| Nota MilkPoint: O estudo foi elaborado com informações à partir do ano de 2006. Apesar dos preços internacionais e domésticos estarem atualmente em queda, o relatório trata de uma previsão para o setor a médio e longo prazos. |
Um futuro promissor espera o setor de lácteos do Brasil, graças em grande parte ao crescimento do mercado doméstico, ao desenvolvimento do mercado de exportação e ao alto potencial de aumento na produção de leite no Brasil, concluiu um novo relatório do Rabobank.
O desempenho econômico do Brasil deverá permanecer como o principal direcionador do crescimento no mercado doméstico. Além disso, a posição internacional do país é reforçada pelo tenso balanço global entre oferta e demanda de produtos lácteos, que não somente tem levado a firmes preços internacionais, mas também, tem criado uma janela de oportunidades para o Brasil impulsionar seu papel como um importante exportador de produtos lácteos.
O ambiente de altos preços lácteos internacionais e previsão de altos preços locais dos lácteos no varejo deverão apoiar os preços ao produtor no Brasil a níveis acima da tendência média de longo prazo durante os próximos dois anos.
Com os preços internacionais dos produtos lácteos atingindo seus níveis recordes em 2006-07 e mostrando sinais de permanecerem acima de seus níveis históricos, o Rabobank acredita que a atual tendência estimulará a expansão da produção e a entrada de novos participantes no comércio internacional de lácteos.
Para os processadores com foco nas exportações, a potencial emergência de um setor de lácteos brasileiro internacionalmente mais dominante apresenta uma ameaça, bem como oportunidades, disse o analista do setor de lácteos do banco com sede em Utrecht, Holanda, Mark Voorbergen. A principal ameaça está no foco de exportação do Brasil, que tem nos últimos anos crescido em locais que têm sido há décadas importantes destinos de exportadores tradicionais, como Oriente Médio e África.
"A principal oportunidade pode ser encontrada na relativa imaturidade do mercado brasileiro local, principalmente nos níveis de consumo de iogurtes e queijos, que ainda é muito baixo. Isso cria oportunidades interessantes para os processadores internacionais quererem investir localmente, trazendo seus padrões relativamente altos de qualidade e capacidades de comercialização para o desafiador ambiente de produção do Brasil".
Enquanto a Nova Zelândia, a União Européia (UE) e a Austrália continuam dominando o mercado mundial de exportações de lácteos, durante os últimos cinco anos, os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil exibiram um aumento maior nas exportações líquidas de lácteos, seguidos por Ucrânia e Uruguai. No entanto, o Brasil mostra um dos melhores grupos de características para ser um dos vencedores no acesso à demanda internacional de lácteos.
Apesar das oportunidades criadas pelos ambientes de mercado atuais, os desafios permanecem. Os desafios de curto prazo incluem equilibrar o aumento na oferta de leite para a demanda internacional e o consumo local. Além disso, o aumento nos níveis nos preços mundiais dos lácteos estimulará não somente a produção de leite brasileira, mas também, outras importantes regiões fornecedoras de leite do mundo, consequentemente intensificando a competição no mercado internacional.
"Nos desenvolvimentos de longo prazo, é necessário tomar medidas para modernizar partes do setor, aumentar a produtividade, expandir a produção de leite e produtos lácteos, para obter padrões internacionais na qualidade do produto e se tornar um parceiro confiável no comércio internacional", disse o analista do setor de lácteos da divisão do Rabobank de São Paulo, Paulo Carletti.
Além disso, o setor está ainda desenvolvendo um sistema mais efetivo de acordos entre os processadores e produtores para garantir qualidade e consistência na oferta de leite, que é essencial se o setor quiser aproveitar todo o seu potencial.
As informações são do próprio Rabobank Group, adaptadas e traduzidas pela Equipe MilkPoint.
