RS: Granja 4 Irmãos poderá investir mais na atividade

Após iniciar um projeto de produção leiteira na Granja 4 Irmãos, no Rio Grande do Sul, em novembro do ano passado, Sérgio Martins de Oliveira, diretor da empresa, se diz satisfeito com os resultados e pretende avançar na atividade. A Granja 4 Irmãos tem na rizicultura sua principal atividade, possuindo a marca de arroz Tio João.

Conforme abordado pelo MilkPoint no início do ano passado, a Granja 4 Irmãos tinha como projeto investir na atividade leiteira em 2005. A fazenda planta anualmente 6000 hectares de arroz irrigado, além de ser responsável pelo abate de 5500 novilhos de corte por ano, confinados em pastagens e, considerando que dois terços da área de arroz ficava em pousio durante o ano, a área poderia ser usada para a produção de pastagens.

O projeto deu certo. A meta de Oliveira era, após 3 anos, chegar a uma produção de 12.500 litros diários, com 500 vacas em lactação. De acordo com ele, atualmente o grupo já está muito próximo a esse número: produz cerca de 10 mil litros diariamente, a partir da ordenha de 440 vacas. Até dezembro deste ano, serão mais 170 vacas para parir.

Segundo Oliveira, é esperada uma produção de 13 a 14 mil litros diários até o final deste ano, a partir de aproximadamente 600 vacas em lactação.

A produtividade obtida surpreendeu as expectativas de Oliveira. No início do projeto, a intenção era de obter de 15 a 17 litros diários por vaca, mas a empresa já alcançou os 22 litros/vaca/dia, apesar de todas as vacas serem de primeira cria. Além disso, o percentual de animais a serem descartados em função da baixa produtividade ficou aquém do previsto.

Serão feitos também alguns ajustes, de acordo com Oliveira, como a alteração da capacidade do equipamento de ordenha para dois turnos de 8 horas, e um descarte de animais com baixa produção.

O próximo passo será um estudo da implementação de um terceiro turno de 8 horas, se a empresa conseguir otimizar o equipamento. Sendo assim, podem chegar entre 750 e 800 animais.

Na propriedade, existem três agro-vilas com toda a infraestrutura para a lavoura de arroz: moradias, energia elétrica, estradas, canais de irrigação, tratores, equipamentos, escritório, oficinas, etc. Portanto, a nova atividade - leite - ajudou a diluir os custos fixos. "Assim, será mais fácil pensar em fazer um novo módulo de produção perto de cada uma destas agro-vilas, como foi o primeiro", afirmou Oliveira.

Foi dada a oportunidade de trabalho às esposas dos funcionários da lavoura, na leiteria (atualmente 12 mulheres estão trabalhando), e o resultado está sendo satisfatório. A mão de obra feminina nesta atividade, segundo Oliveira, tem grandes vantagens: maior atenção, maior cuidado com os detalhes, higiene, paciência, entre outras qualidades.

Ele diz ainda que nenhuma das funcionárias tinha experiência na atividade, sendo treinadas através de cursos de operação dos equipamentos e manejo com o rebanho.

Oliveira está ainda otimista quanto à probabilidade de crescimento da demanda crescente no mercado gaúcho nos próximo anos, em função da instalação de novas indústrias no estado. Segundo ele, haverá um estímulo na cadeia produtiva do leite, além da perspectiva de aumento de exportações.

Fonte: Equipe MilkPoint