Conforme a secretaria, 18% dos entrevistados tiveram sua renda cortada em mais da metade, 41% em menos da metade e 39% não tiveram alterações - apenas 2% apresentaram incremento.
A causa dominante apontada para a queda na renda foi o encolhimento do mercado consumidor, em razão do fechamento de cozinhas industriais e escolas, além da menor demanda de restaurantes e feiras livres. Em meio à crise, 20% dos produtores revelaram ter limitado gastos com a manutenção das famílias.
Por ordem de relevância, os canais de comercialização mais usados pelos pesquisados para escoar seus produtos foram agroindústrias, intermediários, consumidor final (venda direta) e mercados locais e regionais. Considerando as quatro atividades preponderantes dos produtores, os intermediários foram mais acessados por olericultores e fruticultores, e as agroindústria por criadores de gado de corte e leite.
Na busca por recuperar renda, 32% dos entrevistados se inscreveram para receber o auxílio emergencial do governo federal e 6% disseram que irá fazê-lo. Do total, porém, 36% não eram elegíveis ao benefício, enquanto 23% disseram não ter interesse e 3%, não ter informação.
Ao Valor, Gustavo Junqueira, secretário de Agricultura de São Paulo, disse que a pesquisa ajudará a nortear as ações do poder público, que admitiu serem lentas. Em abril, ele disse à reportagem que a concessão de crédito aos pequenos produtores poderia ser feita via Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), que conta com R$ 100 milhões em caixa que podem ser destinados a ações emergenciais e de recuperação dessa cadeia. De lá para cá, segundo Junqueira, a proposta avançou na Secretaria da Fazenda do Estado, mas não tem data para sair do papel.
Segundo ele, a quarentena no Estado, que começou há três meses, é sentida num ritmo diferente no campo. Usando como exemplo os produtores de leite, disse que a resiliência nas fazendas é maior. “O produtor rural é diferente do comerciante urbano. Ele tem a terra como ativo, seus animais. Com a crise, a vaca continuou lá, foi para o pasto, o produtor comprou menos ração para ela e pôde comprar a vacina depois, com a extensão dos prazos no Estado. Teve uma perda de margem, precisou redirecionar a produção, mas é menos provável que ele saia da atividade no curto prazo”, afirmou ele.
As informações são do Valor Econômico.