Parmalat: crise atual é diferente da de 2004
Fechamento de fábricas, venda de marcas e ativos, demissões, prejuízos acumulados, ações virando pó. Pela segunda vez em sua história, a Parmalat vive no Brasil um filme de horror empresarial. Só que, agora, dizem controladores e analistas de mercado, apesar de o roteiro parecer o mesmo, a situação da empresa é completamente diferente e o final da história, por conseqüência, poderá ser outro.
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Se, em 2004, a crise foi impulsionada pela expansão desmedida e desvios de caixa atribuídos aos controladores italianos, desta vez, as causas das dificuldades são diferentes e, em alguns pontos, comuns a outras empresas do setor. Segundo especialistas em agronegócio, as dificuldades começam com o fato de que a retração do consumo, causada pela inflação, foi somada à alta no preço do leite.
No caso da Parmalat, no entanto, o cenário recessivo pegou a empresa num momento de aquisições e forte endividamento. Com fluxo de caixa negativo, demanda por capital de giro e os R$ 500 milhões obtidos na abertura de capital já investidos, restou à controladora da Parmalat, o fundo de investimentos Laep, cortar despesas. "A expansão acelerada foi um erro de gestão", afirma André Gordon, sócio-gestor da GTI Administração de Recursos.
Houve ainda outros agravantes. O escândalo da fraude do leite, no qual cooperativas foram acusadas de adicionar soda cáustica e água oxigenada ao produto, pouco antes da abertura de capital do Laep, também afetou suas vendas. Além disso, a Parmalat também foi punida ao optar pela emissão de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) em vez de ações no Novo Mercado. "O Laep foi punido pela imagem ruim dos BDRs", diz Gordon. "Além disso, por ser um fundo de private equity [investimentos em empresas fechadas], o Laep se comunica mal com o mercado."
Outro agravante do cenário foi a venda, no início do mês, das ações do Laep que estavam nas mãos do fundo de investimentos americano Gavião. Sozinho, o fundo era dono de 24,36% da empresa. As ações foram vendidas ao UBS de Londres e ainda estão no mercado. "Ao vender um lote desse tamanho, num momento em que ninguém está interessado na empresa, os papéis caíram mais ainda", diz Gordon. Na sexta-feira, as ações da Laep eram cotadas a R$ 0,59. Na virada do ano, o papel valia R$ 8,20.
Segundo analistas, a queda é exagerada. Apesar de as ações disponíveis somarem R$ 85 milhões, os ativos do Laep valem quatro vezes esse valor. A marca Parmalat também é uma das mais valiosas do setor e a empresa é a única a ter distribuição nacional. Além disso, os planos da Integralat, outra empresa do grupo que pretende estruturar a produção de leite, devem começar a dar resultados até o meio de 2009, quando a empresa terá 26 mil vacas de maior produtividade.
O Laep também está preocupado em fazer caixa. Nas últimas semanas, fechou fábricas, colocou o jato corporativo à venda e vendeu a Poços de Caldas pelos mesmos R$ 50 milhões com os quais a comprara, quatro meses antes. Também pediu permissão à Justiça para leiloar equipamentos herdados da antiga Parmalat, seguindo o plano de reestruturação anunciado na conferência de investidores.
A matéria é de Cristiane Barbieri, publicada na Folha de SP, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Que vergonha!!!

POUSO ALEGRE - MINAS GERAIS - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)
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É bom que estes boateiros observem com bastante atenção oque está acontecendo nos Estados Unidos.
O mercado de capitais brasileiro está precisando de ética. Já vimos este filme antes.

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