Parmalat amarga R$ 666,1 milhões de prejuízo

Balanço divulgado ontem revelou que a Parmalat Alimentos registrou o maior prejuízo de sua história em 2005: R$ 666,1 milhões. Com isso, o patrimônio líquido da empresa entrou no negativo.

A maior parte do prejuízo ocorreu em função dos ajustes que precisaram ser feitos no balanço. Em meados do ano passado, a companhia provisionou R$ 242 milhões que tinha a receber de outras empresas do grupo. A empresa considerou que dificilmente receberia esses recursos.

No último trimestre de 2005, a fabricante deu baixa a outros R$ 246,8 milhões de dívidas que assumiu como avalista de sua controladora indireta, a Parmalat Participações. Só essas duas provisões elevaram o prejuízo da companhia em quase R$ 500 milhões em 2005.

Com o aumento do resultado líquido negativo, o patrimônio líquido da Parmalat - que representa tudo aquilo que uma empresa tem, menos suas obrigações - se tornou negativo em R$ 546,4 milhões.

Segundo matéria de Carolina Mandl para o jornal Valor, outro fator que contribuiu com o resultado foi a mudança da forma de contabilização da Parmalat Administração, controladora incorporada em 2001. Com isso, a Parmalat fez uma provisão de R$ 104,8 milhões no valor do ágio dessa aquisição.

Em maio deste ano, os credores aprovaram a transferência de controle da empresa para o fundo de investimento em participações Latin America Equity Partners (Laep). Com o valor recebido do novo investidor, que revendeu a Batávia à Perdigão, tornou-se possível liquidar, com deságio, as dívidas da Parmalat.

Depois de quase paralisar suas operações em 2004, quando entrou em concordata, o faturamento líquido da companhia cresceu 41,7% no ano passado para R$ 900,5 milhões.

A margem bruta da companhia também está em crescimento: passou de 13,5% em 2004 para 16,5% no ano passado. Com isso, o prejuízo operacional da Parmalat - sem contabilizar as provisões - também caiu de R$ 213,2 milhões para R$ 144,7 milhões. No último trimestre de 2005, ele ficou negativo em apenas R$ 1,8 milhões.