Os acionistas da Perdigão, sete fundos da pensão e a Weg Participações, que representam 55,38% do capital da empresa, recusaram a oferta de compra feita pela Sadia, segundo informações de Agnaldo Brito para O Estado de S.Paulo. Com isso, quebraram uma das principais condições da proposta da Sadia, que era a de comprar mais da metade das ações.
A Sadia não esperava uma resposta tão rápida e até acreditava que a Perdigão fosse contratar um banco de investimentos para avaliar o valor da companhia. Na reunião de ontem à noite, feita logo após o anúncio da Perdigão, a Sadia decidiu cobrar uma posição por escrito da Perdigão, assegurando que os fundos de pensão e a empresa haviam desistido do negócio.
Caso a Perdigão confirme a informação em documento à CVM e à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a Sadia anunciará oficialmente sua desistência, disse o advogado Mauro Guizzeline, sócio do escritório Tozzini Freire, que ajudou a Sadia a preparar seu lance pela Perdigão.
A recusa de venda teria dois motivos: a oferta da Sadia não atende o Estatuto Social da empresa, que só permite a empresas que já tenham entre 5% e 20% de ações façam uma oferta pública de compra; e o preço ofertado é considerado baixo.
Notícia de Julianna Sofia e Leonardo Souza para a Folha de S. Paulo informaram, no entanto, que interlocutores dos envolvidos no processo de negociação entre a Sadia e a Perdigão avaliam que são mínimas as chances de a operação não se concretizar no prazo de um a dois meses. A avaliação é que a recusa inicial da Perdigão tem o claro objetivo de elevar a oferta da Sadia.
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