Produtores de leite de Portugal reclamam programa europeu de redução voluntária da produção

"No contexto excecionalmente dramático desta pandemia, esperamos que o Governo português defenda, perante a União Europeia, a redução voluntária da produção apresentada pelo European Milk Board [EMB ou Conselho Europeu do Leite, que representa os produtores de leite em 15 países europeus], em que os produtores que produzem menos na situação atual do que no mesmo período do ano passado receberiam um bónus por litro de leite não produzido", sustenta a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) em comunicado.

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“No contexto excecionalmente dramático desta pandemia, esperamos que o Governo português defenda, perante a União Europeia, a redução voluntária da produção apresentada pelo European Milk Board [EMB ou Conselho Europeu do Leite, que representa os produtores de leite em 15 países europeus], em que os produtores que produzem menos na situação atual do que no mesmo período do ano passado receberiam um bônus por litro de leite não produzido”, sustenta a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) em comunicado.

Segundo recorda, “este programa já foi brevemente implementado, com sucesso, em resposta à crise dos laticínios em 2016”.

No comunicado, os produtores de leite portugueses manifestam “toda a solidariedade e apoio" aos congêneres europeus que hoje se manifestam em vários países da Europa, coordenados pelo EMB, propondo um programa de redução voluntária da produção de leite a nível europeu face à redução do consumo de produtos lácteos provocada pela pandemia do Covid19 e às dificuldades de exportação.

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Conforme alerta a Aprolep, “esta situação pode ser ainda mais grave para os produtores de leite portugueses, porque ocorre depois de 10 anos com o preço do leite ao produtor sempre abaixo da média comunitária”.

Conforme salienta, nos últimos dois meses com dados disponíveis (fevereiro e março de 2020) Portugal registou “o pior preço” do leite ao produtor entre os 27 Estados da Europa, com 0,304 euros por quilograma, “quatro cêntimos abaixo da média comunitária”.

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“Para agravar este contexto difícil – acrescenta a associação - algumas centenas de produtores portugueses, no continente e nos Açores, foram já notificados por vários compradores sobre descida do preço do leite, face à dificuldade em dar escoamento a produtos de valor acrescentado, nomeadamente, queijo, que deixou de ser vendido na restauração”.

Considerando que as medidas, recentemente, anunciadas pela União Europeia de apoio à armazenagem privada de queijo ou leite em pó “são claramente insuficientes, porque se está apenas a empurrar o problema para a frente, sem resolver os atuais desequilíbrios entre oferta e procura a nível europeu”, a Aprolep sustenta que “nem o armazenamento privado, nem a intervenção impedem a superprodução”, limitando-se a armazenar excedentes “que poderão afetar ainda mais negativamente o mercado português”.

No atual contexto difícil, a associação renova o “apelo à escolha de produtos lácteos nacionais por parte dos consumidores portugueses, bem como à solidariedade e partilha de esforços da indústria e distribuição”, de forma que a crise econômica de setor lácteo “não seja apenas assumida pelos produtores”.

As informações são do Açoriano Oriental.

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