Parmalat acusa ex-coligadas de atrapalhar recuperação

Convencida de que a Carital Brasil e a Zircônia Participações agiram para prejudicar sua recuperação judicial, a Parmalat Brasil, controlada pelo fundo Laep Investments, pediu a abertura de dois inquéritos policiais para esclarecimento de atos praticados por ambas, que eram coligadas à antiga Parmalat.

O presidente da Carital, Francisco Mungioli, não se pronunciou e o presidente da Zircônia, Carlos Padeti, não respondeu a pedidos de entrevista.

No primeiro inquérito, a Laep afirmou que a Carital e a Zircônia atrapalharam a venda da Duchen à Perdigão, com o objetivo de obter eventual vantagem comercial. Elas teriam enviado cartas à Perdigão e à Laep, durante as negociações, dizendo que eram donas da marca Duchen.

No segundo, a Parmalat indicou que Carital e Zircônia reconheciam obrigações em processos judiciais e imputavam à companhia a responsabilidade pelo pagamento. Mungioli e Padeti também abriram ações contra Carital e Zircônia, das quais ainda são executivos e sócios, pedindo seus direitos trabalhistas. Reclamaram ainda responsabilidade solidária da Parmalat Brasil nas ações e encaminharam notificações à empresa, para que ela arcasse com os custos de defesa. Em depoimento, Mungioli disse que a reclamação trabalhista tem valor estimado de R$ 8 milhões.

Segundo advogados que trabalharam para a Parmalat e não querem ser identificados, a estratégia do Laep é tentar se proteger de sucessões de processos trabalhistas e tributários da antiga Parmalat, informou reportagem de Cristiane Barbieri, da Folha de S.Paulo.