três fatores: o interesse do produtor, os incentivos do poder público e a demanda industrial. "Todo o Estado tem condições de produzir leite e as tendências são promissoras", apontou.

No ano passado a oferta aumentou 17,54% no Estado, garantindo uma oferta de 1,9 bilhão de litros anuais. Esse crescimento não seguiu o ritmo do consumo e acabou derrubando os preços. "Mas com a Nestlé, Embaré, CCGL, Coorlac e Cosulati a exigência será maior que a oferta e por isso deve haver a reversão do cenário."

Fonte: Gazeta do Sul