Reação da China aos EUA pressiona cotação da soja

O anúncio de Pequim de que a China vai impor tarifas retaliatórias de 5% a 10% sobre um total de US$ 75 bilhões em compras de produtos americanos - que elevará a taxação sobre a soja dos EUA a 30% - pressionou as cotações do grão na última sexta-feira na bolsa de Chicago. Os papéis com vencimento em novembro caíram 12,25 centavos de dólar, para US$ 8,565 por bushel. Parte das tarifas chinesas entrarão em vigor em 1º de setembro e o restante em 15 de dezembro, mesmas datas definidas pelo presidente Donald Trump para a aplicação de taxas sobre US$ 300 bilhões em produtos da China.

Ao Valor, o analista Karl Setezer, da consultoria Agrivisor, disse que, ao mesmo tempo em que a notícia foi recebida com preocupação pelo mercado, as compras chinesas de soja americana já estão bem menos expressivas. "O maior peso vem do que isso significa para os negócios daqui para frente, que passam a ser menos prováveis. Isso, sim, é preocupante". Segundo ele, além de elevar de 25% para 30% as tarifas sobre a soja americana, a retaliação chinesa eleva de 62% para 72% as taxações sobre a carne suína dos EUA, afastando também o interesse chinês pelo produto.

As informações são do jornal Valor Econômico.