Preços têm o menor reajuste desde janeiro/08

Segundo pesquisa realizada pelo Cepea, da Esalq/USP, os aumentos do preço do leite pago ao produtor começaram a perder força em junho - referente ao leite entregue em maio -, com exceção do estado de São Paulo. Na média dos sete estados, laticínios pagaram R$ 0,7633 por litro (bruto), sem descontar frete e 2,3% de CESSR. Tal valor representa aumento de 0,96% sobre a média do mês anterior e é a menor variação mensal desde janeiro deste ano.

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Segundo pesquisa realizada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os aumentos do preço do leite pago ao produtor começaram a perder força em junho - referente ao leite entregue em maio -, com exceção do estado de São Paulo. As médias de três estados subiram, a de outros três se mantiveram praticamente estáveis e a de um, caiu. Na média dos sete estados, laticínios pagaram R$ 0,7633 por litro (bruto), sem descontar frete e 2,3% de CESSR. Tal valor representa aumento de 0,96% sobre a média do mês anterior e é a menor variação mensal desde janeiro deste ano.

O reajuste aos produtores paulistas em junho foi de 3,64%, ligeiramente acima dos 3,52% registrados no mês anterior. Com isso, a média estadual chegou a R$ 0,805/litro, a maior deflacionada desde setembro de 2007. No Rio Grande do Sul e na Bahia, os aumentos foram de 1,59% e 1,23%, respectivamente. Já em Minas Gerais, Paraná e em Santa Catarina os reajustes das médias mensais foram inferiores a 0,5%, sendo que em duas regiões mineiras as variações foram mesmo negativas em relação a maio. Em Goiás, a média recuou 0,58%, mas o preço absoluto ainda é o segundo maior: R$ 0,78/litro.

Quanto ao volume captado por laticínios/cooperativas, em maio houve redução de 3,13% frente a abril, segundo o Índice de Captação de Leite (ICAP-L), do Cepea. Mesmo assim, o volume ainda é 25,59% superior ao de maio de 2007. No estado de São Paulo, de abril para maio, houve a queda mais acentuada, de 6,74%, ao passo que, em Goiás, a diminuição se limitou a 0,29%.

Para o próximo pagamento, 56% dos compradores (representantes de laticínios/cooperativas) consultados pelo Cepea, que representam 78,5% do leite captados pelos entrevistados, acreditam que haverá queda nos preços - no mês passado, 20% apostam em queda para junho. A expectativa de outros 41%, que representam 21,2% do leite, é de estabilidade - na consulta anterior, 56% acredita em estabilidade para junho - e somente 3% (0,3% do leite) prevêem aumento de preços - contra 24% no mês passado.

O principal motivo da mudança de sentimento em plena entressafra parece ser o comportamento dos derivados, cujos preços não têm acompanhado os reajustes aos produtores. Enquanto o leite ao produtor teve aumento de mais de 22% (estado de SP) na comparação de junho deste ano com o mesmo mês do ano passado, para os derivados, o aumento médio foi de 9,1% (também no estado de SP). Aos produtores, essas informações são um indicativo de que é necessário reforçar a atenção com os custos de produção.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - MAIO/08. (Base 100=Junho/2004)

Figura 1

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em JUNHO de 2008, referente ao leite entregue em MAIO.

Figura 2

Tabela 2.Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

Figura 3

Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

Figura 4
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Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 10/07/2008

Com a devida venia do Ilustre Colega, Durval Miranda Junior, de Gurupi- TO, se ele realmente é um produtor de Leite, sabe tanto quanto eu e os demais verdadeiros produtores, que produzir leite é bem diferente de produzir alface, tomate, galinha/frango, etc, que dentro de 30/60 dias, está bom entra, está ruim sai. Ora, leite é trabalho de décadas, forma-se rebanho, faz-se estrutura, programa-se comida(silagem/capineiras/canaviais), tem empregados/familias que direta ou indiretamente dependem de seu negócio, imagina bem, monta-se um circuito fechado, tá ruim saia da atividade.

Ora, não é por ai, e não se paga conta com teoria. Se me permite, devemos ficar, apenas, com parte de suas colocações, qual seja, a de manejo e, mesmo sem lucro, temos que administrar a crise, o rio tem duas margens, quem sabe amanhá estaremos do outro lado. Abraço a você e a todos ai do Tocantins, que produzem leite e não irão sair do ramo, mas sim administrar a crise, que vai ser passageira, não há fundamentos para baixa.
DURVAL  MIRANDA JUNIOR
DURVAL MIRANDA JUNIOR

GURUPI - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2008

É... se neste momento em que teoricamente o leite vive um dos melhores momentos de sua história, inclusive com o preço dos animais lá em cima, ainda se vê tanta choradeira, é sinal de que a coisa realmente vai mal. Acho que se nas atuais condições o produtor está insatisfeito, deve sim abandonar a atividade pois dificilmente teremos uma melhora por agora. Só fica um conselho: o produtor deve equacionar a sua produção num patamar em que, considerando a ração fornecida, ainda exista lucratividade.

Não ainda produzir sendo deficitário, pois assim quanto maior a produção maior o prejuízo. Toda atividade só se justifica sendo rentável, não sendo realmente é melhor parar. Pensar que algum dia haverá um preço que remunere o leite, de forma que todos ganhem, mesmo aqueles que têm um alto custo de produção, é uma grande ilusão.
CHRISTIAN LIMA SEVERO
CHRISTIAN LIMA SEVERO

NANUQUE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/07/2008

Meus caros Colegas Produtores de Leite,

Gostaria de discordar de algumas colocações e fazer uma análise para reflexão. Segundo o gráfico 2 apresentado no artigo, o preço pago no leite é o maior dos últimos 5 anos, então porque continuamos reclamando dos laticínios?

Na minha opinião nosso foco deveria estar voltado para o custo de produção, nós continuamos reclamando porque a nossa inflação foi muito superior à alta do leite; então sugiro que encontremos uma forma de pressionar os fornecedores de insumos para a produção, tais como os farelos para alimentação, os adubos e medicamentos. No meu caso, apesar da excelente alta no preço pago ao meu leite, a capacidade de comprar insumos, necessários para que minha fazenda se mantenha produzindo, diminuiu.

Qual a opinião dos amigos? Como podemos agir para segurar as constantes altas nos preços dos insumos que necessitamos?

Abraços a todos.
luiz prata girao
LUIZ PRATA GIRAO

FORTALEZA - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2008

A coisa é mais dificil ainda aqui no Nordeste. Uma grande indústria já baixou de uma vez 8 centavos em Pernambuco. Mais uma vez todo esforço para recuperção da bacia irá por águas abaixo. Já faliu uma vez, quase quebra os produtores. O que está acontecendo agora?
Marcos Tadeu Cosmo
MARCOS TADEU COSMO

SALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/07/2008

Muito bem,

Proponho que a primeira atitude da CNPL seja a colocada pelos colegas Aroldo e Vicente, ou seja, que silenciosamente cada um de nós e aqueles que temos contato, diminua em 10% sua produção e vejamos o que acontece. Temos que começar um movimento de proteção própria e na própria pele.

Espanta-me o Sr. Pedro Maia (UBS Pactual) afirmar que o aumento dos preços do leite foi superior ao de qualquer aumento de custos. Ou ele não compra Farelo de Soja, de algodão, caroço de algodão,sal mineral, ureia, fertilizante, desinfetantes,lubrificantes, teteiras, medicamentos etc, ou então eu estou pagando um aumento de pelo menos 35% nos insumos de uso comum, para não falar nos preços de vacas e novilhas.

O mercado realmente está estranho, pois uma garrafa de aguardente (ruim) ainda tem preço de varejo maior que o de 1 litro de leite.

Um abraço aos companheiros de lida

Marcos
Elder Marcelo Duarte
ELDER MARCELO DUARTE

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 08/07/2008

Parabenizo o Sr. Pedro Maia, por apresentar uma visão da cadeia completa.

Quanto à tendência de preços, o gráfico acima diz tudo. Estamos nos patamares mais altos dos últimos anos e o poder de compra da população não teve toda essa variação no mesmo periodo; portanto, não há mágica que faça o consumo se sustentar em patamares de preços tão altos e contínuo crescimento da produção.

Por outro lado, os produtores também têm razão quando defendem que os custos de produção, principalmente grãos, fertilizantes, diesel, etc., subiram demais.

A conta parece não fechar pra nenhum dos elos da cadeia produtiva. Faltam as opiniões dos distribuidores e varejistas. Em algum momento, essa conta precisa fechar, pois nem indústria nem produtores estarão dispostos a perder dinheiro por tempo indefinido.
Claudino Luis Pita de Oliveira
CLAUDINO LUIS PITA DE OLIVEIRA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/07/2008

Hoje só existem dois caminho imediatos para solucionar os problemas da produção leiteira no Brasil e inclusive estes caminhos se cruzam na medida que um é consequência do outro. São eles: a qualidade do leite produzido, Captado e Comercializado (a maiúscula no dois últimos é porque sempre se dá enfâse à qualidade do leite produzido, mas os outros dois momentos são esquecidos).

Pois enquanto a indústria e o mercado estiverem dispostos a processar e comercializar leite ruim e barato, a concorrência desleal e predatória vão ser as doenças que destruirão o produtor profissional. O outro caminho é a exportação; se o mercado interno se retrai, o internacional - com produtos de fácil estocagem, como leite em pó e queijos curados- pode ser uma ótimo caminho, regulando a oferta e demandas internas, garantido preços viáveis para todos os elos da cadeia.

E é aí que os caminhos se cruzam, porque para almejar o mercado externo, a busca pela qualidade vai ter que ser uma preocupação de todos, como já é em outros sistemas agropecuários, e a conseqüente profissionalização da produção um bem necessário, e isso para toda a cadeia produtiva.
Eduardo Fonseca Portugal
EDUARDO FONSECA PORTUGAL

MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/07/2008

Srs., é bastante oportuna a explanação do CEPEA sobre o atual comportamento dos preços na cadeia do leite. Vamos deixar a emoção e ser realistas com a atual conjuntura."Não existe produtor forte sem indústria forte",ao contrário de um dos comentários acima,as indústrias do setor não são organizadas! Não existe cartel, existe falta de bom senso para adotar uma política voltada a um programa de pagamento de leite por qualidade, sendo aplicado assim, ágio e deságio.

O aumento no consumo de leite e derivados chegou a sinalizar uma boa expectativa, mas logo houve retração, seja por notícias das fraudes ou mesmo pelo avanço das bebidas mistas com outros componentes(ex: sucos, leite de soja, etc). A pouca divulgação do valor nutricional do leite e seus derivados colabora para o nosso resultado pífio de consumo, não atingindo nem as recomendações mínimas da O.M.S.(Organização Mundial de Saúde).

Não quero advogar e nem tomar partido, se produtor ou indústria estão levando vantagem, mas sabemos que o consumidor determina o valor a ser pago. E as grandes redes supermercadistas, estão organizadas? R: Muito organizadas, inclusive fazendo "lob" para a queda dos preços do leite Longa Vida, produto este que ajudava a agregar valor à matéria prima, nesta época de bons preços históricos.

Para finalizar, em um jantar comemorativo (final de Junho) aqui no Oeste do Paraná, pude presenciar o desabafo do diretor executivo de uma Cooperativa central de leite, sobre o comportamento de algumas redes em não aceitarem o aumento de preços do leite e derivados, esquecendo que quem produz e industrializa teve aumento significativo com insumos, necessitando assim uma melhor remuneração em seus produtos.

O leite precisa de uma política de ganha-ganha em toda cadeia ,para uma boa sustentação do setor! Sds.
Leonardo Moreira Costa de Souza
LEONARDO MOREIRA COSTA DE SOUZA

ESTIVA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/07/2008

Os comentários do Sr. Pedro Maia, analista do UBS Pactual, não deixam de ser lógicos. Porém, indago-lhes:

E o custo dos insumos para os produtores? A soja a R$ 50,00, o milho, remédios, mão-de-obra, etc? Não deveriam justificar um aumento do preço da matéria-prima para evitar prejuízos dos produtores? Há tanta certeza que os laticínios não conversam mais sobre preços?

Historicamente sabemos que as indústrias sempre preservaram as suas margens às custas dos produtores, certamente o elo mais fraco da cadeia.

E o leite em pó no mercado internacional? Há excedentes no exterior? Se há estoque aqui, porque não exportá-lo e sanear o mercado nacional. Apesar do dólar desfavorável, o preço por tonelada parece estar alto no exterior.

Enfim, não podemos permitir que se encontre justificativa para impor prejuízo aos produtores, que pela primeira vez na história conseguem aferir um pequeno resultado com a atividade, tendo em vista que o preço do leite está um pouco menos vil.

Não, não podemos aceitar argumentos para se reduzir os preços. Esta recíproca com relação aos insumos básicos para ração, adubos, etc, além do trabalho intenso da atividade, nunca é verdadeira.

Vejam que quando o dólar subia os preços subiam, mas quando ele cai os preços não caem. Sempre existe alguma justificativa e, casualmente, ela é sempre desfavorável ao produtor.

Não há algo estranho? Será que é apenas oferta e demana? Sinceramente, não dá para acreditar.

As constantes aquisições que se materializam no segmento não indicam que a margem de lucro das indústrias seja tão ruim assim. Aliás, pelo menos ainda possuem margem. O que falar do produtor que dificilmente tem alguma margem?
Paulo Mauricio B. Basto da Silva
PAULO MAURICIO B. BASTO DA SILVA

JARAGUÁ DO SUL - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/07/2008

Acredito muito mais que precisamos buscar uma profissionalização de toda cadeia produtiva de leite do que atitudes drásticas, etc, como citada em carta anterior.

Os laticínios (queles que procuram pagar seus impostos, se preocupam com treinamento, segurança, meio ambiente, etc), têm tido ganhos pífios em função da defasagem de preços de derivados x custos de aquisição de leite.

Portanto, é necessário equilíbrio entre custo de produzir o litro de leite (produtor tem que acordar para isso), preço de aquisição e preço de derivados.

Caso contrário, vamos todos viver de promessas, expectativas, e não vamos a lugar nenhum, ou vamos sofrer bastante.
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 07/07/2008

A parte final da visão do Sr. Pedro Maia-UBS PACTUAL-ANALISTA, é a que eu tenho defendido e ponho em pratica na minha propriedade, com esta concordo em genero número e grau. E, talvez, ele, como dito pelo próprio, que não é produtor e, sim Analista, não saiba o quanto é duro você fazer uma programação de partos, "encontrar com 60% dos animais em início de lactação, entre 1 a 3 meses" e ter que reduzir e/ou subistituir uma dieta por outra mais em conta, adequando custos e, automaticamente, diminuindo a produção.

Isto pode comprometer várias coisas, notamente a fertilidade/cio. Agora, a parte que o mesmo afirma, que o preço do leite subiu mais que os custos de produção, não se pode concordar. Quando o preço subiu, foi para recompor o que já estava defasado há tempos, notadamente em relação aos custos de produção, que já se achavam desequilibrados.

Os produtores, de modo geral, precisam de reequilibro entre o custo de produção e o preço de venda. Talvez o Sr. Pedro Maia não tenha lido o artigo do Roberto Rodrigues, na folha do dia 05-07-08 - caderno B2 - Dinheiro, seria oportuno uma lida. Pois, neste artigo, o Roberto fala dos produtores de cana, em relação as usinas, o que nada menos é que a dos produtores de leite com os laticínios. E, assim, os fornecedores de materia-prima Brasil afora.
benedito de souza
BENEDITO DE SOUZA

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/07/2008

Infelizmente temos que ficar à merce das indústrias e dos grandes laticinios. Concordo plenamente com o produtor Aroldo Augusto Martins, não é possível com aumento de custos em plena entressafra termos que suportar baixa de preço, cade o governo? Plante que garanto? É verdadeiramente uma piada.
antonio patrus de sousa filho
ANTONIO PATRUS DE SOUSA FILHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/07/2008

Vamos criar a CNPL - central nacional dos produtores de leite - estabelecer um preço justo para o leite que é nosso deve ter preço definido por nós e não pelos laticinios. Precisamos de produtores de leite com a consciência do companheiro Aroldo que já sacou o esquema massacrante em cima do produtor. Abraços a todos.
Marcos Salazar de Paula
MARCOS SALAZAR DE PAULA

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/07/2008

Não adianta reclamar do mercado. Infelizmente união contra ninguém vai fazer o consumidor pagar mais num momento em que o governo arrocha a política monetária. Só no dia em que toda a cadeia se tornar séria, com visão e planejamento de longo prazo, inclusive focando exportação, poderemos ser bem remunerados. Está claro que o governo não quer deixar os preços subirem.

Como as indústrias e supermercados têm telhado de vidro (qualidade do leite), sempre se mostram solícitas. Ano passado as denúncias de soda serviram basicamente para reduzir a demanda e os preços. Infelizmente o momento é de controle da inflação e novamente vamos pagar o pato. Quem tiver saída, que reduza os custos ao máximo ou diversifique sua atividade.

Nós acreditamos na alta dos alimentos e investimos na produção, levamos uma rasteira ano passado e tudo indica que vamos levar outra agora. Infelizmente ainda não dá para acreditar no leite.
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 03/07/2008

A colocação do Sr. Aroldo Augusto Martins, de Edealina, no querido estado de Goiás, é quase correta. Pois, acho que ele não deveria dizer que temos que nos unir e diminuir a oferta da matéria prima (do leite) em 10%. Pois, deveria dizer que já está fazendo e, sugerir que outros façam o mesmo. Como eu já disse em outras colocações, cada um de nós tem que administrar o nosso negócio da melhor forma que entendemos e, de fato, fazermos.

Esta questão de união de produtores, colocar culpa em governos, dizer que entidades que se intitulam nossos representantes não fazem nada, não nos levará a lugar algum. A hora que esta geração, que é a nossa, que possívelmente seja uma das últimas, ou quase última, que ainda gosta do cheiro de vaca e paga para produzir leite, passar, talvez a coisa venha a mudar de figurar. Tudo no leite é bom, mas quando chega a nota e/ou você olha o dinheiro que caiu na conta e, divide pela litragem que você mandou para o laticinio, é triste.

A questão do leite é até mesmo um fato inusitado, qual seja: Se olharmos toda a legislação de define o que é compra e venda, jamais poderemos dizer que o leite, quando da primeira operação, produtor/laticinio, se encaixa na compra e venda. Pois, o produtor não diz quanto é o preço do seu leite e o laticinio não diz quanto ele paga pelo seu leite. A operação é inusitada, o produtor manda o leite e o laticinio, depois de um período que nem sempre é o de 30 dias(outra situação inusitada), manda uma determinada importância e o produtor, todo apreensivo com as contas vencidas e/ou por vencerem, vai descobrir quanto que recebeu por litro.

Parece mentira mas é verdade. Aroldo, diminua os 10%, que já somos 2 que assim pensamos e assim fazemos, quem sabe a onda pega, um forte abraço a você e a todos os produtores de leite, deste querido Estadão do Goias.
Vanderlei Carlos Zeni
VANDERLEI CARLOS ZENI

ÁGUAS DE CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/07/2008

É hora do produtor reagir e a forma é diminuir a produção já. Porque as indústrias estão organizadas, baixando e subindo preços como bem entendem. E os produtores ficam nas suas mãos. E lá vem a mídia dizendo que o leite está caro outra vez. Gostaria que algum jornalista sério deste país fosse ver uma propriedade leiteira, onde se faz custos de produção e dizer que o leite é caro.

Uma lata de cerveja custa três reais e a mídia não fala nada. Mas comercial de leite tem pouco na tv. Vamos cortar a ração e eles perdem dos dois lados, na venda de rações e na falta de leite aí veremos quem tem força.
Pedro Maia
PEDRO MAIA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO

EM 03/07/2008

Srs.

Vou dar uma visão um pouco diferente, para reflexão.

Embora não integrada, a indústria de leite, do produtor rural à gondola dos supermercados, deve ser vista como um todo. Logo, para ser sustentável a cadeia inteira deve ganhar. Caso não saibam, os laticínios ainda não conseguiram ganhar dinheiro algum esse ano, o consumo está fraco, e eles não conseguem repassar essa máxima histórica do preço ao produtor. Se esse elo da cadeia está machucado, o próximo passo é afetar ao resto; então não deve-se olhar somente para o próprio umbigo, e devemos olhar mais longe e ver que nesse nível de preços, com a atual conjuntura econômica se deteriorando, o setor não se sustenta. Reclamar do preço quando ele está em patamares altíssimos historicamente?

Acho que é pelo contrário. Não faz sentido econômico algum, o preço subir tanto com uma captação tão crescente e o consumo enfraquecendo. Com oferta em alta, e demanda em baixa, a tendência é preços mais baixos mesmo, e não em ascensão.

A agressividade dos laticínios em defender suas bacias leiteras nesse momento de consolidação dessa indústria, provocou preços altos (subiram mais do que qualquer aumento de custos), que estimularam demais a produção, porém o consumo não acompanhou, houve um descompasso. Resultado: laticínios, indústria e varejo com estoque em alta, prejuízo nos laticínios, e o próximo passo é realização de estoques, redução de captação e um ajuste no preço.

Acho uma ótima idéia reduzir produção, para ajustar os volumes produzidos à demanda, protegendo os preços.
Roberto Carlos de Castro
ROBERTO CARLOS DE CASTRO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/07/2008

Na estância Santa Maria, nós já diminuimos os insumos, preferimos produzir menos e manter as contas em dia e com um menor ganho no final do mês do que continuar a alimentar essa situação no mercado. Vamos produzir menos para melhorar os preços para o produtor. E se sobrar leite na propriedade vamos deixar para as bezerras crecerem fortes e melhorar o rebanho no futuro, que é a maneira mais rentável de renovar a produção.
Elio Quirino da Silva
ELIO QUIRINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/07/2008

Caros amigos, tomo a liberdade de escrever aqui uma frase dita por Horácio Lafer Piva, presidente da Bracelpa - Associação Brasileira de Celulose e Papel: "Os produtores rurais precisam parar, por 10 minutos, de cuidar de sua vaca, de sua soja, para pensar na organização das suas entidades". É isso mesmo, nós só paramos para reclamar quando recebemos a cacetada na cabeça, pois quando o preço tá bom, todo mundo corre pra aumentar a sua produção sem perceber quais serão as consequências de amanhã, e todo ano é a mesma coisa!

Então a conta nunca fecha! Ela só irá fechar se nos organizarmos e fizermos as coisas pensadas e gradual. Não adianta aumentar a produção, se não tem aumento de consumo ou se o dólar está baixo! Esse disco já tá furado de tanto rodar! E todo ano acontece a mesma coisa.

O preço dos grãos está excelente, sigam as palavras da Sra. Edealina, de Goiás, diversifiquem e verão que não só de leite vivem as pequenas propriedades, não tenham medo, pois esta é uma das maneiras de diminuir a produção de leite, e conseqüentemente manter o preço num patamar justo e sem diminuir a renda da propriedade!! Pensem nisso.
Lucas Henrique de Paula Sobral
LUCAS HENRIQUE DE PAULA SOBRAL

ARACAJU - SERGIPE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/07/2008

Muito bom saber que houve reajuste! Já aqui na região Salgado-Sergipe. ainda produtores entregam leite a R$0,45/l .Uma vergonha isso.
Qual a sua dúvida hoje?