RS: expectativa de aumento de 8% da produção

Segundo notícia de Ana Borges para o DCI, a estimativa é de que a produção de leite cresça 8% este ano no Rio Grande do Sul. Além do estímulo de aumento da demanda das novas fábricas no estado, o movimento é causado pela crise dos grãos, que reduziu a rentabilidade dos produtores e provoca a diversificação da produção, com maior procura por novas opções que possam representar maior rentabilidade.

Para o presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas (AGL), Ernesto Krug, o aumento da demanda por leite também tem um lado negativo. "Caso os produtores não consigam atender todas as empresas, muitas podem quebrar, prejudicando os preços no futuro", argumenta.

A política de preços é uma das principais reivindicações do setor. "Em muitos casos, os preços não conseguem nem cobrir os custos de produção. Nos últimos três meses houve queda de R$ 0,05 por litro em algumas regiões do estado", reclama o secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Elton Weber.

As condições para o atendimento da demanda dependem de financiamento, assistência técnica e preços. "O Rio Grande do Sul produz mais do que consome. A atividade só é rentável com as exportações para outros estados ou para o exterior", afirma.

Krug diz que a tendência este ano é de que os preços não sejam tão bons como 2005, mas também os produtores não operarão no prejuízo. A perspectiva é de que a exportação brasileira fique ao redor de 1% da produção deste ano. O presidente da AGL espera que, com a melhora do câmbio, no longo prazo as exportações atinjam entre 5% e 7%.