Preços altos derrubam tarifas de importação

Sem negociações ou rodadas, as barreiras às importações de alimentos estão começando a cair. O motivo é a disparada dos preços no mundo todo, que tem levado nações que vão do Brasil à Burkina Fasso, a reduzir as tarifas de importações.

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Sem negociações ou rodadas, as barreiras às importações de alimentos estão começando a cair. O motivo é a disparada dos preços no mundo todo, que tem levado nações que vão do Brasil à Burkina Fasso, a reduzir as tarifas de importações.

Segundo o Banco Mundial, os preços subiram 83% em três anos, e os subsídios concedidos nos Estados Unidos e na Europa estão caindo. "O que os preços dos alimentos fizeram pela liberalização das importações, Doha não conseguiria conquistar em um longo período de tempo", constatou o especialista em comércio mundial do Peterson Institute for International Economics de Washington, Arvind Subramanian.

Desde o início de 2007 os países em desenvolvimento adotaram uma ampla série de medidas para aumentar as importações. A Índia derrubou uma tarifa de 36% sobre a farinha de trigo e a Indonésia eliminou as taxas que oneravam as importações de trigo e soja. O Peru aboliu as tarifas sobre trigo e milho. A Turquia reduziu as tarifas sobre as importações de trigo para 8%, em relação aos 130% anteriores, e sobre a cevada para zero, em relação aos 100% anteriores. A Mongólia cancelou seu imposto sobre valor agregado incidente no trigo e na farinha importados.

Segundo notícia do jornal Gazeta Mercantil, com informações da agência EFE, nos EUA, os subsídios agrícolas deverão cair para menos de US$ 8 bilhões este ano, em 2005 eram de US$ 13 bilhões. A União Européia deve reduzir em € 10 bilhões (US$ 15,7 bilhões) de 2004 a 2006.
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Marcos Tadeu Cosmo
MARCOS TADEU COSMO

SALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/04/2008

Como tudo acaba sendo relacionado a mercado, vamos então ver as coisas desse prisma. O leite é produzido todos os dias faça chuva ou faça sol, ou ainda trovoadas. O produtor não tem como armazenar o produto por um período que permita ao mercado sentir falta dele e assim valorizá-lo de forma justa. Portanto quem produz leite não possui ferramentas que lhe permita estar no mercado de forma ativa mas sim passiva.

A não ser que os custos de produção inviabilize a atividade, não temos saída, a não ser conviver com as gangorras que são impostas pelo sistema de comercialização em vigor. É obvio que uma boa gestão da atividade nos dá uma sobrevida, mas com as forças de mercado agindo como estão hoje, o contorcionismo está garantido.

Cooperativas não deram conta de consertar isso ainda. De forma que enquanto 1 litro de pinga ou de refrigerante (para não mencionar outros absurdos) terem mais valor que 1 litro de leite, vamos ter de espernear muito para contrabalançar aumentos de custos incríveis como por exemplo, o do fosfato bicálcico.
renato calixto saliba
RENATO CALIXTO SALIBA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2008

Concordo com o senhor Rodrigo Akio, o governo deveria ter estratégia de mercado. Estamos perdendo o melhor momento para o Brasil, pois se o governo tivesse um planejamento estratégico teria investido muito mais na agropecuária, e hoje, estaria exportando produtos agrícolas a preços fantásticos, ocupando o mercado mundial de tal maneira que o Brasil teria tratamento de primeira, pois somos o único país capaz de aumentar a produção por muitos anos sem que seja necessário desmatar um único hectare.

Falando sobre os insumos, o Brasil tem que agilizar as novas minas de calcário e demais insumos, além de combater esse cartel. Não se justifica tamanho aumento uma vez que o dólar está em patamares tão baixos.
Artur Queiroz de Sousa
ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/04/2008

Muito bom o artigo do Sr. Rodrigo Akio. Um misto de revolta e sensatez.

Evidentemente, nunca os preços internacionais dos produtos agropecuários estiveram tão bons em dólar. Contudo, ninguém aguenta produzir com os custos internos, onde os valores de referencia já não existem mais.

Ex. Uma tonelada de fertilizante 20.00.20, tem um custo histórico de US$180,00/ton. Hoje ultrapassa US$600,00/ton. Idem para os demais insumos, tais como sementes, mineral,produtos agrícolas, pecuários, energia elétrica, peças, equipamentos, tratores,mão-de-obra. Evidentemente, que em mão-de-obra, ainda falta muito para chegarmos a um salário decente, contudo, os preços de nossos produtos em real está fazendo com que cada vez mais o campo vá se automatizar, e requerer menos mão de obra não especializada.

Analisando a planilha de custo do café, me assustou ver que a mão-de-obra sem colheita mecânica, manifestou 66% do custo total. Se verificarmos no leite, sem ordenha mecânica, chegaremos a números semelhantes. Profundas modificações a agricultura e a pecuária deverá passar da porteira para dentro, e o endividamento dos produtores, poderá trazer um novo modelo no campo de perfil de produtores.
deusimar f. de oliveira
DEUSIMAR F. DE OLIVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/04/2008

Concordo com você Nelsomar em números, grau e tudo que você escreveu e digo mais que nós os produtores de leite somos vistos como se fossemos o patinho feio quando se fala em leite e derivados. Eles fazem o que querem com a gente e não temos como nos defender, e ninguém nos defende destes agressores.
deusimar f. de oliveira
DEUSIMAR F. DE OLIVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/04/2008

Agora estamos vendo os governantes do mundo todo, principalmente das grandes potências falarem na questão dos alimentos. Porque será que só agora eles viram que milhões estão passando fome, ou porque esta é uma questão que mexe com os seus interesses políticos? Aproveitando para dizer na questão de importações de carnes imposta pelos europeus no número de fazendas só pode ser uma piada. Eles chegam aqui fazem o que querem e o governo brasileiro bate palma. Acorda Brasil! Faça alguma coisa pelo produtor.
Nelsomar Pereira Fonseca
NELSOMAR PEREIRA FONSECA

MUTUM - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/04/2008

Leite a R$0,70 a R$0,80 é bricadeira, comparando com o aumento dos preços dos insumos como o sal mineral, vacinas e medicamentos, ração, e até o preço de uma vaca com produção acima de 20kg/dia de leite.
Quando o produtor começa a sair do vermelho, o preço cai, o consumo diminui porque os preços praticados nos supermercados e padarias subiram muito, e muito além do reajuste que o produtor teve para produzir. É mais caro a embalagem que o produto que está dentro dela.

O preço do leite não pode subir , mas os preços dos insumos para produzi-lo, pode, o dolar esta baixo o preço sobe, o dolar sobe os preços tem reajustes imediatos, quando o preço do leite sobe, vai de R$0,01 a R$0,02 centavos no máximo, para o produtor, quando baixa, despenca logo R$0,04 - R$0,05 centavos ou mais de uma vez, comprometendo todo planejamento do produtor.

Quanto custa um dose de uma pinga em um buteco na esquina? Não menos que R$1,00 real, uma garrafa de refrigerante de 500 ml custa R$1,85, mas o leite não pode subir, porque é bebida da cesta básica, mas o consumidor deixa de levar mais um litro de leite para casa e bebi mais uma pinga, uma cerveja etc.

Os nossos representantes, como os sindicatos, FAEMGs, CNA, deve fazer um movimento de divulgar os produtos, leite e seus derivados, jogando pesado na midia, mostrando que é bom para a saude da criança, do adolecente, do adulto e do idoso.

Vamos tomar mais leite, consumir queijo, requeijão e outros derivados.
Rodrigo Akio Yamaki
RODRIGO AKIO YAMAKI

FERNANDÓPOLIS - SÃO PAULO

EM 15/04/2008

A crise dos alimentos nada mais é que a resposta para décadas de protecionismos injustificaveis, que desestimularam agricultores no mundo inteiro às custas dos interesses políticos e econômicos da minorias ruralistas da Europa e das grandes corporações americanas.

Quanto tempo nós não escutaremos os europeus falarem de aftosa, e os chineses de pesticidas na soja. Aliás, creio que o embarque de carne à Europa deva ser mantido porém somente à aquele montante provindo das 200 fazendas brasileiras selecionadas por eles, nem uma @ a mais.

Espero ainda, que neste momento dificil de falta de alimentos, o governo não inicie uma série de importações para baratear o custo dos alimentos, pois nós já cansamos de ver essa história se repetir: Falta de produto; aumento da produção; importação; queda no preço; agricultor falido!
Qual a sua dúvida hoje?