Parmalat fecha fábrica e prepara leilão de ativos

A Parmalat Brasil, controlada pela Laep Investments, fechou outra unidade de produção no país, fez demissões e vai leiloar ativos não-operacionais para fazer capital de giro. Pressionada pela falta de liquidez, a empresa encerrou as operações na fábrica de leite longa vida de Frutal (MG), que arrendou por 10 anos com opção de compra, da Cooperativa Mista de Produtores Rurais de Frutal. Também fez demissões em Itaperuna (RJ), onde produz leite longa vida e leite em pó.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 10
Ícone para curtir artigo 0

A Parmalat Brasil, controlada pela Laep Investments, fechou outra unidade de produção no país, fez demissões e vai leiloar ativos não-operacionais para fazer capital de giro. Pressionada pela falta de liquidez, a empresa encerrou as operações na fábrica de leite longa vida de Frutal (MG), que arrendou por 10 anos com opção de compra, da Cooperativa Mista de Produtores Rurais de Frutal. Também fez demissões em Itaperuna (RJ), onde produz leite longa vida e leite em pó.

Em nota, a empresa disse que decidiu transferir a produção de Frutal para a planta de Votuporanga (SP) e desativar as operações como "parte de um conjunto de medidas que visam ajustar a estrutura da empresa às demandas de mercado e buscar maior eficiência, concentrando as linhas de produção em fábricas localizadas nas proximidades dos maiores centros de consumo e das principais bacias leiteiras".

Segundo o presidente da Cooperativa de Frutal, André Luís Resende, a fábrica na cidade deixou de operar na segunda-feira (08) e todos os cerca de 40 funcionários foram demitidos. Ele disse que a Parmalat já comunicou que deseja encerrar o contrato que fez com a cooperativa. Apesar da suspensão das operações, a empresa não atrasou o pagamento de fornecedores de leite, disse.

Carlos Orioli, gerente da representação da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), na cidade, disse que houve demissões na fábrica da Parmalat em Itaperuna, mas não soube informar o número de dispensados.

O Valor apurou que a Parmalat estuda vender ativos não operacionais por meio de um leilão. A medida foi cogitada há alguns meses e, diante da situação atual da controladora Laep - cujas ações já recuaram 90,53% na bolsa desde o lançamento - a ordem é que o processo seja apressado. Como a Parmalat Alimentos está em recuperação judicial, antes de vender qualquer item, precisa fazer uma avaliação de preço de mercado e submeter a lista de ativos à Justiça para que ela aprove a venda.

Os ativos que podem ser vendidos são máquinas antigas, hoje sem utilidade; baús de caminhões, já que a empresa não faz mais distribuição logística, e até máquinas de escrever. Os recursos obtidos deverão entrar para o caixa da empresa, mas acredita-se que não serão economicamente relevantes. O processo está na fase de listagem dos itens e avaliação de valores, que serão usados como preço mínimo no leilão. Quando esse procedimento acabar, será pedida autorização ao juiz Alexandre Alves Lazzarini, que cuida da recuperação judicial, para que aprove a venda.

O Valor apurou ainda que o processo de recuperação judicial da Parmalat, apesar da situação difícil da Laep, transcorre sem sobressaltos, com os pagamentos aos credores obedecendo aos cronogramas estabelecidos. A empresa gasta cerca de R$ 3 milhões mensais, que são rateados entre os os credores.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha e Ana Paula Ragazzi, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 10
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Frederico Flauzino
FREDERICO FLAUZINO

XINGUARA - PARÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 17/09/2008

Outra vez, a pecuária leiteira sofre com sobressaltos. Desta vez, em uma tradicional bacia leiteira. Onde ha muitos anos se investe em melhoramento. Estive no triângulo mineiro em março deste ano. Visitei propriedades que em 05 (cinco) anos saltaram de 1000 para 3000 litros/dia. A média produtor/ano na região é uma das melhores que temos. Mas sem uma politíca séria por parte do governo federal/ministério da agricultura, ficamos a mercê das intempéries que nos aguardam.

Vivemos o difícil dilema de buscarmos eficiência na atividade, e quando os números começam a melhorar, o mercado retrai ou se fecha. Pois não temos instrumentos funcionais que alavanque o consumo interno, nem tão pouco suporte para abrirmos novos mercados e exportar no mínimo o excedente. Descarte involuntário, fechamento de fábrica, interrupção de fornecimento. A quem interessa? A ninguém! Desde que se criem mecanismos para que os elos da cadeia que produz, industrializa, comercializa e consome possam ser sustentáveis.

Continuamos a trabalhar por dias melhores.
MARCO ANTONIO O FERNANDES
MARCO ANTONIO O FERNANDES

ÁGUAS DE SANTA BÁRBARA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/09/2008

É, infelizmente damos o leite aos laticinios, vendemos pela casa dos miseros 0,60... 0,80 centavos de real, que nao pagam os gastos para um bom rebanho e eles como sempre ganham, iludem, abusam e como sempre continuam. Quando é que nos produtores vamos aprender a lutar para a nossa autosuficiencia financeira e nao ficarmos reduzindo o rebanho com a ilusao de estar com dinheiro em caixa, sonhando que é do leite vendido.

Ainda vai chegar a hora que todos deixarao de fornecer aos preços que eles determinam e possamos ganhar com a atividade. Pois no beneficiamento, processamento da materia prima que produzimos sao capazes de ganhar milhoes, percentualmente. E o caso da empresa citada os problemas oriundos veem de outros motivos, que nao sao da lucratividade da empresa.

Portanto fica ai um alerta a todos e todas associacoes para que enxerguem que se isso for uma cadeia de problemas, faremos o que com nossas produçoes? Baixaremos mais ainda os preços ? E é o cumulo uma garrafinha de agua mineral, seja ela qual for, custar mais que um litro de leite puro!
Marcos Almeida Junqueira Reis
MARCOS ALMEIDA JUNQUEIRA REIS

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/09/2008

Como ex-fornecedor, me solidarizo na pessoa do grande Chico Junqueira pelo momento difícil pelo qual passa empresa, certamente causada pelas decisões financeiras de gente que não é do ramo.
Certamente em breve a Parmalat estará de volta à ativa, desde que comandada por gente do ramo, que já tenha visto vaca pelo menos uma vez na vida fora dos escirtórios geladinhos da Avenida Paulista. Nosso mercado já é especulado demais pra receber mais essa dose de especuladores.
CARLOS AUGUSTO BONILLA DE ARAUJO
CARLOS AUGUSTO BONILLA DE ARAUJO

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/09/2008

Há sem dúvida um conflito existencial. Produtor de leite é uma coisa e processador de leite é outra coisa. O primeiro corre riscos e é submisso ao segundo.

Não se muda uma cultura imperial (imperialistas são os que não investem em vacas, ordenhadeiras e produção). Integralat é uma coisa, Parmalat é outra.

Essa dupla personalidade precisa ter uma definição. Se cai o preço do leite, como se sustenta o preço dos rebanhos?
João Lúcio de Almeida Silveira
JOÃO LÚCIO DE ALMEIDA SILVEIRA

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/09/2008

Conhecemos o potencial dos funcionários da Parmalat em Itaperuna, que tem contato com os produtores e cooperativas. São pessoas extremamente dedicadas ao que fazem. Lamentamos pelo ocorrido em Frutal e Itaperuna e somos parceiros nesse momento difícil para tornar a momentos bons. O ativo aplicado em conhecimento é o de mais relevância nessa empresa. Esses precisam estar no barco em todo tempo. Votos de recuperação e retomada de estabilidade!
Roberto Cunha Freire
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 13/09/2008

É lamentável assistir nos dias de hoje uma empresa como a Parmalat fechar parte do seu parque industrial. Forneci leite in natura por muitos anos para a mesma, que era levado para a sua indústria de Itaperuna-RJ. Creio que o melhor seria se a Cooperativa dos produtores de leite de Itaperuna assumisse aquele parque industrial, ele é muito importante socio-econômicamente para toda uma região, não só para a cidade de Itaperuna; além do mais, tem no seu patrimônio de mão de obra qualificada um quadro de pessoal dotado de profissionais competentes, dentre eles cito o técnico Franscisco Junqueira.

Quem sabe o governo do Estado do Rio de Janeiro desapropria o parque industrial e repassa para a Cooperativa de Itaperuna alavancar e estabilizar essa situação na região. É importante essa unidade se manter ativa para todos nós produtores rurais de leite.
CLAUDIO ANTONIO CESÁRIO
CLAUDIO ANTONIO CESÁRIO

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 12/09/2008

Espero que o trabalho de mais de 30 anos dedicados pelos Galera e Pignatari em uma região ainda dependente da sua agricultura e pecuária não sejam prejudicados. A Só Nata que hoje é um símbolo no município não deve ser prejudicada pela ganância e sonhos de poucos que só pensam em lucro deixando de lado história de pessoas que trabalham no laticínio a tantos anos como acredito que deve ter acontecido em Frutal.
Fausto Luiz Nolasco Araujo
FAUSTO LUIZ NOLASCO ARAUJO

SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GOIÁS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 11/09/2008

Quero compartilhar com meus amigos de Itaperuna-RJ, unidade em que atuei durante 02 anos, por este momento que estão passando, para alguns talvez o segundo. Na crise de 2003 trabalhava na unidade de Itaperuna-RJ e sei bem o que estão passando agora.

A falta de organização e a implementação de algumas ações com certeza estão causando toda esta situação.
Tenham fé e fiquem com Deus.
Sylvio de M Padilha Neto
SYLVIO DE M PADILHA NETO

IBITIÚRA DE MINAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/09/2008


Realmente uma pena!! Tanto trabalho e esforço conjunto de funcionários, produtores, ex-cooperados, dirigentes, autoridades e empresários locais, no sentido de resgatar a relevância da Cooperativa e a própria credibilidade da Parmalat em uma das maiores bacias leiteiras do país. Vamos torcer para que o trabalho realizado ao longo destes anos pelos ex-controladores da planta de Votuporanga também não seja prejudicado. Fica aqui o meu sincero voto de pesar pelo fechamento da fábrica em Frutal, demissões em Itaperuna e falta de direcionamento e planejamento estratégico da empresa.
Jose Marcio Fernandes Caroso
JOSE MARCIO FERNANDES CAROSO

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/09/2008

Onde está a empresa de integração da Parmalat? E sua parceria com os integrados, onde venderam uma idéia inovadora ao produtor, com compra de fazendas, aquisição de matrizes, compra de central de transferência de embriões. Mais uma vez o produtor é iludido por essa empresa, a investir e fornecer o seu produto sem garantia de continuidade.
Qual a sua dúvida hoje?