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Papel dos alimentos lácteos na prevenção do câncer de cólon

POR JULIANA SANTIN

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 11/04/2005

19 MIN DE LEITURA

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Os cânceres de cólon e de reto representam a terceira maior causa de morbidade e mortalidade por câncer em homens e mulheres nos Estados Unidos (1). Uma em cada 17 pessoas desenvolverão este tipo de câncer em algum momento de sua vida (1). No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estimativas para o ano de 2005 apontam o câncer colo-retal como o 4º tumor maligno mais freqüente para ambos os sexos. A maior incidência de casos ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos, mas as possibilidades de desenvolvimento já aumentam a partir dos 40 anos. O número de casos novos de câncer de cólon e reto estimados para o Brasil em 2005 é de 12.410 casos em homens e de 13.640 em mulheres. Estes valores correspondem a um risco estimado de 14 casos novos a cada 100 mil homens e 15 para cada 100 mil mulheres.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto em homens é o quarto mais freqüente nas regiões Sul (22/100.000), Sudeste (20/100.000) e Centro-Oeste (10/100.000). Nas regiões Nordeste (4/100.000) e Norte (3/100.000), ocupa a quinta e a sexta posição, respectivamente. Para as mulheres é o terceiro mais freqüente nas regiões Sul (22/100.000), Sudeste (21/100.000), Centro-Oeste (10/100.000) e Nordeste (5/100.000), enquanto na região Norte (4/100.000) é o sexto mais freqüente.

Como as causas dos cânceres de cólon e de reto são aparentemente as mesmas, este artigo tratará destes cânceres somente como câncer de cólon. Tanto fatores genéticos como ambientais contribuem para o desenvolvimento desta doença (2,3). Entre os fatores ambientais, um dos mais importantes é a dieta (4). Pesquisas relacionam padrões dietéticos, alimentos e componentes alimentícios ao aumentado risco de câncer de cólon, bem como outros com menor risco para a doença.

Cada vez mais pesquisas estão mostrando um papel protetor dos alimentos lácteos contra o câncer de cólon (5-10). Um estudo demonstrou que o aumento no consumo de alimentos lácteos com baixo teor de gordura, como leite, queijos e iogurte desnatados, reduziu significantemente a atividade proliferativa das células epiteliais do cólon (um precursor do câncer de cólon) e restaurou marcadores de diferenciação normal das células do cólon em adultos com alto risco de câncer de cólon (10). Vários outros estudos identificaram outros componentes dos alimentos lácteos com propriedades anti-carcinogênicas, incluindo cálcio, vitamina D, ácido linoléico conjugado (CLA), esfingolipídios, ácido butírico, bactérias probióticas (em alimentos lácteos fermentados contendo culturas), proteína e vitamina A (11-14).

Evidências sugerem um papel protetor dos alimentos lácteos contra o câncer de cólon

Estudos epidemiológicos relacionaram a alta ingestão de alimentos lácteos com o risco reduzido de câncer de cólon (5-9,15,16). Um grande estudo de caso-controle na Califórnia mostrou que a ingestão de iogurte protege contra o câncer de cólon, particularmente do cólon distal, em homens e mulheres (15). Similarmente, um estudo de caso-controle feito em Utah relacionou as maiores ingestões de leite e outros alimentos lácteos com o decréscimo no risco de câncer de cólon, particularmente em homens (16). Um estudo prospectivo de sete anos com 14,727 mil mulheres de meia-idade associou as maiores ingestões de alimentos lácteos com um menor risco de câncer colo-retal (7). O Estudo de Antioxidantes na Prevenção de Pólipos, uma pesquisa prospectiva com mais de 700 adultos, mostrou que as pessoas que consumiram mais de duas porções de alimentos lácteos por dia apresentaram um risco levemente menor de câncer de cólon recorrente do que os adultos que consumiram menos de meia porção de alimentos lácteos por dia (9). A substituição em indivíduos saudáveis de produtos lácteos normais por produtos lácteos sem cálcio mostrou um decréscimo na citotoxicidade da água fecal (um marcador de risco para câncer de cólon) (5,6).

Descobertas de outro estudo envolvendo 70 adultos com alto risco de câncer de cólon por terem desenvolvido anteriormente adenomas no cólon (um tumor não canceroso que é precursor do câncer de cólon) apoiaram as evidências epidemiológicas citadas acima (10). Neste estudo aleatório e controlado, 33 adultos consumiram suas dietas normais (isto é, grupo controle) enquanto 37 adultos aumentaram sua ingestão diária de alimentos lácteos com baixo teor de gordura, fornecendo uma ingestão total de cálcio de aproximadamente 1500 mg/dia (isto é, grupo experimental) (10). Os adultos que aumentaram sua ingestão de alimentos lácteos com baixo teor de gordura exibiram menores taxas de proliferação celular no cólon e um crescimento e desenvolvimento mais normal das células do cólon indicando menor risco para câncer de cólon em seis e/ou 12 meses. Os alimentos lácteos representam a principal fonte de cálcio da dieta (17). Entretanto, como esses alimentos contêm uma série de outros nutrientes além do cálcio com potenciais propriedades anti-carcinogênicas, os dados não foram capazes de provar que o cálcio por si só foi completamente responsável pelo efeito anticâncer dos alimentos lácteos (10). No entanto, os pesquisadores sugerem que o aumento na ingestão de cálcio para 1500 mg/dia, uma quantidade recomendada para reduzir o risco de osteoporose (18), pode também reduzir os riscos de câncer de cólon (10).


Componentes dos alimentos lácteos relacionados com a redução do risco do câncer de cólon

Cálcio e vitamina D. Estudos epidemiológicos relacionaram a maior ingestão de cálcio com a reduzida incidência e mortalidade de câncer de cólon tanto nos Estados Unidos como em diferentes países (11,16,19,20). Da mesma forma, pesquisas inversamente relacionaram a ingestão de vitamina D (que aumenta a absorção de cálcio) com os riscos de câncer de cólon (11,21). A vitamina D é obtida através da síntese na pele após exposição à luz solar e pelo consumo de alimentos contendo vitamina D, como os leites fortificados.

Estudos epidemiológicos de caso-controle também deram suporte ao efeito protetor do cálcio e/ou vitamina D contra o câncer de cólon ou precursores da doença (isto é, adenomas) (15,22-26). Um estudo de caso-controle envolvendo mais de quatro mil adultos na Califórnia, Utah e Minnesota, mostrou um menor risco de câncer de cólon em indivíduos que consomem dietas com alto teor de cálcio (23). Além disso, esse estudo mostrou que essas dietas ricas em cálcio reduzem os riscos de câncer de cólon associados com a alta ingestão de calorias.

Há 20 anos, um estudo prospectivo (de coortes) de 19 anos que envolveu 1954 homens trabalhando na companhia Western Union Electric, em Chicago, demonstrou um efeito benéfico do cálcio e da vitamina D contra o câncer de cólon (27). Neste estudo, a incidência de câncer de cólon foi reduzida em 75% em homens que consumiram 1200 mg ou mais de cálcio por dia e em 50% naqueles cuja ingestão de vitamina D foi de mais de 3,75 µg (150 U.I.) por dia (27). O Estudo de Antioxidantes na Prevenção de Pólipos relacionou a maior ingestão de cálcio na dieta, mas não de suplementos de cálcio, com um risco reduzido de adenomas colo-retais recorrentes (9). Esse estudo também mostrou que o efeito benéfico do cálcio dietético no risco de câncer de cólon é maior em indivíduos que consomem uma dieta rica em gordura do que naqueles que consomem uma dieta com baixo teor de gordura (9). Apesar de nem todos os estudos epidemiológicos associarem a maior ingestão de cálcio ao reduzido risco de câncer de cólon, possivelmente por causa de fatores que pudessem confundir (28), os estudos epidemiológicos em geral apóiam o efeito protetor do cálcio e da vitamina D contra o câncer de cólon.

Muitos estudos experimentais com animais reportaram um papel protetor do cálcio e/ou da vitamina D contra o câncer de cólon (11,19,21,29-36). Esses estudos ajudaram a elucidar os potenciais mecanismos pelos quais esses nutrientes podem proteger contra o câncer de cólon (30,34). A gordura da dieta aumenta os ácidos biliares e os ácidos graxos livres no lúmen do cólon, resultando em danos para o epitélio do cólon e aumento na proliferação de células epiteliais (34).

Em roedores, o aumento na ingestão de cálcio levou ao decréscimo na hiper-proliferação das células epiteliais do cólon induzida pelos ácidos biliares e ácidos graxos (11). Quando ratos de laboratório consumindo dietas ricas em gordura consumiram altas quantidades de cálcio, sua excreção de ácidos biliares e ácidos graxos livres na porção solúvel (água) das fezes decresceu (30,31,34). O cálcio intraluminal se quela com ácidos biliares não conjugados e/ou ácidos graxos ionizados livres formando complexos de cálcio e ácidos graxos/biliares relativamente insolúveis que são menos tóxicos para a mucosa colo-retal do que os ácidos biliares e os ácidos graxos na porção de água das fezes (30,34).

Estudos em animais experimentais também demonstraram que o cálcio na dieta reduz a proliferação das células epiteliais do cólon induzida pela gordura da dieta (34,35). Quando a ingestão de cálcio aumentou em animais experimentais alimentados com uma dieta estilo Ocidental de "estresse nutricional", ou seja, rica em gordura e fosfato e pobre em cálcio e vitamina D, a hiper-proliferação das células epiteliais nas criptas do cólon reduziram quase para os níveis dos animais controle (35). Similarmente, em outro estudo laboratorial com animais, a dieta "estilo Ocidental" desencadeou significantes mudanças displásicas morfológicas no cólon dos animais relacionadas com o desenvolvimento e a progressão de tumor (31). Além disso, as lesões no cólon e outras mudanças induzidas pela dieta foram similares àquelas produzidas por carcinogênicos químicos (31).

Em animais experimentais, o aumento do cálcio e/ou da vitamina D na dieta também reduziu os tumores induzidos por carcinogênicos (29,33). A efetividade do cálcio em inibir os tumores de cólon quimicamente induzidos em animais experimentais foi demonstrada ser maior na presença de uma dieta rica em gordura do que uma pobre em gordura (29). O cálcio, então, parece agir contra qualquer efeito promotor de câncer da gordura dietética. A capacidade da vitamina D de inibir o câncer de cólon quimicamente induzido parece depender de uma quantidade mínima de cálcio na dieta (32,36).

Estudos in vitro envolvendo culturas de células da mucosa do cólon humana e animal demonstraram que o aumento do cálcio da dieta reduz a hiper-proliferação das células da mucosa epitelial e protege contra os efeitos danosos dos ácidos biliares e ácidos graxos nas células epiteliais do cólon (19,37). Em estudos in vitro também foi demonstrado que o aumento do cálcio dietético inibe o crescimento das células cancerosas do cólon, possivelmente por desencadear a apoptose (morte celular programada) (37,38).

Experiências com intervenção clínica em humanos também apoiaram o efeito protetor do cálcio e/ou da vitamina D contra o câncer de cólon (5,11,19,39-45). Vários estudos indicaram que o aumento na ingestão de cálcio reduz a hiper-proliferação das células epiteliais do cólon ou normaliza a distribuição da proliferação das células dentro das criptas colo-retais em indivíduos com risco de câncer de cólon (19,40,41). O aumento na ingestão de cálcio, especialmente em pessoas com risco de câncer de cólon devido à historia de retirada de adenomas no cólon, também demonstrou reduzir os ácidos biliares fecais e produzir um perfil "mais saudável" do ácido biliar com relação ao câncer de cólon ou a decréscimo da citotoxicidade da água fecal (5,6,34,43,44).

Em estudos metabólicos cruzados, 13 homens saudáveis consumiram uma dieta típica ocidental contendo ou produtos lácteos sem cálcio ou produtos lácteos ricos em cálcio por uma semana cada (5,34). O cálcio do leite aumentou significantemente o pH fecal e a excreção de fosfatos, gorduras totais, ácidos graxos livres se ácidos biliares pelas fezes. O cálcio do leite, portanto precipitou os ácidos biliares e os ácidos graxos livres do lúmen e inibiu sua absorção. O cálcio do leite também reduziu a concentração de ácidos graxos de cadeia longa, ácidos biliares secundários, esteróis neutros e fosfolipídios na água das fezes ou reduziu a citotoxicidade da água fecal (5,34).

Um estudo aleatório envolvendo 930 pessoas que anteriormente tiveram a remoção do adenoma colo-retal mostrou que o aumento na ingestão de cálcio por quatro anos reduziu os riscos de adenomas colo-retais recorrentes (45). As pessoas receberam aleatoriamente ou carbonato de cálcio (1200 mg do cálcio elementar) ou placebo. Os indivíduos que receberam maior quantidade de cálcio apresentaram redução nos riscos do retorno de adenomas em 19% e no número total de tumores em 24% (45). A redução no risco foi aparente em menos de um ano.

Ácido linoléico conjugado (CLA). O CLA, encontrado em alimentos lácteos, como leite, iogurte e queijos (46), inibiu o câncer de cólon em animais experimentais e em estudos in vitro (12,47,48). Quando ratos de laboratório foram alimentados com CLA, um isômero de ácido graxo essencial, a incidência de focos anormais em criptas induzidos quimicamente (um marcador pré-canceroso) no cólon foi acentuadamente reduzida (48). Além disso, estudos com culturas de células demonstraram que concentrações fisiológicas de CLA inibem a proliferação de células de câncer colo-retal maligno em humanos (47). O(s) mecanismo(s) pelo qual o CLA protege contra o câncer de cólon ainda não foi claramente estabelecido, mas pode envolver um decréscimo na síntese de prostaglandina e/ou uma melhoria na resposta imune (12,49). Em humanos alimentados com queijo cheddar (112 g/dia) por quatro semanas houve aumento nos níveis sangüíneos de CLA (50).

Esfingolipídios. Os esfingolipídios são um importante tipo de gordura encontrada no leite e outros alimentos lácteos, que pode proteger contra o câncer de cólon (12,51-54). Os esfingolipídios reduzem o potencial metastático e o crescimento de várias linhagens de células cancerosas humanas (52). Estudos em ratos de laboratório demonstraram um efeito protetor da esfingomielina, o esfingolipídio mais comum, no câncer de cólon (51,53,54). Ratos de laboratório alimentados com um carcinogênico e com esfingomielina isolada de leite em pó desnatado exibiram menos da metade da incidência de tumores de cólon encontrada nos animais controle alimentados somente com carcinogênicos (51). Essas descobertas foram confirmadas por um segundo estudo no qual os esfingolipídios do leite (1% da dieta) reduziram o número de focos anormais em criptas do cólon em 70% em ratos (53). O(s) mecanismo(s) pelo qual os esfingolipídios da dieta protegem contra o câncer é desconhecido, mas pode envolver um efeito no metabolismo do cálcio e da vitamina D (55,56).

Ácido butírico. O ácido butírico, um ácido graxo de cadeia curta encontrado na gordura do leite, pode explicar em parte o efeito protetor dos alimentos lácteos contra o câncer de cólon (12,57). Estudos in vitro indicaram que a adição de butirato a células de câncer de cólon de ratos com risco genético para esse câncer reduziu a proliferação de células do cólon e aumentou a apoptose (morte celular programada). (58). Além disso, o tratamento de linhagens de células humanas de cólon com butirato de sódio inibiu a proliferação celular do câncer e induziu mudanças morfológicas consistentes com morte celular (59,60). Estudos com animais experimentais também apoiaram o efeito protetor do butirato contra o câncer de cólon (61).

Culturas de probióticos. Os probióticos ou bactérias promotoras de saúde como lactobacilli e bifidobactéria em alimentos lácteos fermentados ou contendo culturas (por exemplo, iogurte) pode ter um papel na redução do risco de câncer de cólon (15,62). Entretanto, as espécies e cepas de bactérias usadas nos alimentos lácteos bem como outros fatores (como idade do animal, carcinogênico químico usado) podem influenciar os efeitos protetores desses componentes lácteos (63,64). Quando animais experimentais implantados com células de tumores foram alimentados com bactérias produtoras de ácido lático como Lactobacillus acidophilus, o tempo de indução do câncer experimental aumentou (65). A ingestão de produtos com Lactobacillus contendo bactérias produtoras de ácido lático viáveis podem reduzir o risco de câncer de cólon diretamente pela redução de substâncias pró-carcinogênicas ou indiretamente pela redução dos níveis de enzimas que convertem pró-carcinogênicos em carcinogênicos no intestino (62,66,67). Pesquisas demonstram que uma cepa específica lactobacilo, Lactobacillus GG, reduz a incidência e o número de tumores em ratos de laboratório tratados com carcinogênicos, particularmente durante os estágios iniciais promocionais da carcinogênese e quando os animais são alimentados com dietas ricas em gordura (68). Da mesma forma, estudos indicam que outra bactéria produtora de ácido lático, Bidifobacterium longum, inibe a proliferação celular e o desenvolvimento de tumores de cólon em ratos de laboratório tratados com carcinogênicos químicos e alimentados com uma dieta rica em gordura (69,70).

Estudos em humanos indicam que suplementos de Lactobacillus acidophilus reduzem a atividade de enzimas bacterianas fecais (como ß-glucuronidase e nitroredutase), que podem converter pró-carcinogênicos em carcinogênicos (66,67). Além disso, quando mulheres adultas da Finlândia suplementaram sua dieta com iogurte contendo Lactobacillus GG viáveis por quatro semanas, houve decréscimo nas atividades das enzimas bacterianas fecais (71).

Outros. Outros ingredientes lácteos incluindo proteínas e vitamina A podem reduzir os riscos de câncer de cólon (13,14,72,73). Estudos com animais experimentais e estudos in vitro indicam que proteínas do leite, como caseína, e proteínas do soro do leite, podem proteger contra o câncer de cólon (13,72,73).

Prevenção

A prevenção e a detecção precoce são elementos chave para o controle do câncer de cólon. Muitos componentes dietéticos incluindo alta ingestão de gordura e baixa ingestão de fibras na dieta, bem como a baixa ingestão de frutas e vegetais, são identificados como fatores de risco para o câncer de cólon (1). A ingestão inadequada de alimentos lácteos pode também ser adicionada a esta lista. Baseado nas evidências atuais, conclui-se que o consumo de pelo menos as quantidades recomendadas de cálcio (isto é, 1200 mg para adultos) e vitamina D (isto é, 10 a 15 µg por dia) para adultos com mais de 50 anos de idade (74), especialmente de alimentos lácteos, que são as principais fontes destes nutrientes em nossa dieta (17), parece ser uma medida prudente para ajudar a reduzir o câncer de cólon.

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71. Ling, W.H., R. Korpela, H. Mykkanen, et. al. ,J. Nutr. 124: 18, 1994.
72. McIntosh, G.H., G.O. Regester, R.K. LeLeu, et. al. ,J. Nutr. 125: 809, 1995.
73. MacDonald, R.S., W.H. Thorton, Jr., and R.T. Marshall. J. Dairy Sci. 77: 1167, 1994.
74. Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes for Calcium, Phosphorus, Magnesium, Vitamin D, and Fluoride. Standing Committee on the Scientific Evaluation of Dietary Reference Intakes. Washington, DC: Food and Nutrition Board, National Academy Press, 1997.
75. Estimativa 2005 - Incidência de câncer no Brasil - INCA (https://www.inca.gov.br/estimativa/2005/conteudo_view.asp?ID=5, acessado em 01/04/05).

Fonte: Baseado em artigo do National Dairy Council (https://www.nationaldairycouncil.org)

JULIANA SANTIN

Médica veterinária formada pela FMVZ/USP. Contribuo com a geração de conteúdo nos portais da AgriPoint nas áreas de mercado internacional, além de ser responsável pelo Blog Novidades e Lançamentos em Lácteos do MilkPoint Indústria.

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RONALDO AUGUSTO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2005

Quero cumprimentar a Juliana pela excelente matéria. A propósito, esta matéria faz parte de tese de mestrado? Creio que é bastante provável, pois está substanciada em rica bibliografia e estudos de caso. De qualquer maneira entendo que esta matéria deveria ser divulgada para as autoridades constituídas, tanto a nível municipal, quanto estadual e federal. Permita-me fazer uma pergunta: o consumo do leite longa vida tem o mesmo efeito preventido (e até curativo) evidenciados em sua pesquisa? Cordial abraço. Ronaldo Augusto



<b>Resposta da autora:</b>



Prezado Ronaldo,



Muito obrigada pelo seu contato. Com relação à sua pergunta, o consumo de leite longa vida tem sim os efeitos preventivos do câncer de cólon justamente porque esses efeitos são proporcionados por nutrientes presentes naturalmente no leite que não são perdidos durante o processo de produção do leite longa vida.



Certamente o tratamento térmico ao qual o leite é submetido leva a perdas parciais de alguns nutrientes - o que também acontece, embora em menor escala, no leite pasteurizado. No entanto, os nutrientes que são parcialmente perdidos não são aqueles que estão envolvidos no processo de prevenção do câncer de cólon, citados no artigo. Há perda de uma pequena parte de proteínas e de algumas vitaminas, como vitaminas C, B1, B6, B12 e ácido fólico, mas essas perdas chegam a no máximo 30% (no caso da vitamina C) e também ocorrem, menos mas ocorrem, no caso da pasteurização ou da fervura doméstica do leite. De acordo com a Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), essas perdas não são relevantes pois o leite não é considerado fonte primordial desses nutrientes.



Qualquer outra dúvida, volte a entrar em contato.



Um abraço,



Juliana Santin

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