Perdigão negocia aquisição da Batávia

Especialistas avaliam que a possível aquisição da Batávia pela Perdigão diluiria os riscos do negócio de carnes e consolidaria a marca Batavo, a qual a Perdigão já usa sob licenciamento para carnes. A Batávia, que atua em leite longa vida, iogurtes, queijo, manteiga e sobremesas, tem 14% do mercado nacional de refrigerados. No Sul, é líder e ganhou força no Sudeste nos últimos anos.

Além de estarem lado a lado em Carambeí (PR), as empresas "compartilham" fornecedores. A Perdigão tem entre seus integrados produtores que entregam leite para as cooperativas - Cooperativa Central de Laticínios do Paraná e Agromilk - que são sócias da Parmalat na Batávia.

Com a aquisição, a Perdigão que faturou R$ 5,8 bilhões em 2005, também avançaria num segmento em que sua principal concorrente, a Sadia, ainda não atua, observou uma fonte do setor. Seria ainda um importante passo para se firmar como uma indústria de alimentos e não apenas um frigorífico de carnes.

A compra do controle da Batávia pela Perdigão é parte da proposta feita por um consórcio formado pelo fundo de investimentos Latin American Equity Partners (Laep) e pelo frigorífico para aquisição da Parmalat, que detém 51% das ações da Batávia.

De acordo com reportagem de Alda do Amaral Rocha para o Valor, a proposta do consórcio prevê a quitação da dívida da multinacional italiana com bancos. Debêntures no valor de R$ 380 milhões serão substituídas por pagamento antecipado entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões. A Perdigão deve pagar entre R$ 100 milhões e R$ 120 milhões pelo controle acionário da Batávia. O Laep assumirá os outros ativos da Parmalat e suas dívidas e fará aporte de R$ 20 milhões.