Perdigão: lácteos já são 22% da receita líquida

A Perdigão encerrou o segundo trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 881,8 milhões, contra lucro de R$ 70,8 milhões obtido no mesmo período de 2007. O reconhecimento do ágio referente à compra de empresas como Eleva e Batávia, de R$ 1,5 bilhão, foi o grande responsável pela perda. Trata-se do pior resultado trimestral da história da companhia.

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A Perdigão encerrou o segundo trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 881,8 milhões, contra lucro de R$ 70,8 milhões obtido no mesmo período de 2007. O reconhecimento do ágio referente à compra de empresas como Eleva e Batávia, de R$ 1,5 bilhão, foi o grande responsável pela perda. Trata-se do pior resultado trimestral da história da companhia.

Não fosse esse item extraordinário, a Perdigão teria embolsado lucro líquido de R$ 102,5 milhões no trimestre, o que representaria uma alta de 44,7% sobre igual período do exercício anterior. Segundo a companhia, o reconhecimento do ágio (diferença entre valor contábil e valor de mercado do ativo adquirido) gerou um benefício fiscal de R$ 501 milhões e um efeito líquido negativo de R$ 984,3 milhões no trimestre. O presidente da empresa, Nildemar Secches, explicou que se trata de efeito contábil não recorrente e, por isso, não afetará os dividendos dos acionistas.

O aumento nas vendas no Brasil e no exterior e a consolidação dos resultados da Eleva e da Cotochés nos números fizeram a Perdigão faturar R$ 3,2 bilhões no segundo trimestre deste ano, 81,2% mais do que em igual período de 2007.

A empresa ampliou em 45,4% os volumes exportados no período e, com isso, obteve receita de R$ 1,3 bilhão, 64,1% mais que no segundo trimestre de 2007. No mercado interno, as vendas da Perdigão cresceram 338,9% em volume no caso dos lácteos e 30,5% para as carnes. A receita com essas vendas subiu para R$ 2,0 bilhões no período, com expansão de 94%. De acordo com a Perdigão, esse avanço decorreu das recentes aquisições, de parcerias que ampliaram a produção de leite e da atuação em margarinas.

Como efeito de vendas maiores e incremento das operações, a Perdigão obteve lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (lajida) de R$ 233,2 milhões, 40,3% maior que no segundo trimestre do ano passado.

O negócio lácteos ganhou peso no faturamento da Perdigão com as recentes aquisições. No segundo trimestre, respondeu por 22% da receita líquida de R$ 2,8 bilhões. Em igual período de 2007, representava apenas 5%. Segundo Secches, as margens do leite são "estruturalmente menores que as da carne", mas isso não significa rentabilidade menor. "A aplicação de capital é muito menor em lácteos, por isso a rentabilidade é boa, compatível", afirmou.

Em relação ao segmento de carne bovina, o diretor financeiro da Perdigão, Leopoldo Saboya, disse que o efeito no resultado é mínimo, já que o negócio responde por menos de 1% do faturamento da empresa.

As informações são do jornal Valor Online.
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Eduardo Amorim
EDUARDO AMORIM

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/07/2008

Falando em Perdigão, é cada dia mais forte o boato de que a empresa está adquirindo um laticínio em Patos de Minas e para reforçar este boato na mente dos produtores, caminhões da Cotochés (que pertence a Perdigão) já estão sendo vistos buscando leite em um laticinio da cidade, laticícinio este que, segundo produtores locais que fornecem para o mesmo, estaria passando por uma crise e em vias de ser adquirido pela Perdigão.

Sem desmerecer a opinião dos colegas da região e considerando que o setor passa por uma consolidação comandadada por gigantes do setor e de outros setores que vieram para o leite, acho que a Perdigão, se realmente estiver de olho em alguma indústria na importante bacia leiteira da região de Patos de Minas, deve estar mirando na CEMIL que tem capacidade de processar cerca de 500.000 litros/dia e cuja marca é conhecida por consumidores de vários estados.

Só o tempo dirá se são apenas especulações ou se a Perdigão virá mesmo para Patos de Minas, mas os produtores já estão agitados com a possível vinda desta empresa que traria mais competição ao mercado e um pouco de ânimo, em um cenário que ficou cinza novamente, com a redução do preço do leite pago ao produtor e com a alta dos custos de produção.
Qual a sua dúvida hoje?