A Perdigão não escapou dos efeitos negativos da alta do dólar sobre as empresas com dívida na moeda estrangeira. Teve um prejuízo de R$ 25,4 milhões de julho a setembro, comparado a um lucro de R$ 90,2 milhões em igual período de 2007. O desempenho foi afetado por uma despesa financeira de R$ 201 milhões que, apesar de não ter efeito caixa imediato, prejudicou os números do período.
Tal impacto reflete a alta de 20% do dólar no fechamento de setembro sobre os passivos. Ao fim do trimestre, a companhia tinha uma exposição líquida de passivo em moeda estrangeira de US$ 687 milhões, equivalente a menos de três meses de exportação - limite estabelecido pelas políticas internas de risco.
"A Perdigão é uma empresa de alimentos e a tesouraria é uma área de apoio", explicou Leopoldo Viriato Saboya, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, enfatizando a ausência de qualquer exposição aos chamados derivativos tóxicos - que trouxeram prejuízos a outras empresas, incluindo a concorrente Sadia.
Em função das aquisições da Eleva, Plusfood e Cotochés, a receita líquida da Perdigão teve alta de 83% no terceiro trimestre, quando alcançou R$ 3,0 bilhões. Na comparação anual, os dados ainda apresentam redução das margens, fruto da combinação da maior exposição ao mercado de leite (que foi fortemente afetado por uma super-oferta neste ano) e a pressão nos custos pela alta do milho e da soja.
O lucro operacional antes das despesas financeiras mostrou aumento de apenas 6,3%, para R$ 171,4 milhões, apesar da forte evolução das receitas - a margem caiu de 9,7% para 5,6%. Na comparação com o segundo trimestre, quando a margem ficou em 4,7%, entretanto, a companhia melhorou a rentabilidade, conforme havia sinalizado. A recuperação é fruto tanto do repasse de preços no mercado interno e externo como do ganho de sinergia com a absorção da Eleva.
Saboya afirmou que ainda é cedo para projetar um cenário para 2009, dada a elevada instabilidade do mercado financeiro internacional. No entanto, o diretor da Perdigão acredita que o mercado doméstico será menos afetado pela instabilidade do que as vendas externas. "O setor de alimentos não é tão sensível ao crédito como o de bens duráveis." Apesar da crise, mantém a aposta em expansão do negócio, mas sem arriscar falar em percentuais.
Em função de ajustes diversos ocorridos ao longo do ano, o investimento em capacidade, excluindo aquisições, será menor do que o previsto em 2008. A companhia estimava investir um total de R$ 800 milhões neste ano, mas as aplicações devem ficar em R$ 600 milhões. Considerando a compra de outros negócios, a empresa investiu até setembro um total de R$ 2,3 bilhões.
Saboya afirmou que a situação financeira é considerada confortável. Já vislumbrando um cenário de aperto de crédito, a companhia decidiu ampliar a posição do caixa, esforço ao qual se dedicou desde o primeiro semestre. Assim, fechou setembro com R$ 1 bilhão aplicado, pouco menos que o R$ 1,2 bilhão do endividamento de curto prazo. A dívida líquida da empresa encerrou o trimestre em R$ 3 bilhões, dos quais R$ 2,6 bilhões em moeda estrangeira.
A matéria é de Graziella Valenti, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.
Perdigão: dívida em dólar gera prejuízo no 3º trimestre
A Perdigão não escapou dos efeitos negativos da alta do dólar sobre as empresas com dívida na moeda estrangeira. Teve um prejuízo de R$ 25,4 milhões de julho a setembro, comparado a um lucro de R$ 90,2 milhões em igual período de 2007. O desempenho foi afetado por uma despesa financeira de R$ 201 milhões que, apesar de não ter efeito caixa imediato, prejudicou os números do período.
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JORGE ALBERTO FONSECA FIGUEIRA
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 07/11/2008
Prezados Senhores,
A expansão da Perdigão para a linha dos lacteos, trouxe para a região de Rio Casca, onde está instalada a fábrica origem da Cotochés, uma inicial espectativa positiva em relação a novos investimentos e evoluções tecnológicas. A realidade que estamos assistindo, no entanto, tem deixado a desejar, pois tem demonstrado ineficiência no gerenciamento de seus negócios, principalmete no que diz respeito aos fornecedores (sua base de sustentação).
Após aquisição, não se fez presente junto aos fornecedores informando a situação atual (status quo) e as metas a serem atingidas. As cobranças quanto a qualidade do leite começou a ser feita sem maiores instruções ou acompanhamento técnico junto aos fornecedores. Como resultado, vários fornecimentos foram rejeitados por qualidade, fazendo com que uma grande parte dos fornecedores passassem para outros compradores.
Esperamos que esta situação seja revista pela alta administração e que o fornecedor seja respeitado como institue qualquer sistema de qualidade total.
Jorge Alberto
A expansão da Perdigão para a linha dos lacteos, trouxe para a região de Rio Casca, onde está instalada a fábrica origem da Cotochés, uma inicial espectativa positiva em relação a novos investimentos e evoluções tecnológicas. A realidade que estamos assistindo, no entanto, tem deixado a desejar, pois tem demonstrado ineficiência no gerenciamento de seus negócios, principalmete no que diz respeito aos fornecedores (sua base de sustentação).
Após aquisição, não se fez presente junto aos fornecedores informando a situação atual (status quo) e as metas a serem atingidas. As cobranças quanto a qualidade do leite começou a ser feita sem maiores instruções ou acompanhamento técnico junto aos fornecedores. Como resultado, vários fornecimentos foram rejeitados por qualidade, fazendo com que uma grande parte dos fornecedores passassem para outros compradores.
Esperamos que esta situação seja revista pela alta administração e que o fornecedor seja respeitado como institue qualquer sistema de qualidade total.
Jorge Alberto