Preço afasta produtores de programas governamentais

Representantes de dez estados brasileiros (nove do Nordeste e Minas Gerais) estão reunidos em Pernambuco para buscar estratégias com o objetivo de manter e ampliar o programa de distribuição de leite a famílias de comunidades de baixa renda. O problema é que a alta do litro tem afastado produtores dos programas governamentais, em função da busca por melhor remuneração. A idéia é elaborar um documento com proposições a serem encaminhadas ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome.

De acordo com a gerente de Agronegócio da Secretaria Estadual de Agricultura de Pernambuco, Carmem Patrícia Alexandre, o aumento no custo do litro está provocando impacto negativo no programa. "A elevação nos preços fez com que alguns produtores deixassem de entregar o leite para o programa, prejudicando os beneficiados. Podemos desatacar como exemplo o estado do Maranhão, que sofreu redução de 50% na distribuição", observou.

Em Pernambuco, são distribuídos 82 mil litros de leite por dia. O programa favorece famílias de 153 municípios, mas o secretário estadual de Agricultura, Ângelo Ferreira, informou que a meta é passar para 100% das cidades pernambucanas, superando uma cota diária de 120 mil litros. "Esse reajuste no valor do leite in natura, elevado em algumas localidades do estado em até R$ 0,80, tem um lado positivo para incentivar a produtividade, mas é preciso haver um equilíbrio entre o preço de mercado e o que é fixado pelo governo para manutenção do programa", declarou.

Segundo ele, só não houve prejuízo na distribuição no estado porque o governo se antecipou, fazendo uma parceria para reajustar o preço do litro pago aos produtores, que passou de R$ 0,54 para R$ 0,64.

Já na Paraíba a distribuição do leite em todos os 223 municípios do estado ficou comprometida em 5% das cidades.

As informações são de Márcia Wonghon, da Agência Brasil.