PR: mercado do leite deve continuar em retração

Depois dos altos preços alcançados pelo leite no ano passado, agora o cenário mudou. No Paraná, entre julho e agosto os preços caíram, em média, entre R$ 0,03 e R$ 0,05 por litro recebido pelos produtores. E não há perspectiva de melhora, pelo menos, até o próximo mês.

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Depois dos altos preços alcançados pelo leite no ano passado, agora o cenário mudou. No Paraná, entre julho e agosto os preços caíram, em média, entre R$ 0,03 e R$ 0,05 por litro recebido pelos produtores. E não há perspectiva de melhora, pelo menos, até o próximo mês.

''O cenário indica que os preços podem cair um pouco mais ou em uma análise mais otimista que estabilize'', afirma Maria Sílvia Digiovani, secretária do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Paraná (Conseleite) e assessora da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

Segundo o Conseleite, em julho os produtores receberam pelo leite padrão, em média, R$ 0,5784 por litro, enquanto em agosto o preço ficou em R$ 0,5413. ''Em algumas regiões como a de Palmeira (40 km ao sul de Ponta Grossa) o preço caiu R$ 0,10 entre julho e agosto'', diz Maria Sílvia. O pesquisador Gustavo Beduschi, do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Cepea/USP), acrescenta que antes da queda, o preço do leite recebido pelos produtores estava mais valorizado do que os derivados lácteos.

Mas apesar da queda, Beduschi informa que o atual patamar de preços continua cerca de 15% mais alto do que a média histórica dos últimos sete anos. O problema é que os custos de produção subiram muito. ''O aumento dos custos de produção, aliado à queda na cotação, reduziu o poder de compra dos produtores'', avalia.

Segundo Maria Sílvia Digiovani o atual patamar de preços não traz remuneração aos produtores. Muitos dizem estar empatando os custos, enquanto alguns já afirmam estar acumulando prejuízos. ''Se o preço continuar caindo teremos queda na produção e nenhum produtor fala mais em aumento do rebanho leiteiro'', observa.

A matéria é de Fernanda Mazzini, publicada na Folha de Londrina, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Antonio Salomão Carneiro
ANTONIO SALOMÃO CARNEIRO

CAMPOS NOVOS - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2008

Gostaria de deixar algumas perguntas no ar:

Por que o aumento de mais de 100 por cento nos adubos e sal mineral não geram inflação?
Por que um preço justo pelo leite gera inflação?
Sera que é proibido que o produtor de leite trabalhe com lucro? Socorro sou produtor de leite.
Elizario Pedrozo
ELIZARIO PEDROZO

ENÉAS MARQUES - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/09/2008

Em nosso Município Enéas Marques, Sudoeste do Paraná, a queda é ainda maior, faço parte de um grupo de 4 produtores, comercilizamos 75.000 litros Mês, em julho tivemos uma queda de R$ 0,08 p/litro, mês de agosto uma redução de R$ 0,09 por litro; enquanto isso o custo de produção aumentou consideravélmente.

Está dificíl de manter-se na atividade, em nosso Município já existe Produtores pretendendo abandonar a atividade, e aonde isso vai parar? Qual o estimulo de produzir alimentos neste pais? O que estamos vendo é o governo e sua equipe assistir de braço cruzado o Assalto das Multinacionais e os que comercializam Insumos, principalmente os fertilizantes aos produtores, e ainda se fala nos meios de comunicação que existe crise mundial, falta de alimentos.

Quando se cria uma falsa expectativa de que os que produzem alimentos ganham um dinheirinho, ai rapidamente vem os exploradores e de imediato ja comprometem o rendimento do produtor, o governo fica fazendo a sua politicagem de redução no preço dos alimentos (politicamente correto) a custo do sacrificio dos produtores.
Wellington de Almeida
WELLINGTON DE ALMEIDA

MURIAÉ - MINAS GERAIS

EM 15/09/2008

Estaremos sempre sujeitos ao efeito sanfona. Em um ano a produção aumenta e o preço despenca. No ano seguinte a produção diminui e o preço aumenta. Pelo visto, jamais teremos um preço estável para a cadeia leiteira, pois não sabemos obter lucro com preços elevados.

Wellington de Almeida
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho
JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 15/09/2008

Acrescentaria ainda que, quando o leite ao produtor estava mais valorizado do que os derivados lácteos (conforme assinalado pelo pesquisador G. Beduschi), também os custos de produção do leite na fazenda estavam bem menores. Por isso, posso afirmar: a relação custo x preço desta vez se inverteu ainda mais dramaticamente. Essa a verdadeira razão da grita geral: costumeiramente o preço ao produtor oscila entre "bom/ruim" e "péssimo"; o baque agora foi mais perceptível: o preço oscilou de "ótimo" (como nunca antes visto) para "péssimo". Pena que a maré boa durou só um ano...
Qual a sua dúvida hoje?