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Produtores conhecem benefícios da integração de gado de leite com florestas

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 03/12/2018

6 MIN DE LEITURA

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Cerca de 80 produtores da região de Terra Roxa/PR, participaram em 22/11 de um dia de campo sobre sistema silvipastoril, uma das estratégias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O evento aconteceu na propriedade de Gilmar Munhão que, junto com um vizinho, tem 13,8 hectares de eucalipto com gado de leite implantados em 2013.
 

Foto: Katia Pichelli
 
O produtor atesta os benefícios do sistema: “antes, se você soltasse o animal aqui, na hora do sol quente, iam procurar a única árvore que tinha e não comiam o pasto. Hoje, você solta e eles se espalham pelo pasto. O lucro com o primeiro desbaste também foi compensador”, relata Munhão. “Além disso, notamos uma redução de infestação de moscas e carrapatos”, completa.
 
Neste dia de campo, as estações abordaram: gestão da atividade leiteira; produção de madeira; controle de formigas cortadeiras e manejo da pastagem. Para Ivan Decker Raupp, Gerente da Regional de Toledo da Emater/PR, a região tem potencial de expansão de uso para o sistema: “temos mais de 20 mil produtores de leite na região e esse evento se insere muito bem no sentido de trazer boas práticas de produção sustentável para a produção leiteira, aliada à produção florestal”.
 
O produtor rural Yoshio Konno já trabalha com sistema silvipastoril e atesta os benefícios: “o bem-estar animal hoje é muito importante para a produção e é perceptível a diferença entre os animais que são criados no sistema silvipastoril e no sistema antigo. Produz mais, tem bem menos problema de mastite, casco, produção. É um sistema que tende a crescer entre os produtores de leite”. Konno buscou no dia de campo informações sobre como dar continuidade ao sistema quando as árvores atingem o ponto de colheita final. “Não posso eliminar as árvores e ficar sem a sombra, então vim pegar orientações de como fazer. O produtor rural hoje tem que buscar conhecimento. Não pode ficar parado no tempo”, atesta.
 
Na estação que abordou a produção de madeira, o engenheiro agrônomo e analista Emiliano Santarosa, da Embrapa Florestas, e o coordenador estadual de produção vegetal da Emater/PR, Amauri Ferreira Pinto, orientaram os produtores sobre os benefícios do sistema e os cuidados que precisam ser tomados. “Quando o sistema é implantado, são necessários alguns cuidados, como o plantio em curvas de nível visando a conservação do solo e água, a utilização de espaçamentos e arranjos recomendados pela pesquisa e realizar o manejo correto das árvores, como a adubação e a proteção do renque de plantio com cerca elétrica, para evitar possíveis danos do gado sobre as mudas”, orienta Santarosa.
 
Depois, práticas como desrama (poda) e desbaste ajudam no manejo do sistema, de forma que as árvores não prejudiquem o desenvolvimento da pastagem e continuem proporcionando o conforto térmico aos animas. Ainda segundo Santarosa, “a desrama também auxilia na obtenção de madeira de maior qualidade, pois evita a formação de nós na madeira, o que é bastante valorizado pelas serrarias, além de proporcionar maior entrada de luminosidade no sistema. Enquanto o desbaste, além de proporcionar renda antecipada da madeira pela colheita de parte das árvores e auxiliar no controle da intensidade de sombreamento, também ajuda na produção de toras de qualidade a longo prazo, pela diminuição da competição entre as árvores remanescentes.
 
Segundo Amauri Ferreira Pinto, o Paraná tem demanda para cerca de 800 mil hectares de plantios florestais a mais do que já existe plantado no estado, que atualmente tem sido suprida com a compra de madeira em outros estados e até outros países. “Os sistemas silvipastoris podem ajudar a suprir parte desta demanda. O primeiro manejo da parte arbórea, por exemplo, paga toda a implantação no sistema. O mercado existe e a tecnologia é dominada pela pesquisa e pela extensão, em auxílio aos produtores interessados”, analisa Amauri. “Além disso, os sistemas silvipastoris são uma inovação tecnológica que trazem benefícios para proteção de solo, conservação, produção de forrageiras, aliado à produção de madeira de qualidade”, completa.
 
A estação sobre controle de formigas cortadeiras abordou a principal praga que ataca esse tipo de sistema. Anderson Pezzatto, da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, e Anderson Biani, da Agroceres, orientaram os participantes sobre como monitorar e combater este tipo de praga. Segundo Pezzatto, “as formigas cortadeiras são um problema de fácil controle, mas o produtor rural precisa entender o processo. É muito comum cometer o erro de não dimensionar corretamente o formigueiro e calcular errado a forma de controle”. Atualmente, o uso de isca formicida tem sido a técnica com o melhor custo-benefício, pois tem custo baixo e o produtor não tem contato com produtos químicos. “Existem formas corretas de usar a isca e conseguir um controle efetivo, mas é um problema que o produtor sempre tem que estar de olho”, analisa Pezzatto.
 
Luiz Roberto Faganello, extensionista da Emater/PR, trabalhou o tema “manejo de pastagem” com os produtores rurais. “Se o produtor manejar a árvore corretamente, não tem problema com o pasto. Na medida certa, a sombra  ajuda. No sistema silvipastoril, um contribui com o outro”. Análise e correção de solo, adubação na época correta, ponto certo de entrada e saída do gado na pastagem foram pontos tratados por Faganello. “Acertando estas questões, é sucesso na certa”, afirma.
 
Gelson Hein, da Emater/PR, ao trabalhar o tema “gestão da atividade leiteira na propriedade rural”, afirmou que que existem fatores que devem ser observados para comprovar o sucesso do sistema. “São animais que produzem mais leite, existe uma melhora dos índices reprodutivos, menos problemas de saúde e maior longevidade”, afirma. 
 
Sistema silvipastoril
 
O sistema silvipastoril conjuga a produção pecuária e florestal em uma mesma área e ao mesmo tempo. É uma atividade que traz diversos benefícios, tais como conforto térmico ao gado, com reflexo direto na produtividade do rebanho; sequestro de carbono, auxiliando na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas; e um novo produto para a propriedade rural: a madeira. 
 
Projeto Bioeste Florestas
 
O dia de campo em Terra Roxa faz parte do Projeto Bioeste Florestas, coordenado pela Embrapa Florestas, com a parceria da Emater/PR, Itaipu Binacional e CIBiogás.
 
O projeto Bioeste foi criado para dar bases mais sólidas ao plantio de árvores para a produção de energia no Oeste do Paraná. A região tem importância estratégica na produção de grãos e de proteína animal. Estas cadeias produtivas necessitam de biomassa florestal para energia térmica, seja na secagem de grãos, nas caldeiras das agroindústrias, no aquecimento de aviários ou em outras atividades do agronegócio. Essa demanda por biomassa de madeira contrasta com a baixa tradição da região em plantios florestais com fins produtivos e ganha importância com o déficit dessa biomassa, que aumenta na mesma medida do crescimento do setor agroindustrial local.
 
Segundo o coordenador do projeto, o pesquisador João Bosco Gomes, da Embrapa Florestas, “os sistemas silvipastoris são mais focados na produção de madeira para outros fins, como serraria, por exemplo, mas achamos importante trazer também esta opção de renda aos produtores da região”. “Fazemos nossos ensaios, experimentos, identificamos resultados e os dias de campo nos ajudam a trazer estes resultados para os produtores”, completa João Bosco. “A ILPF está ganhando cada vez mais espaço na pecuária nacional, em especial pela sustentabilidade dos sistemas”, finaliza.
 
As informações são da Embrapa Florestas.

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