Os produtores da Nova Zelândia, um país que já teve um dos setores de lácteos de maior crescimento, enfrentam dívidas pesadas e a possibilidade de novos regulamentos ambientais que podem indicar o fim do crescimento da produção de leite.
Um relatório recente do Foreign Agricultural Service (FAS) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) observa que, embora a produção de leite da Nova Zelândia tenha se mantido bastante estável desde 2015, quando o número de vacas provavelmente atingiu 5,02 milhões de cabeças, aumentar a produção do país no futuro é motivo de grande preocupação para a indústria de lácteos.
Caso seja aprovada, a legislação da Nova Zelândia para combater as mudanças climáticas exigirá zero emissões líquidas de carbono até 2050. Inicialmente, o plano de controle de emissões exigiria que a agricultura pagasse um imposto de carbono de 5% sobre suas emissões de metano. No entanto, com o tempo, seria necessário reduzir as emissões de metano de 24 a 47%, abaixo dos níveis de 2017.
Embora algumas medidas possam ser tomadas quanto a manejo, o decréscimo das emissões de metano provavelmente exigiria uma grande diminuição no número de vacas. Além disso, o país está propondo padrões nacionais de qualidade da água mais altos do que de outros governos regionais e já está implementando normas para limitar a descarga de nitrogênio, fosfato e patógenos nas vias navegáveis. Dois terços das vias navegáveis da Nova Zelândia são consideradas inseguras para nadar e 75% de seus peixes de água doce estão ameaçados, segundo alguns relatos.
Os custos para cumprir essas novas leis seriam altos e contínuos e "uma parte significativa das fazendas passarão a ter tantas dívidas que, mesmo com um pequeno aumento nas taxas de juros, se tornariam inviáveis", diz a FAS.
Com um suprimento amplamente estável de leite e o crescente número de processadores do país, as empresas têm competido cada vez mais agressivamente pela matéria-prima, mantendo o preço na fazenda alto. Também espera-se que as taxas de juros permaneçam baixas nos próximos dois anos, dando aos produtores a oportunidade de quitar dívidas a baixo custo. Com a produção anual do país em 2018/2019 por vaca de apenas 4384 quilos de leite, a Nova Zelândia ainda não explorou completamente o potencial de seu rebanho.
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As informações são do Portal Lechero, traduzidas pelo MilkPoint.