Os ministros da Agricultura da União Européia (UE) concordaram há duas semanas com mais medidas designadas a liberar progressivamente o setor leiteiro, mas associações industriais disseram que isso simplesmente levará a mais distorções no mercado. O acordo, aprovado dentro do Health Check da Política Agrícola Comum (PAC), aumenta gradualmente as cotas de produção leiteira até sua abolição total, em 2015.
De acordo com a Comissão Européia, o aumento de 1% ao ano nas cotas de produção de leite para cada Estado Membro levará a uma "aterrissagem suave" à medida que o sistema de cotas é removido. O aumento anual da cota será implementado entre 2009/10 e 2013/14. Uma exceção, a Itália - um dos maiores produtores de leite do bloco - terá permissão de implementar os 5% totais de aumento da cota imediatamente em 2009/10.
A Comissária de Agricultura e Desenvolvimento Rural da UE, Mariann Fischer Boel, disse que as medidas implementadas ajudarão a livrar os produtores para "seguir os sinais do mercado". Entretanto, a indústria de lácteos do Reino Unido disse que, apesar da reforma ser direcionada para liberação do mercado e desregulamentação, não fornece certezas em médio prazo.
Segundo o diretor geral da organização que representa a indústria de lácteos britânica, Dairy UK, Jim Begg, o fato de ter programadas mais duas revisões da política de cotas nos próximos quatro anos não permite que se tenham certezas.
O sistema de cotas de produção de leite foi originalmente instaurado como forma de controlar a produção de leite na Europa. Cada Estado Membro recebeu um teto nacional para a quantidade de leite que pode vender em um ano. Para se manter dentro do limite, os produtores precisam comprar equivalentes em cotas para o número de litros de leite que pretendem vender. No Reino Unido, entretanto, a produção de leite caiu para baixo do teto nacional. Isso significa que a competição já reduziu e os preços caíram.
A reforma também ajusta o coeficiente de gordura do leite, que é o mecanismo usado para medir a produção de leite do país por ano, de acordo com seu teor de gordura. Esta mudança, disse Begg, poderá também criar aumentos diferenciais na cota, o que é algo que a indústria britânica quer evitar. "Estamos preocupados que estes aumentos na cota possam distorcer o mercado e possam tornar o ambiente comercial para as companhias de lácteos britânicas muito mais difíceis. Poderá haver mais produtos competindo pelo mesmo mercado".
A secretária de meio-ambiente do Reino Unido, Hilary Benn, disse que o acordo é um passo na direção certa para a reforma, mas também perdeu uma oportunidade de acelerar o processo de mudança. "Temos também visto como a PAC cria direitos adquiridos que distorcem as coisas e retardam o progresso de reforma. Eu compartilho o desapontamento do setor de lácteos do Reino Unido sobre as distorções competitivas resultantes do acordo e, considerando a grande quantidade de dinheiro que já foi gasta em pagamentos rurais, eu não poderia apoiar uso de fundos que não foram gastos que deveriam retornar aos Estados Membros".
A reportagem é do Dairy Reporter, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
Para britânicos, reformas de cotas distorcem o mercado
Os ministros da Agricultura da União Européia (UE) concordaram há duas semanas com mais medidas designadas a liberar progressivamente o setor leiteiro, mas associações industriais disseram que isso simplesmente levará a mais distorções no mercado. O acordo, aprovado dentro do Health Check da Política Agrícola Comum (PAC), aumenta gradualmente as cotas de produção leiteira até sua abolição total, em 2015.
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 2 minutos de leitura
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.
Deixe sua opinião!

HELVECIO OLIVEIRA
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO
EM 02/12/2008
Alguma semelhança com PAC de cá é pura coincidência- valha o trocadilho. O leite na Europa tem seus dias contados. Eles podem aumentar o quanto quiserem as cotas que a produção sofrerá o rechaço dos senis que se retiram humildemente, com seu dever cumprido, do cenário. Se eu morasse perto de Paris ou de Roma será que eu iria querer sujar o pé em fezes de vaca - será que meu pensamento está distante demais dos jovens de lá? Isso é pura divagação.
Se há aumento de cotas isso é um estímulo evidende à concentração de produção - não cabe isso na Europa, que já ocupa sete vezes sua área no terceiro mundo para produzir alimentos aos seus bichos subsidiados (Matos,2004). Obama também já deu o seu recado: não irá subsidiar latifundiários milionários pois é contra o desperdício. O futuro - bem próximo - já nos pertence. Numa paródia ao Veríssimo - Olhai, e bem, para os pastos de seus campos produtores do Brasil.
Forte abraço aos amigos produtores, vamos em frente!
"Os cães ladram mas a caravana passa."
Se há aumento de cotas isso é um estímulo evidende à concentração de produção - não cabe isso na Europa, que já ocupa sete vezes sua área no terceiro mundo para produzir alimentos aos seus bichos subsidiados (Matos,2004). Obama também já deu o seu recado: não irá subsidiar latifundiários milionários pois é contra o desperdício. O futuro - bem próximo - já nos pertence. Numa paródia ao Veríssimo - Olhai, e bem, para os pastos de seus campos produtores do Brasil.
Forte abraço aos amigos produtores, vamos em frente!
"Os cães ladram mas a caravana passa."