Para leitor, queda de preços pode não ser sustentável

O leitor Roberto Jank Jr., diretor da Agrindus, comentou o artigo da seção "Conjuntura de Mercado", de Paulo do Carmo Martins. Na opinião dele, a realidade atual dos números, com expressiva queda generalizada de preços, não é sustentável sob a ótica da matéria-prima, visto que o ambiente externo é favorável, a seca é forte, o custo dos alimentos cresceu bastante e, com o final do azevém, acabou a safra do Sul.

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O leitor Roberto Jank Jr., diretor da Agrindus, comentou o artigo da seção "Conjuntura de Mercado", de Paulo do Carmo Martins. "Se as consequências negativas do mercado são reflexo da forma amadora que o setor encaminhou a questão, da articulação profissional do grande varejo e do efeito da mídia sobre o consumidor, fica a pergunta: será que a realidade atual dos números, com expressiva queda generalizada de preços, é sustentável?", diz ele.

"É difícil fazer previsões, mas minha opinião é que, sob a ótica da matéria prima, não é sustentável. O ambiente externo é favorável, a seca é forte, o custo dos alimentos cresceu bastante e, com o final do azevém, acabou a safra do Sul", completou.

Segundo ele, leite é um produto que não se produz em seis meses, e é certo que o aumento expressivo da produção entre maio e setembro está mais baseado em concentrados e BST do que em estrutura, profissionalismo e investimentos sustentáveis.

Para Jank Jr., após o enxugamento dos atuais excedentes, localizados principalmente nos estados do Sul, o setor rapidamente ajustará oferta e demanda em níveis de preços mais realistas, mas ainda longe dos patamares anteriores a 2007, seguindo o mercado externo. "Ao contrário do que a cautela nos recomenda fazer no Brasil, opino que isso deve ocorrer a partir de dezembro, janeiro no máximo", comenta.

Leia a carta de Roberto Jank Jr na íntegra, clicando aqui.
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Luciano Posseon
LUCIANO POSSEON

UNIÃO DA SERRA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 19/10/2007

Gostaria de mandar um abraço para o meu colega Leomar Martinelli da Líder Alimentos, e concordo com a sua opinião, que a oferta de leite ao produtor estava alta demais em relação aos últimos anos, fazendo assim aquecer o interesse do produtor em produzir e as indústrias deixando a desejar em suas condições de industrialização e comercialização.
Claudio Nery Martins
CLAUDIO NERY MARTINS

ACEGUÁ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/10/2007

Concordo com varias posições colocadas acima. Creio que a queda de preço que houve no mercado gaúcho para o produto leite é pura especulação da indústria. O consunidor absorve preços na varejo ao redor de R$ 1,70/l - caixa de UHT - sem criar crises de consumo (Pesquisa já feita entre as industrias).

Os preços no sul do Rio Grande do Sul (região da Consulat e Elegê) caíram R$ 0,09 neste mês, ficando em torno de R$ 0,56, enquanto na norte do estado (Elegê, Bom Gosto, Nutrilat e outras) se mantêm em torno de R$ 0,70 (preços base). Para a atividade da leiteira ser remunerável, deve receber bruto, no mínimo, R$ 0,70 (com as bonificações), produzindo não menos de 1000 litros mensais.

Acho que associações de produtores regionais são uma boa pedida para controlar oferta e preço, pois as cooperativas, via de regra, estão demasiadamente ligadas à atividade industrial. Abraços a todos.
Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 09/10/2007

O Sr. Aroldo Augusto Martins, da Fazenda Fala Verdade, em Edalina-Goiás, está certo quando diz que tirando a ração, a produção reduz e pode se buscar a lei da oferta e da procura.

Eu já pratico isto há tempo, porém, com vários vizinhos e amigos que troco idéia sobre esta fórmula, único instrumento que temos e sem qualquer custo, não vejo receptividade. Mas, pelo menos já sei que eu e o Sr. Aroldo assim pensamos, já é um começo.

Para muitos não importa se está trocando 6 por meia dúzia. O negócio deles é comprar muita comida e vender muito leite, sem ganhar nada, o que não ajuda em nada a encontrar um preço justo para o leite.

Parabéns, Sr. Aroldo.
OTAVIO A C FARIAS
OTAVIO A C FARIAS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 09/10/2007

Prezados leitores,

Da perspectiva do mercado mundial, o que se observa é uma possível queda de consumo de até 15%, resultado da alta de preços que foram sentidas somente a partir de junho ou julho, uma vez que grandes compradores mundiais tomam posições trimestrais.

Na virada do ano, a União Européia poderá ter afrouxamento das quotas de produção e poderá responder com aumento de 3 bilhões de litros de leite adicionais (conforme noticia no MilkPoint em 5/10/2007 - "Rabobank: preços de leite podem cair no início de 2008"). O mercado interno na UE está firme mas já houve ajuste de preços, e na próxima safra, no hemisfério norte, o mundo poderá ter disponibilidade considerável para suprir a demanda no mercado mundial.

Fatores positivos para o Brasil continuam a ser:

- Ambientais: Temperaturas mais altas, clima adverso em algumas regiões e insistente seca na Austrália;

- Desvalorização do dólar frente a muitas moedas (Euro chegando a US$ 1,42 em 08/10/2007);

- Subsídios à exportação zerados na União Européia;

- Taxa de crescimento do consumo mundial acima da taxa de crescimento da produção mundial... porém, essa equação não está ainda fechada para os preços de leite altíssimos que motivam produção em todo o mundo e ao mesmo tempo brecam consumo do consumidor final em 2007/2008.

O que está claro é que o limite de queda ou aumento do preço de leite ao produtor no Brasil é o mercado mundial. Ajuste de preços de commodities lácteas já são vistos no Brasil e em outras partes do mundo. No curto prazo, há algum ajuste de preços, e no medio/longo prazo, precisamos esperar para ver qual será o novo platô de preços, que deverá ser mais alto do que a média dos ultimos 5 a 10 anos.

Saudações a todos,

Otavio A. C. de Farias
Alliance Commodities
Mozart de Figueiredo Galvão
MOZART DE FIGUEIREDO GALVÃO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/10/2007

No Rio de Janeiro a seca está castigando os produtores. Já não existe mais pastagens nem silagens, e começa a faltar até água.

A produção está sendo mantida com concentrados, cujo preço está em constante elevação, devido ao grande aumento do milho e soja.

Não acredito em grande queda no preço do leite, pois Minas Gerais também atravessa a mesma seca do Rio de Janeiro.
José Marques
JOSÉ MARQUES

RIO MARIA - PARÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 08/10/2007

Realmente fica um ponto de interrogação (?), pois aqui no Norte, da mesma forma rápida que os preços reagiram, despecaram. Um dos primeiros a sofrer as consequências do mercado foi a mussarela, e como no Norte só se produz queijo, fica mais vulnerável às váriações de preços desse produto.

Agora, até onde vai não se sabe, pois aqui ainda estamos na entresafra, e com a chegada das chuvas os volumes aumentarão em até 50%, e como o mercado vai reagir é que é a grande pergunta.


Leomar Martinelli
LEOMAR MARTINELLI

RIO GRANDE DO SUL

EM 06/10/2007

Sobre a opinião do leitor acima, realmente o cenário observado foi um crescente aumento na produção (principalmente no Sul) e, em contrapartida uma
queda brusca no consumo em decorrência dos crescente aumentos nos preços praticado ao consumidor.

Este fator fará com que haja uma acentuação de preços tanto ao produtor quanto no produto acabado. O mercado externo continua aquecido, porém as exportações são insignificantes para absorver o excedente.
Paulo Mauricio B. Basto da Silva
PAULO MAURICIO B. BASTO DA SILVA

JARAGUÁ DO SUL - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/10/2007

Acredito que, além de circunstâncias favoráveis no mercado externo, o aumento expressivo no custo do leite a partir de março/2.007 se deveu também à "famosa" entressafra, que acontece de forma drástica com quedas de 40% a 50% em volume em algumas regiões, por razões de falta de alimento para o gado.

Agora, assistimos a queda do preço de produtos como leite longa vida e queijos, capitaneada pelo comércio, que percebeu a restrição ao consumo que ocorreu quando os preços atingiram valores históricos a partir de julho. Isso mesmo com aumento de oferta de leite no RS e SC. Essa gangorra não é saudável para nenhum elo da cadeia, e agora vamos assisitir a um processo de queda livre até quando?

Temos que profissionalizar toda a cadeia de lácteos e a indústria deve iniciar este processo, pois reúne as condições desejadas para dar o pontapé inicial. Os produtores devem entender também que a produção de leite não é uma bolsa de valores e devem apostar sim, e apoiar as indústrias que possuem programas adequados de apoio a produção leiteira, pois com isso pode ser criada a verdadeira parceria e não o que vemos por aí, atualmente.
Aroldo Augusto Martins
AROLDO AUGUSTO MARTINS

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/10/2007

Isto é a pura verdade, mas para isso precisamos, nós produtores, saber da importância da nossa matéria-prima, e com isso diminuir sem medo o fornecimento de concentrados, fazendo a produção dispencar em um curto espasso de tempo. Daí começarão a procura por leite.

Sabemos que a oferta de leite no mercado externo está em baixa, com sério comprometimento de produtos. Não vamos nos deixar iludir.
Celso Amaral Mello Jr.
CELSO AMARAL MELLO JR.

CAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/10/2007

Concordo com o Roberto. O aumento de produção que tivemos nos últimos meses foi basicamente resultado do uso mais agressivo dos alimentos concentrados e outros tipos de tecnologias de rápida reposta em produção.

Entretanto, a partir deste momento, o aumento dos custos dos alimentos concentrados levará a uma redução da utilização dos mesmos e conseqüente redução na oferta de leite. A seca prolongada e baixos estoques de alimentos volumosos na maioria dos produtores acentuarão esta redução da oferta de leite. Ou seja, não há porque haver queda significativa no preço do leite pago ao produtor.

Não podemos ser induzidos ao pessimismo no primeiro sopro de um vento adverso.
José Eustáquio Bernardino de Sena - Nenê Sena
JOSÉ EUSTÁQUIO BERNARDINO DE SENA - NENÊ SENA

CANDEIAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/10/2007

Esta queda é artificial, os preços se alinharão muito rápido...
guilherme bartmeyer
GUILHERME BARTMEYER

CASTRO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/10/2007

Concordo plenamente com o Roberto Jank Jr., acho que a redução do preço é especulativa, assim como a alta exagerada, mas não acredito em sobra de leite.
Qual a sua dúvida hoje?