Pagamento por qualidade tem mais efeito que IN 51

De acordo com matéria publicada pela Clínica do Leite, da Esalq/USP, os dados apresentados durante o congresso do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL), realizado em 2006, em Goiânia, mostram que a qualidade do leite das regiões Sul e Sudeste do país se mantém a mesma um ano após a implantação da IN 51. Além disso, a mediana da CBT obtida em análises do leite de indústrias que pagam por qualidade é quase sete vezes menor que a mediana obtida no mesmo período do leite de outras indústrias.

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De acordo com artigo publicado no Boletim do Leite, pela Clínica do Leite, da Esalq/USP, os dados apresentados durante o congresso do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL), realizado em 2006, em Goiânia, mostram que a qualidade do leite das regiões Sul e Sudeste do país se mantém praticamente a mesma um ano após a implantação da Instrução Normativa 51 (IN 51), que entrou em vigor há quase dois anos.

Os dados de Contagem Bacteriana Total (CBT) são provenientes de mais de 180 laticínios ligados ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) e a média de CBT é de 460 mil ufc/ml.

Gráfico 1. Mediana da CBT em fazendas monitoradas pela Clínica do Leite - Esalq/USP.

Figura 1

Fonte: Clínica do Leite - Esalq/USP

No entanto, ao se considerar as indústrias que implantaram programas de pagamento por qualidade, os resultados mudam: a mediana da CBT obtida entre maio de 2006 e maio de 2007 dessas indústrias (11 empresas) foi de 93 mil ufc/ml, quase sete vezes menor que a mediana obtida no mesmo período do leite de outras indústrias (435 mil ufc/ml), que totalizaram 191 empresas, evidenciando um fator significativamente positivo para as empresas que adotaram este critério de pagamento.

Um dos fatores que explica esse fato é que o produtor, ao ser incentivado, melhora a qualidade ao longo do tempo buscando uma maior remuneração. Além disso, pode haver uma seleção e/ou migração daqueles que produzem com qualidade para as indústrias que valorizam esse requisito.

Boletim do Leite, adaptado por Equipe MilkPoint.
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Carlos Cesar Massambani
CARLOS CESAR MASSAMBANI

UMUARAMA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 30/07/2007

O principal fator em produzir leite com qualidade é conquistar o consumidor, pois este não confia no produto, tanto que ainda se encontra consumidores que fervem leite pasteurizado e até leite longa vida.

Seria inteligente por parte dos laticínios fazer a diferenciação do leite de boa qualidade (baixa CCS e baixa CBT) informando no rótulo do produto e também informando o consumidor sobre a diferença do leite bom, inclusive aumentando o seu prazo de validade.

Por um leite com melhor qualidade pode-se cobrar mais que o consumidor paga sem reclamar (qualidade faz a diferença) e o laticínio pode pagar mais ao produtor, contemplando assim seu trabalho.

Este acredito ser o melhor caminho para valorizar o produto e conquistar a pessoa mais importante de toda cadeia produtiva, o consumidor, que afinal de contas, se o brasileiro resolver beber um copo de leite a mais por dia, qual seria o volume do nosso consumo interno?

Carlos Cesar Massambani
Nutriphós - Umuarama PR
Marcos Koch Ortiz
MARCOS KOCH ORTIZ

CASTRO - PARANÁ

EM 27/07/2007

Sem dúvidas e/ou infelizmente o produtor só toma consciência da importância em se produzir com qualidade a partir do momento que o assunto reflete em sua renda adquirida pela sua produção.

O fato de a concorrência não seletivar e/ou criterizar seus fornecedores pela qualidade da matéria prima é um fator negativo para a cadeia, pois conforme comentado anteriormente pelo colega, a assédio é muito grande, e aquela indústria/cooperativa que tem o seu programa de qualidade se depara com a seguinte situação; ou o produtor encara sua propriedade e seus problemas e vai em busca da solução dos seus problemas ou ele tem como parceiro uma empresa que não está priorizando pela qualidade mas sim pelo volume, onde aí gera um novo ambiente: produtor, indústria e consumidor com problemas de qualidade.

Os resultados obtidos ao longo dos últimos anos que acompanhei do programa de pagamento por qualidade na região Sul do Paraná são fantásticos, e hoje nos permite transitar por longas distâncias com a matéria-prima sem sofrer com as perdas por questões da qualidade, considerando também que o produtor, uma vez tendo conhecimento da importância da qualidade não só para a indústria mas como benefício próprio para sua propriedade/rebanho, é irreversível a este fato (não tem volta).

Parabenizo a todos aqueles que vem se adaptando a esta nova política de comercialização, este é o nosso caminho e ele é irreversível.

No entanto vale a pena lembrar que o sistema de produção, a raça do animal não interfere de modo algum nos índices de qualidade do leite, principalmente o de CBT.

Marcos Koch - Coop. Castrolanda - Castro - PR.
Marcelino Mattiello
MARCELINO MATTIELLO

XAXIM - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/07/2007

O que se vê no momento atual de aumento de demanda, ao menos para região do oeste catarinense, é que os lacticínios não mais se preocupam com o pagamento por qualidade, mas querem aumentar a captação.

Isso é importante, sabemos que o valor é excepcional para a siatuação momentânea. Mas abramos os olhos (produtores+ técnicos + laticinistas) para o médio e longo prazo.
Ruyter Carlos da SILVA
RUYTER CARLOS DA SILVA

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/07/2007

Gostaria de saber se a intenção das indústrias é ter qualidade ou penalizar o produtor pela baixa qualidade. Não tem sentido que o resultado da análise de um mês só seja do conhecimento do interessado no dia 17 do mes subsequente e, se for ruim, penalize o produtor por 3 meses consecutivos.

O correto seria o produtor conhecer o resultado ruim que possa prejudicá-lo no preço, tão logo seja feita a análise, para que a assessoria técnica corrija o que estiver errado e a indústria volte a fazer nova análise, penalizando-o apenas no período em que a correção tenha sido feita.

Na forma como é feito o controle hoje, a qualidade é apenas para se fazer o redução do preço para o produtor.

Ruyter
João Marcos Guimarães
JOÃO MARCOS GUIMARÃES

CARRANCAS - MINAS GERAIS

EM 26/07/2007

Criar normas sem dar condições mínimas para o produtor de leite é uma atitude que produzirá resultados demorados. O produtor de leite precisa, primeiramente, de capital para investir, de tempo, boas estradas, juros baixos, menores taxas de impostos, insumos mais baratos.

A necessidade do laticínio de ter um produto que atenda a exigência, cada vez maior, do consumidor moderno, levará a um padrão de qualidade crescente e sólido. A ferramenta para isso é o pagamento por qualidade e a lei para isso se chama: lei da oferta e da procura. Quem oferecer produtor ruim sairá do mercado.


Eduardo Fonseca Portugal
EDUARDO FONSECA PORTUGAL

MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/07/2007

Boa tarde, são evidentes os benefícios do pagamento por qualidade! A questão é saber até que ponto conseguimos diferenciar o leite com deságio por qualidade neste período de falta de matéria-prima nas indústrias.

Vamos tomar por base o preço projetado pelo Conseleite nos últimos meses: nas reuniões com as principais indústrias de leite do estado (PR), temos constatado a dificuldade de penalizar o leite de qualidade inferior devido ao assédio constante de concorrentes que ainda não se conscientizaram da real necessidade de termos padrões de qualidade superior para num futuro próximo termos alternativas para ocupar espaço no mercado internacional.

Sendo assim, o que se comenta muitas vezes não é o que se pratica; e vejo com muita preocupação, quando ocorrer uma desaceleração dos preços, possivelmente as empresas (sem critérios na compra) que não tiverem um bom "mix de produtos", virão a penalizar os bons produtores devido a uma política voraz por qualquer matéria-prima!

Sds,

Portugal-Frimesa-PR.
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