País terá excedente de mais de um bilhão de litros

O aumento de 10% na produção nacional de leite estimado para 2008, aliado a uma retração do consumo em relação ao ano passado, deve gerar este ano um excedente de 1,4 bilhão de litros. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, este excesso de oferta é reflexo dos preços praticados no ano passado, que estavam atraentes e estimularam investimentos no setor.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 1 minuto de leitura

Ícone para ver comentários 10
Ícone para curtir artigo 0

O aumento de 10% na produção nacional de leite estimado para 2008, aliado a uma retração do consumo em relação ao ano passado, deve gerar este ano um excedente de 1,4 bilhão de litros. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, este excesso de oferta é reflexo dos preços praticados no ano passado, que estavam atraentes e estimularam investimentos no setor.

No entanto, Alvim ressaltou que a demanda por produtos lácteos cresceu menos do que a oferta, provocando queda nos preços pagos aos pecuaristas leiteiros. Na sua avaliação, a crise vivida pelo setor põe em risco um milhão de produtores no País e pode prejudicar o fornecimento de leite em 2009. "Este cenário pode causar impactos inclusive na balança comercial, que tem crescido significativamente nos últimos anos", alertou Alvim, que também preside a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "Se persistir este cenário de redução de preços, será a liquidação da bacia leiteira brasileira", afirmou.

Rodrigo Alvim informou que a Câmara Setorial aprovou, na última quinta-feira (18), algumas medidas emergenciais, que serão levadas ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. Entre as reivindicações está a criação de uma linha de crédito de R$ 300 milhões para Empréstimo do Governo Federal (EGF), para financiar os estoques das empresas, ampliando de R$ 10 milhões para R$ 15 milhões o limite por indústria.

Também será solicitada linha de crédito de R$ 100 milhões para que as indústrias adquiram leite nas regiões produtoras e destinem maior volume às regiões consumidoras. Alvim disse, ainda, que a Câmara Setorial, composta por representantes de toda a cadeia produtiva, pedirá ao Governo ações efetivas para o combate à fraude, a implantação da reforma tributária para evitar prejuízos com a incidência de impostos, além de compras governamentais para incluir o leite na cesta básica e na merenda escolar.

As informações são da Agência CNA, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
Ícone para ver comentários 10
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

osmar u. carvalho
OSMAR U. CARVALHO

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/10/2008

Seria uma ótima solução o programa de leite nas escolas, coordenado, dirigido pelos poderes federal, estadual e municipal. Comprando o leite na bacia leitera do municipio, evitaria "o turismo do alimento" para os escolares.

Na formação de bons hábitos alimentares na escola evitaria outros produtos, que satisfazem o paladar, mas realmente não formam um escolar sadio. Os produtores seriam valorizados e a situação caótica do momento teria "uma luz no fim do tunel", para os produtores. Não é possível que o governo, passivamente, vai presenciar a matança de vacas leiteras ou "a galinha de ovos de ouro. O brasileiro precisa formar bons h´bitos alimentares. As filas do SUS diminuiriam.

Osmar urbano de Carvalho

Carlos Andre Mucida Santos
CARLOS ANDRE MUCIDA SANTOS

GUARAPARI - ESPÍRITO SANTO - VAREJO

EM 30/09/2008

Eu também tiro leite! Nem sei quanto vou receber pelo meu produto. Preço baixo, muito prazo, alto custo. Incertezas, eu vou parar de produzir, com certeza.
Stanley Ramos Gusman
STANLEY RAMOS GUSMAN

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/09/2008

Entendo que é hora dos produtores se fortalecerem em cooperativas e associações, e criarem, imediatamente suas marcas próprias, industrializar e agregar valores a matéria prima.
A Nestlé já busca adquirir concorrentes. Isso porque a concorrência incomoda, cria o remédio natural para a descartelização.
Fantástica a comparação do copo de leite em relação aos estudantes.
Vamos conversar.

Abraço a todos.
Celso Jose de Araujo Campos
CELSO JOSE DE ARAUJO CAMPOS

BARBACENA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/09/2008

O Sr. Rodrigo Alvin deve de ter esquecido do volume de soro que é acrescido no leite longa vida e das bebidas lácteas. Já passou da hora do governo proibir tal prática irresponsável sob oponto de vista sanitário para o consumidor e financeiro para os produtores, para os quais são impostas normas e normativas de qualidade.
Nestor Luiz Breda
NESTOR LUIZ BREDA

SÃO MIGUEL DO OESTE - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 24/09/2008

Caros Leitores

A história se repete e pouco se faz para mudar o destino dos produtores de leite. Aliás, não é somente na produção de leite que se repete as altas e baixas dos preços das commoditeis agrícolas.
Será que já é hora da indústria e principalmente os produtores de leite regular o mercado estabelecendo cotas de produção?
É uma utopia possível?

Fica uma reflexão para os leitores e produtores de leite.

Abraços


Eng. Agr. Nestor Luiz Breda
luiz fernando carlsen de camargo
LUIZ FERNANDO CARLSEN DE CAMARGO

CASCAVEL - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/09/2008

O que o Aroldo diz é logico e o Helvecio tambem.Eu estou bem propenso a largar esta escravidão e deixar de ser capacho dos outros. Aqui no Paraná o governo isentou os laticinios do ICMS. Bom para os laticinios, porque para o produtor não resolveu nada. No mercado o leite continua no mesmo preço, mas para o produtor é uma merreca.

Vamos todos abandonar esta coisa de louco, de doido mesmo e viva o refrigerante!
Helvecio Oliveira
HELVECIO OLIVEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 23/09/2008

Há uma questão de aritmética que está mal esclarecida. Se cada criança receber na escola um copo de leite por dia, será que nossa produção é suficiente para cobrir a demanda? Há uma questão política em evidência. E essa agora de leite em pó encalhado - dá pra acreditar? Onde é que está o trabalho dos exportadores?
O obvio só os profetas enxergam - já disse Nelson Rodrigues. A matéria do Airton nesta edição mostra que é só com seriedade e cooperativismo real que conseguiremos trabalhar a nosso favor.
Aroldo Augusto Martins
AROLDO AUGUSTO MARTINS

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/09/2008

Eu acredito que jogar a culpa só no governo é muito simples, fica claro que ha um cartel entre Industria e cooperativas, precisamos é tomar vergonha e mudar de atividade. Veja quanto você produtor tem de $ empatado na atividade e compare com qualquer outro negocio que vpcê parará de ser escravo dos laticinios.

Uma dose de pinga custa mas que 1lt de leite, uma coca de 2 lts custa $3,oo, uma garrafa de cerveja em média $3,oo; você acha que leite a $2,00 é caro?

Devemos é parar de produzir urgente. Greve geral por 30 dias, as coisas mudaria rapidamente.
ODORICO ALEXANDRE BARBOSA
ODORICO ALEXANDRE BARBOSA

FRANCA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/09/2008

Parece que o Sr. Rodrigo Alvim esta desconsiderando o pedido feito pela industria quando de reuniao em Sao Paulo, promovida pela Leite Brasil, quando ficou decidido que o valor de EGF para as empresas deveria subir de R$ 10 milhoes para R$ 50 milhoes. Este aumento de R$ 10 milhoes para R$ 15 milhoes nao resolve nada.

<b>Resposta ao leitor:</b>

Prezado Sr. Odorico,

A sugestão de elevar o valor do EGF de R$ 10 milhões para R$ 15 milhões veio do próprio setor industrial, na reunião da Câmara Setorial. A atual situação dos depósitos a vista (exigibilidade bancária), com o fim da CPMF e elevação da taxa de juros, restringiu a quantidade de recursos para os instrumentos de apoio a comercialização. Neste momento, a melhor estratégia é solicitar um valor negociável com o Ministério da Fazenda. Demandar a elevação para R$ 50 milhões não passa no Conselho Monetário Nacional.

Atenciosamente,

Marcelo Costa Martins
Assessor Técnico da CNA
jose rogério reis junqueira
JOSE ROGÉRIO REIS JUNQUEIRA

MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/09/2008

A situação da produção leiteira no País caminha para o desestímulo total dos produtores, pois se compararmos o preço pago pelo produto e os insumos é de assustar e de lagar de produzir um produto básico para a população.

Em levantamento executado pelo Diretor Comercial da Cooperativa dos Produtores de Leita de Volta Grande - MG, em compra direta baseado nos preços de Agosto de 2007 e Agosto de 2008, o Farelo de Amendoim subiu 44%, a Soja 21,5% o Refinazil 43,6%, o Caroço de Algodão 43,9%, o Fubá 36,3% e a Polpa Cítrica 51,9%. Em termos dos adubos, a Uréia aumentou em 70,13%, o Super Simples 79,89%, o 8-28-16 68,38%, o 4-14-8 59,13% e o 20-05-20 72,0%, enquanto o Leite houve um redução drástica de 39,0%. Como pode em um pais que quer se tornar um seleiro de produção de alimentos ocorrerem tais fatos?

O que está ocorrendo se não houver uma intervenção de governo (apesar de ser a favor de livre comércio) vai matar as galinhas de ovos de ouro em toda a atividade primária, que no ultimo ano a produção cresceu 6% em média no Brasil e no Estado de Minas 8,0%. Para nós conseguirmos sobreviver uma primeira alternativa é uma redução drástica principalmente nos Impostos diretos e indiretos voltados para esta atividade, para que haja uma redução nos preços finais para a população conseguir adquirir com um preço final mais justo.
Qual a sua dúvida hoje?