As chuvas dos últimos dias não foram suficientes para impulsionar o crescimento do pasto paranaense. A produção, que normalmente chega ao pico de safra entre os meses de maio a julho, ainda não tomou fôlego e segue inferior ao normal para o período.
Rogério Marcus Wolf, zootecnista e coordenador de produção pecuária da Cooperativa Castrolanda, no Paraná, disse ao MilkPoint que, com a estiagem, houve um deslocamento da produção. O plantio da pastagem está atrasado na maioria das propriedades, e mesmo quem conseguiu plantar a tempo na região está com a produção ainda na fase germinativa. Nesse momento, o normal seria a produção estar perto do ponto de amadurecimento.
Em algumas regiões, o volume de leite não foi reduzido; apenas deixou de aumentar, visto que a produção começa a se elevar em meados de maio.
Também é problema na região a falta de alimento para as vacas. Com a seca, muitos produtores paranaenses utilizaram a silagem armazenada para o período de verão, quando normalmente a produção é menor. Assim, espera-se que para os meses de maior calor, em que a produção é menor (setembro e outubro) possa haver dificuldade na alimentação dos animais.
Mesmo com a perspectiva de menor oferta para os meses de verão, Marcus acredita que os preços pagos ao produtor não vão melhorar em virtude da falta de consumo. Ele diz que o mercado dependerá das exportações, e os preços dependerão do mercado externo nos próximos meses, ou seja, do câmbio.
Em Santa Catarina, a seca atrasou um mês da produção e, mesmo com as chuvas dos últimos dias, não houve reação da produção. A expectativa é de uma produção cerca de 6% inferior ao normal para o período, segundo Nereu Francisco Selli, gerente da área de lácteos da Aurora.
Os produtores catarinenses usam menos silagem nesse período. Com a falta de pastagem, os produtores apenas estenderam apenas um pouco o uso de silagem, mas o alimento não tende a ser problema para os próximos meses.
Quanto às expectativas para os próximos meses com a oferta um pouco reduzida, a expectativa é de menores quedas de preços no período de pico da safra sulina, que ocorre entre julho e setembro. Fonte: Equipe MilkPoint
PR e SC: seca compromete produção leiteira
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HUBERTO ITELVÃ ROCKENBACH
LAJEADO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 21/06/2006
O que vai ser do produtor de leite, visto que ainda não se recuperou das últimas estiagens e, para piorar a situação, os preços praticados esse ano não estão nem aquém do que eram no ano passado nessa mesma época.
Os preços de 2005 estavam muito bons, mas não justifica os baixos patamares deste ano. As estiagens não perdoam e quem mais sofre é o produtor, que desanima, e a atividade fica à deriva. Além disso, os animais ficam agoniados junto com a situação, piorando a imagem do campo.
Sou técnico de campo e produtor de leite, e sei como essas coisas repercutem no produtor e nas pessoas que o rodeiam. Resta esperarmos que o Brasil seja um grande exportador, já que a produção aumenta cada vez mais, e o consumo parece não reagir. Que o anúncio das instalações da Nestlé e a recuperação da Parmalat soem alto para que o produtor possa trabalhar bem, e usufruir da atividade tudo o que nos bons tempos conseguiu usufruir.
Os preços de 2005 estavam muito bons, mas não justifica os baixos patamares deste ano. As estiagens não perdoam e quem mais sofre é o produtor, que desanima, e a atividade fica à deriva. Além disso, os animais ficam agoniados junto com a situação, piorando a imagem do campo.
Sou técnico de campo e produtor de leite, e sei como essas coisas repercutem no produtor e nas pessoas que o rodeiam. Resta esperarmos que o Brasil seja um grande exportador, já que a produção aumenta cada vez mais, e o consumo parece não reagir. Que o anúncio das instalações da Nestlé e a recuperação da Parmalat soem alto para que o produtor possa trabalhar bem, e usufruir da atividade tudo o que nos bons tempos conseguiu usufruir.