Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva, Engenheiro Mecânico e Produtor Rural

Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva é Engenheiro Mecânico e Produtor Rural. Trabalhou trinta anos na General Motors, tendo sido residente junto à Adam Opel AG da Alemanha e GM Powertrain nos USA. A pecuária de leite é desenvolvida na Fazenda Córrego da Serra, em Santa Isabel do Rio Preto/RJ.

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Figura 1

Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva

Paulo Fernando Andrade Corrêa da Silva é Engenheiro Mecânico e Produtor Rural. Trabalhou trinta anos na General Motors, tendo sido residente junto à Adam Opel AG da Alemanha e GM Powertrain nos USA. A pecuária de leite é desenvolvida na Fazenda Córrego da Serra, em Santa Isabel do Rio Preto/RJ.


Engenheiro Mecânico pela UFF com especialização em Engenharia Automotiva no GM Institute, Flint Michigan e Planejamento Estratégico em Vevey, na Suíça. Trabalhou trinta anos na General Motors, tendo sido residente junto à Adam Opel AG da Alemanha e GM Powertrain nos USA. Implementou a planta de motores em Rosário, na Argentina, no sistema lean manufacturing (Toyota Production System). Paralelamente, nos fins de semana e nas férias da indústria, se dedicou, em Santa Isabel do Rio Preto/RJ, às atividades da pecuária de leite, formando, com aquisições sucessivas, a Fazenda Córrego da Serra.

MKP: Como é a sua propriedade leiteira?

A Fazenda Córrego da Serra, de 482 hectares, produz 1.200 litros de leite por dia. A fazenda dedica-se também a cria e recria de gado ¾ e 7/8 HPB em regime de piquete rotacionado nas áreas planas, trabalhando com gado próprio e hospedagem para terceiros. O gado ½ sangue é criado exclusivamente a pasto, nas áreas de morro. Além da pecuária de leite, e, devido à necessidade de diversificação, a fazenda produz comercialmente lichia, maracujá, cana para venda a alambiques, feijão e abóbora.

Figura 2


MKP: Quais são as principais dificuldades que você tem na atividade?

Depois do "oba oba", vem o "epa epa". Alguém disse em um seminário. Os "epa epas" são mais longos do que os "oba obas"! A Fazenda já produziu 3.000 litros por dia em 2 currais. Um perigo! Sem estrutura financeira para suportar longos períodos de preço abaixo do custo, na pecuária de leite ninguém deve ousar produzir muito! A APLISI - Associação dos Produtores de Leite de Santa Isabel do Rio Preto - foi criada para amortecer os "trancos", e tem correspondido. Mas, sozinha, não consegue resolver o problema.

Mais dificuldade? IN 51 exige granelização e qualidade do leite, e com razão. Aonde estão as estradas? A energia é cortada com uma freqüência impressionante, desrespeitando o tempo de ocitocina das vacas, gerando mastite e CCS alta. Na conta de luz, no campo reservado às interrupções, tudo normal!

Capacitação de mão de obra: o Senar, a quem custeamos com o nosso imposto, raramente aparece para nos ensinar a trabalhar. E pasmem, agora deu para impedir a participação de adolescentes nos cursos, alegando que menores não podem ser treinados! Não deixar aprender a trabalhar já é um absurdo, imaginem não deixar participar em cursos!

MKP: O que está melhorando no setor?

A consciência por parte do produtor, de que o espírito de capivara ("quando uma pula na água, todas pulam") é absolutamente necessário.

MKP: O que acha que falta no setor?

Marketing. Representação. Não permitir que nutricionistas mal tendenciosos desinformem ao consumidor e ao governo.

MKP: Qual personalidade admira no setor?

Marcelo Pereira de Carvalho, pelo excepcional trabalho que exerce a frente do Milkpoint.
Jônadan Min Ma, super dinâmico, que com os dias de campo da Ma Shou Tao ensina tanta gente a trabalhar.

MKP: Qual empresa admira no setor?

Universidade Federal de Viçosa, que além da cultura e atitudes simples e eficientes, a tantas décadas oferece a "Semana do Fazendeiro," quando disponibiliza os melhores professores do Brasil, a quem tenha interesse em aprender. Basta, da parte de qualquer um, o interesse. Um exemplo que deveria ser norma para todas as universidades públicas do Brasil.

MKP: Dica de sucesso ou frase preferida

Trabalho em equipe.

A segurança no trabalho. Como uma vaca ou planta, a segurança no trabalho requer a nossa atenção.

Eliminar os desperdícios. Como dizia o meu avó, na fazenda, "do couro tem que sair as correias".

Valorizar sinceramente as pessoas. Qualidade de vida para todos na fazenda. As pessoas têm que gostar do que fazem.

MKP: Quais os serviços do MilkPoint você utiliza mais?

Atualização via newsletter. Contacto com os participantes da cadeia produtiva do leite. Cursos. Seminários.

MKP: Como o MilkPoint lhe auxilia no dia-a-dia?

Como dirigente da APLISI, o MilkPoint me é indispensável na gestão dos negócios dos associados.
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Evandro Queiroz Glória
EVANDRO QUEIROZ GLÓRIA

VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO

EM 26/11/2012

Poleca, você é um homem com pensamento positivo e motivador, agradecemos sua atenção ao visita-lo em sua Fazenda, estamos desenvolvendo o plantio de abobora com 05 variedades e consorciada com milho, suas orientações foram extremamente importante para o inicio do negocio.





Obrigado





Guaraci, Evandro e Célia
Marcos Inácio Marcondes
MARCOS INÁCIO MARCONDES

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 14/01/2009

Prezados Senhores,

Acho de extrema importância as informações fornecidas pelo produtor Paulo Fernando, entretanto mais importantes ainda são os alcances que essas informações devem chegar. Espero que aqueles que tenham lido essa entrevista a recomendem a pessoas da área, para que possamos fortalecer o setor. Exemplos como a APLISI devem sempre se seguidos.

Acredito que um dos grandes problemas da Pecuária Nacional é que o produtores ficam sempre à mercê de um messias que os reconheçam como membro da cadeia produtiva. Os problemas relatados devem chegar às autoridades e soluções devem ser tomadas, embora interesses políticos sempre estejam à frente dos interesses dos produtores. Estamos exportando leite, ou seja, com a procura maior que a demanda, e inacreditavelmente os preços pagos aos produtores continuam baixos.

Gostaria de mandar um grande abraço para meu amigo Paulo Fernandes (Poleca) que sempre me acolheu com carinho em sua propriedade. Fui colega de classe de sua filha na Universidade Federal de Viçosa e sei da seriedade de seu trabalho.
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/01/2009

Relendo as cartas sobre a entrevista que dei ao Milkpoint, me sinto na obrigação de agradecer a todos que a leram e comentaram, incentivando a continuação do nosso trabalho.
Muito obrigado.
Paulo Fernando.
dario de jesus lopes
DARIO DE JESUS LOPES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/01/2009

Excelente entrevista, que deveria chegar ao conhecimento dos Órgaos Governamentais para apreciação com vistas a mudança de atitudes em prol dos produtores rurais, notadamente os de leite.
Parabéns pela entrevista.
Everton Gonçalves Borges
EVERTON GONÇALVES BORGES

IBIÁ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/01/2009

Parabenizo o engenheiro/produtor Paulo Fernando pela excelencia da entrevista e reforço seu conceito sobre capacitaçao no meio rural, principalmente no tocante a participaçao de menor de idade nos cursos do SENAR.
A pior lei que existe no País é a proibicao de menor de idade trabalhar, quando após os 12 anos de idade já estao se drogando, bebendo, fazendo sexo e após os 16 já votam, participam da escolha dos dirigentes do País.

Esperar os 18 anos para aprender e depois começar a trabalhar, é muita gente que nao vai mais querer.
Julgo que devemos nos unir e pressionar os Senares a admitir em seus cursos jovens a partir de 14 anos, pois assim podemos melhorar em muito a qualidade da mao de obra rural.

Quero aproveitar e tambem parabenizar o MilkPoint por escolher pessoa tão gabaritada para sua entrvista.

Everton Goncalves Borges
Sindicato dos Produtores Rurais de Ibiá - MG
Luiz O V Dias
LUIZ O V DIAS

EM 24/12/2008

Parabéns ao site MilkPoint pelo belo trabalho e pela excelente entrevista.

Sou testemunha do formidável trabalho realizado pelo Dr Paulo Fernando, nosso "Poleca", à frente da Fazenda Córrego da Serra há décadas, primeiramente com gado de corte e, agora, de maneira ainda mais entusiasmada, com o gado leiteiro.

Resta-nos lamentar a falta de apoio governamental ao setor que, aliás, sobrevive a duras penas à falta de estradas, falta de ensino, falta de insumos, falta de eletrificação de qualidade, falta de ensino... falta de... falta de...

Falta de GOVERNO! Podemos mudar isso! Escolhamos melhor nossos eleitos!
Carolina Castello Branco Barros
CAROLINA CASTELLO BRANCO BARROS

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/12/2008

Parabéns ao Paulo Fernando pela excelente entrevista e pelo belo curriculum! Conheço muito bem seu trabalho à frente da APLISI e da sua belissíma propriedade. Sua paixão pelo gado leiteiro contagia todos ao seu redor, principalmente eu, que trabalho com ele há um ano e vejo o quanto se esforça para a melhoria da cadeia produtiva do leite, aqui no distrito de Santa Isabel.

Suas belissímas vacas são referências no município de Valença por sua grande qualidade, seu criatório de novilhas é um exemplo a ser seguido por outras propriedades. Vale a pena conhecer!

MilkPoint, parabenizo vocês também por ter entrevistado este excepcional produtor. Que em 2009 o sonho deste grande produtor seja realizado!

Carolina
José Geraldo Pereira Pinto
JOSÉ GERALDO PEREIRA PINTO

CAXAMBU - MINAS GERAIS

EM 16/12/2008

Gostei muito da entrevista. O MilkPoint foi muito feliz e deve entrevistar pessoas conhecedoras da atividade como o Sr. Paulo Fernando, que tem dado muitas contribuições para o setor leiteiro deste país.

Parabéns a todos.
Guilherme Leite Lopes
GUILHERME LEITE LOPES

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - TRADER

EM 13/12/2008

Na minha região, Rio Preto-MG, a fama da APLISI já chegou. Ela é tida como uma associação que promove interação e integração entre os produtores de leite, gerando um grande poder social, político e econômico. Esta condição aumenta seu poder de barganha junto aos laticínios, fornecedores de ração e no comércio de animais. A APLISI é uma ilha de excelência que, utilizando uma administração simples, dinâmica e criativa, viabiliza técnica e economicamente seus associados. A APLISI incorpora um padrão de qualidade que deve servir de modelo para outras regiões.

Mas, segundo Freud, "Nada acontece por acaso". O sucesso da Associação deve-se fundamentalmente ao seu fundador Paulo Fernando A. Corrêa a Silva, o grande Poleca. Ele é um formador de opinião e dotado de esmerada liderança. Apoiado no seu entusiasmo pela pecuária de leite, mudou a cultura produtiva da região de Santa Isabel, no município de Valença-RJ. É um grande estrategista e analisa profundamente o mercado da pecuária de leite para desenvolver suas atividades de curto, médio e longo prazo.

Foi através do Poleca que tomei conhecimento do MilkPoint. Ele considera essa Empresa a melhor ferramenta de planejamento para o pecuarista, por isso tornou-se um grande divulgador do seu site.
Sua propriedade, Córrego da Serra, é um exemplo de produtividade e tecnologia. Recomendo uma visita àquela fazenda. Lá você será muito bem recebido e se sentirá a pessoa mais importante do mundo.
Luiz Claudio Campos
LUIZ CLAUDIO CAMPOS

BARRA MANSA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2008

Admiro a pessoa Paulo Fernando pela sua liderança, fundador da Aplisi, que tenta fazer a união dos produtores de leite independente de sua produção, visando um ideal que é a comercialização do nosso leite por preço melhor possivel.

Acho que estamos no caminho certo, pois se não nos unirmos nunca teremos força (por achar que nosso produto teria que ser mais valorizado). Quando começamos com a Aplisi muitas pessoas achavam que não iria dar frutos, hoje ja temos resultados aparecendo, com espirito de união, temos muito a crescer.

Alvaro José da Fonseca Costa
ALVARO JOSÉ DA FONSECA COSTA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/12/2008

Como produtor de leite e associado da APLISI venho corroborar com as palavras do Paulo Fernando quando diz que a Associação tem amortecido os trancos que levamos. No início de 2006, após passar por um período de "vacas muito magras", descobri a Associação por intermédio de um produtor amigo. Em julho, na renovação do contrato, me tornei associado e hoje posso dizer que no nosso setor a esperança de sucesso passa, obrigatoriamente, pelas Associações.

A APLISI hoje é uma precursora daquilo que pode ser o remédio para uma vida melhor, tanto para o produtor que, organizado politicamente dentro de uma estrutura com metas e objetivos a serem alcançados, de forma harmoniosa e conjunta, terá a garantia de preços justos, como para o laticínio comprador que terá a certeza de garantir não só o volume do produto mas, também, a qualidade.
Junia V. Corrêa da Silva
JUNIA V. CORRÊA DA SILVA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 10/12/2008

Excepcional entrevista. Sou filha do produtor Paulo Fernando e admiro siceramente seu esforço, há décadas, em produzir leite de forma honesta, com custos reduzidos, objetivando investir na fazenda somente os rendimentos que são dali advindos, e não "inchar" seus custos com dinheiro vindo de outras fontes.

É realmente uma pena que o produtor de leite no Brasil não consiga nunca um retorno financeiro de todo o seu trabalho, aprendizado e esforços em conjunto em cooperativas e associações. Por sorte, a esperança dessas pessoas nunca morre e um dia ainda vamos ver o setor reagir e responder às espectativas de todos esses trabalhadores de tanta garra. Quem sabe o governo não toma um rumo decente e passa a responder com investimentos a tantos impostos pagos?!

Parabéns ao MilkPoint pelo belo trabalho.

Junia
Rinaldo Alves Vaz Sampaio
RINALDO ALVES VAZ SAMPAIO

IMPERATRIZ - MARANHÃO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/12/2008

São relatos como este que impulsionam os nossos sonhos, pois nota-se que todos aqueles que sobrevivem do setor são expressamente apaixonados pelo que fazem e tentam sempre dar a volta por cima, mesmo contra todos os imprevistos na ordem climatica ou burocratica na parte dos governos.

Quem sabe um dia nossos dirigentes vão acordar e valorizar nosso setor como ele precisa, ai vamos sair da marginalidade e virar pecuarista de leite em vez de tirador de leite.
Qual a sua dúvida hoje?