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Com investimentos previstos da ordem de R$ 1 milhão, a Embrapa Agroindústria Tropical, baseada em Fortaleza, vai a campo entre agosto e setembro para implementar o projeto 'Valorização do Queijo Coalho Produzido na Região Nordeste' por meio da indicação geográfica. A Embrapa participa com R$ 360 mil, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) com R$ 200 mil e o restante está sendo negociado com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).O projeto, que tem prazo aproximado de três anos, mas oferece condições de resultados ainda nas etapas intermediárias, vai assegurar a fabricação de um produto de qualidade - com normas de sanidade e práticas de fabricação determinados -, possibilitando a conquista de novos mercados e preços competitivos.
No Nordeste, segundo o diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio de França, existem cerca de 2,2 milhões de pequenos e médios produtores lácteos. Desse total, entre 80% e 90% "pelo menos em algum momento trabalham com o queijo coalho". Segundo o diretor-executivo, a iniciativa vai permitir, no futuro, trabalhar outros derivados como manteiga e iogurtes.
De acordo com reportagem de Adriana Thomasi, da Gazeta Mercantil, apenas a região de Garanhuns (PE) embarca para o Centro-Sul mais de dez caminhões do produto por semana. "A produção de queijo coalho vem se mantendo, pois existe mercado consolidado", observou.
Mas além do consumidor não saber de onde vem o queijo, alguns produtos fabricados em outros estados também adotam a denominação coalho, mesmo sem ter as mesmas características. "Isso é quase uma apropriação. Sudeste e Centro-Oeste têm excelentes produtos, mas o queijo coalho é tipicamente nordestino", afirmou França.
A Embrapa quer ainda detectar o potencial de diferentes bacias leiteiras do Nordeste eleitas pelo Ministério da Agricultura e Vigilância Sanitária, as quais serão mapeadas, permitindo uma resposta mais efetiva de produção. Num primeiro momento, serão trabalhadas as bacias de Garanhuns e de Jaguaribe.
Com a metodologia aplicada à denominação de origem, a exemplo do que ocorre no Vale dos Vinhedos, serra gaúcha, e com os queijos franceses, a idéia é garantir proteção ao coalho, que tem berço no Nordeste e características diferenciadas.
