Um das mais tradicionais empresas de laticínios no Rio Grande do Sul, a Mu-Mu anunciou nesta sexta-feira (28) que encerrou a produção de leite UHT da marca no país. No ano passado, a companhia foi incluída na lista de empresas que comercializavam leite fraudado, o que havia sido revelado em uma operação do Ministério Público Estadual. A Mu-Mu assegura, porém, que o fim da atividade está relacionado exclusivamente a uma "decisão estratégica", e não à investigação.

Segundo a empresa, desde janeiro o maquinário e os insumos referentes aos processos de produção do leite UHT na planta localizada em Viamão já estavam desativados. A companhia ressaltou que, apesar da medida, a produção de doce de leite Mu-Mu, um dos principais produtos na empresa, será mantida na mesma unidade industrial.

Cerca de 70 pessoas trabalhavam na linha de produção de leite UHT. Todos ganharam a opção de pedir transferência para uma fábrica na Avenida Assis Brasil, em Porto Alegre, onde é produzida a linha de bebidas da Vonpar, atual proprietária da Mu-Mu.

Ao explicar o esquema de fraudes detectado no ano passado pela Operação Leite Compen$ado, o Ministério da Agricultura detalhou que desde 2007, há fiscalização periódica por parte do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para atestar a qualidade do produto. A partir de junho de 2012, o SIF começou a detectar a presença de formaldeído nas amostras de leite cru em alguns postos de refrigeração no estado.

Em 2013, o laboratório do Ministério em Pedro Leopoldo (MG) confirmou a presença da substância em seis lotes da marca Italac pertencente à Goias Minas, em Passo Fundo. A partir deste resultado, foram coletadas amostras de todos os leites UHT produzidos no Rio Grande do Sul. A Mu-mu contava na relação de marcas em que a adulteração foi identificada.

Na ocasião, a empresa divulgou uma nota na qual afirmava que "atende a todos os requisitos e protocolos de testes de matéria prima exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento". No texto constavam outros esclarecimentos: "A investigação do Ministério Público está concentrada no transporte entre o produtor leiteiro e os postos de resfriamento, onde o produto fica armazenado antes da entrada em nossa fábrica. A empresa permanece à disposição do MP e MAPA, no que for solicitado". 

As informações são do G1 RS