De acordo com o fundador do Queijo D’Alagoa-MG, Osvaldo Martins de Barros Filho, o mercado para o queijo artesanal é crescente. Por mês, são comercializadas pela empresa cerca de duas toneladas de queijos pela internet e 500 quilos na loja física, localizada em Alagoa. Os principais mercados atendidos são São Paulo e Rio de Janeiro.
“O queijo artesanal vem sendo cada vez mais reconhecido no mercado. Este ano, adquirimos uma fazenda, em Alagoa, com 11 hectares e a 1.600 metros de altitude. Nosso plano é construir uma queijaria nova para ampliar, a princípio, em cerca de 10% a nossa produção. O projeto é construir uma queijaria com maturação subterrânea”, explicou.
Ainda conforme Osvaldo, as obras da nova queijaria devem ser iniciadas em meados do primeiro semestre de 2020, logo após o período das chuvas. A expectativa é começar a produção no segundo semestre. “A altitude da fazenda permite a produção de um queijo de características únicas. Além de produzir o queijo, a ideia é que a queijaria também passe a integrar as visitas da Rota do Queijo e do Azeite, o que vai estimular o turismo”, explicou.
A Rota do Queijo e do Azeite foi idealizada por Osvaldo com o objetivo de estimular o turismo na região. O roteiro inclui a visitação em fazenda, em uma queijaria, em um plantio de oliveiras e degustação. Os visitantes também conhecem a loja do Queijo D’Alagoa-MG, onde podem comprar diversos produtos da região, incluindo os queijos premiados e de outros produtores da região. A rota é considerada fundamental para movimentar a economia da cidade, gerar empregos e renda.
Um dos pontos que vem interferindo de forma negativa na Rota do Queijo e na comercialização dos produtos são as condições precárias da Rodovia MG-188, que não foi totalmente asfaltada.
“A rodovia começou a ser asfaltada em 2007 e as obras foram interrompidas duas vezes, a última em 2013. A rodovia tem 38,5 quilômetros e 6,5 quilômetros não foram asfaltados. Os turistas reclamam do acesso, e encontramos dificuldades de escoar a produção. É um gargalo que precisa ser solucionado”, destacou.
Certificação
Uma ação que está em desenvolvimento e que beneficiará os produtores de queijo do município é o reconhecimento da região como produtora de queijo artesanal. De acordo com o fundador do Queijo D’Alagoa, o pedido para reconhecimento da região já foi feito junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Atualmente, estão sendo realizados estudos de caracterização, mapeamento e levantamento de documento.
Todo o processo vem sendo desenvolvido junto à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), ao IMA e à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
“O reconhecimento do queijo artesanal de Alagoa será muito importante para atestar a qualidade, as características únicas e para agregar valor ao produto. Em Alagoa, são 135 produtores que poderão passar pela certificação. É uma segurança para o produtor e para os consumidores”, explicou.
Mesmo que ainda não reconhecida oficialmente como região produtora de queijo artesanal, a produção do município ganhou visibilidade com os prêmios conquistados pelo Queijo D’Alagoa, incluindo prêmios internacionais. O queijo conquistou medalha de prata em 2019 e bronze em 2017 no Mondial du Fromage, na França.
A maior visibilidade e a qualidade dos queijos da região têm contribuído para a valorização do produto final, que antes era comercializado entre R$ 10 e R$ 15 e hoje é vendido acima de R$ 30 por peça. O preço mais valorizado garante renda e condições dos produtores investirem nos processos e na melhoria do rebanho.
As informações são do Diário do Comércio.