O resultado das eleições presidenciais de 2022 causou revolta por parte dos caminhoneiros. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou o registro de bloqueios e paralisações em 13 estados e no Distrito Federal até o momento.
Os protestos não se alastraram como na greve de 2018 até o momento, mas ainda sim causam preocupação. Em 2018, economistas avaliaram que a greve dos caminhoneiros impactou negativamente o PIB daquele ano.
Como a paralisação pode afetar o setor lácteo?
Os bloqueios e restrições pelas rodovias do país, geram – além de trânsito e congestionamentos de horas – impacto em todas os ramos industriais e agroindustriais. Setores alimentícios sofrem ainda mais com as paralisações.
Como um produto altamente perecível, o leite acaba especialmente afetado por movimentos do tipo. Desde problemas e interrupções na coleta do produto nas propriedades rurais até a falta de recebimento de embalagens para envase nas indústrias, o setor de laticínios é prejudicado.
Ainda não há notícias sobre problemas com a captação de leite devido as paralisações atuais, mas pode haver dificuldade caso os bloqueios permaneçam.
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Atualização 01. (01/11 - 10h30m): Os impactos da paralização dos transportadores na cadeia láctea começaram a aparecer. São vários os reportes de falta de coleta de leite de produtores, com informações de caminhões presos nas barreiras e/ou com dificuldades de chegar às fábricas para descarregar, e também dificuldades para escoamento dos veículos que transportam derivados aos canais de venda.
Atualização 02. (01/11 - 14h): O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) emitiu nota alertando sobre a urgência na liberação de caminhões tanque utilizados no transporte de leite no Rio Grande do Sul. Tendo em vista os diversos pontos de paralisação de estradas em todo o país, indústrias de laticínios e transportadoras contratadas estão com dezenas de veículos parados em barreiras em diferentes locais do Estado.
Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a maior necessidade é a liberação de caminhões com leite cru ou vazios de forma a viabilizar a coleta nas propriedades rurais. Por ser um alimento vivo, o leite tem tempo máximo de 24 horas para ser coletado nos tanques resfriadores das fazendas. “A partir do meio-dia de hoje a situação complica-se no campo. Se não resolvermos isso logo, teremos produtor rural perdendo leite”, alertou, lembrando que o setor já vem atravessando dificuldades de rentabilidade ao longo de 2022.
Outra demanda urgente do setor industrial é pela liberação de caminhões de lenha e diesel parados nas estradas do país. A lenha é essencial para manter as caldeiras das indústrias em operação. “O que está se vendo nas estradas brasileiras é um ato contra a produção e que atinge a toda a população", reforçou Palharini.
Atualização 03. (02/11 - 11h45m): Produtores de vários estados já relatam a normalização da coleta de leite. Alguns pontos de São Paulo ainda seguem bloqueados – representantes da indústria citam certa dificuldade com o fluxo no retorno da capital.
Estamos atentos à novas atualizações para trazer as informações aqui no MilkPoint e caso você esteja tendo algum problema com a captação ou algo relacionado ao setor em decorrência das paralisações, entre em contato conosco ou comente no box abaixo explicando a situação e sinalizando o local. Obrigada!
*Fonte da foto: Freepik