Projeto de pesquisador visa produção do leite sem proteína que causa alergia

A vaca produzir o leite sem uma proteína que causa alergia ao ser humano é o desafio do pesquisador Luiz Sérgio de Almeida Camargo.

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A vaca produzir o leite sem uma proteína que causa alergia ao ser humano é o desafio do pesquisador Luiz Sérgio de Almeida Camargo. Nascido em Itapeva (SP), o médico veterinário integra um projeto na Embrapa cuja meta é oferecer um produto mais saudável para o consumidor.

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Todo esse estudo gira em torno de uma bezerra, nascida em janeiro do ano passado na Embrapa de Minas Gerais. O animal é o resultado de um projeto de edição gênica para promover um "nocaute" no gene responsável pela produção de uma proteína existente no leite de vaca.

Essa proteína é chamada de beta-lactoglobulina. Ela é considerada o principal alergênico no leite de vaca.

“Usamos a edição gênica para impedir a expressão do gene. Desse modo, esse animal não produziria no leite a beta-lactoglobulina”, comenta.

Segundo Luiz, pós-doutor pela Universidade Davis, na Califórnia, ainda é preciso fazer a confirmação final se esse animal realmente terá as mutações que impedem a expressão desse gene da proteína. “Precisamos esperar que esse animal cresça, passe por gestação e, assim, venha a produzir leite”, ressalta.

Figura 1A bezerra é criada na sede da Embrapa Gado de Leite em Minas Gerais — Foto: Arquivo Pessoal

Tolerância ao calor

O estudo relacionado ao leite serviu como modelo para os pesquisadores da Embrapa atingirem novos alvos. O próximo passo será aumentar a tolerância ao calor de raças bovinas termosensíveis.

“A nossa ideia é promover modificações no genoma encontrado em outras raças bovinas termotolerantes, capazes de aguentar o calor, e promover essas mesmas modificações em animais termosensíveis”, diz Luiz.

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Os pesquisadores pretendem trabalhar com duas raças de bovinos. Uma delas é a holandesa, considerada uma grande produtora de leite, mas muito sensível ao calor.

A outra é a Angus. A raça produz uma carne de ótima qualidade, mas também é sensível às altas temperaturas.

“Se conseguirmos promover a modificação do genoma desses animais para que se tornem mais tolerantes ao calor, a gente vai estar contribuindo para o aumento tanto na produção quanto na qualidade, não só do leite, como também da carne”, ressalta.

“Eu nasci em Itapeva. Vivi muito tempo no campo, passei a adolescência no campo. A expectativa é trazer esse benefício para o produtor rural, que trabalha duro e também para o consumidor”, diz Luiz.

De acordo com o médico veterinário, todos esses estudos dependem da disponibilidade de recursos financeiros. “Não são projetos curtos. Entre os 9 meses de gestação, até o bezerro crescer e produzir leite leva de 3 a 4 anos”, detalha o pesquisador.

“O objetivo é melhorar a produção, a qualidade do alimento, reduzir alergênicos, utilizar menos recursos naturais. E ainda contribuir para que o alimento chegue à mesa do consumidor com maior qualidade e a um preço mais acessível”.

As informações são do G1.

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