NZ: Fonterra será afetada por subsídios da UE

A maior indústria exportadora de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, será afetada com a decisão da União Européia (UE) de retomar os subsídios de exportação ao setor de lácteos (<a href="http://www.milkpoint.com.br/?noticiaID=50993&actA=7&areaID=50&secaoID=165" target="_Blank"><u>Leia matéria relacionada</u></a>). A retomada dos subsídios foi uma reação à crise mundial de créditos, mas os negociadores comerciais neozelandeses estão considerando isso como um passo para trás.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 1 minuto de leitura

Ícone para ver comentários 3
Ícone para curtir artigo 0

A maior indústria exportadora de lácteos da Nova Zelândia, Fonterra, será afetada com a decisão da União Européia (UE) de retomar os subsídios de exportação ao setor de lácteos (Leia matéria relacionada). A retomada dos subsídios foi uma reação à crise mundial de créditos, mas os negociadores comerciais neozelandeses estão considerando isso como um passo para trás.

"Isso é muito negativo, é como voltar atrás aos antigos e maus dias em que os exportadores subsidiados cuidavam primeiro de seus produtores, às custas dos nossos", disse o diretor comercial global da Fonterra, Kelvin Wickham.

A UE não divulgou detalhes específicos sobre os subsídios de exportação que serão aplicados na próxima semana para manteiga, queijos e leite em pó, de forma que é impossível saber o que isso significará para os produtores neozelandeses.

"Muitos produtores de leite estão agora sob pressão à medida que os preços dos lácteos estão vindo de picos, caindo de 40% a 50%", disse o ministro do Comércio da Nova Zelândia, Tim Groser. Ele rejeitou as sugestões européias de que os subsídios são parcialmente uma resposta ao fato da Fonterra ter se livrado de seus excedentes, forçando os preços para baixo. Ele disse que a Nova Zelândia compete através de sua força competitiva, "e não com subsídios".

A Fonterra também está preocupada que outros países possam seguir o exemplo europeu nesta medida protecionista. "Estamos preocupados que outros exportadores, como por exemplo os Estados Unidos, decidam também introduzir regimes de subsídios e isso irá novamente pressionar o mercado global e atrasar qualquer recuperação", disse Wickham.

Groser disse que tentará obter suporte contra os subsídios da Europa quando se reunir com outros ministros do Comércio na Suíça no final do mês. No entanto, o grande medo agora é que isso acabe desacelerando o progresso em um acordo comercial global para abolir completamente os subsídios de exportação.

A reportagem é do Tvnz.co.nz, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 3
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Francisco José Lombardi
FRANCISCO JOSÉ LOMBARDI

ITAPETININGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/01/2009

Diante deste cenário dos últimos meses, parece que estamos caminhando para o "salve-se quem puder". Mais uma vez a conta fica para o produtor, principalmente o brasileiro. Concordo plenamente com o colega Lucas quando exemplifica o preço do leite ao consumidor final. Mas o que mais me surpreende são os preços praticados pela rede varejista com relação aos "queijos", e não me refiro aos considerados finos, pois estes realmente só podem ser consumidos pela classe A (com valores médios em torno de R$ 35,00/KG). Refiro-me aos queijos ditos comuns: frescal (R$ 15,00/KG) , minas 1/2 cura, curado, provolone etc. (R$ 20,00/KG).

Todos sabemos quanto se gasta de leite de bom padrão para se produzir 1 kg de queijo, seja ele de que tipo for. Aí, não precisa ser ´expert´ em finanças para se deduzir as margens. Como os milhões de brasileiros, a exemplo dos europeus, poderão um dia começar a consumi-los? Muita coisa ainda deverá ser mudada (sempre acreditamos nisso), mas tem gente, e não são poucos, mamando na teta, mas não da vaca e sim do Produtor.

Reproduzo aqui um próverbio irlandês: "A hora mais escura é a que precede o amanhecer". O amanhecer, felizmente, não pode ser tirado do produtor.
OTAVIO A C FARIAS
OTAVIO A C FARIAS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 20/01/2009

Senhores Leitores,

A volta dos subsidios era tema controverso e vinha sendo discutido desde o 2º semestre de 2008 entre os agentes do mercado, Comissão Européia, entidades das classes Europeias do setor, etc. O desespero iniciou sobretudo em Outubro, quando industrias já perdiam mais de 1 mil Euros por ton de leite em pó produzido.

A queda vertiginosa dos preços acendeu uma forte luz sobre a possibilidade de restabelecimento dos subsidios, o que muitos preferiam nem considerar (ou talvez fingissem ignorar), tanto industriais europeus como traders do mercado na UE e mercado mundial.
É sim um retrocesso no comercio internacional dos lácteos. Cria-se um ambiente artificial onde industrias e produtores na UE produzem anestesiados pelo suporte multibilionario das subvenções e assim seguem criando excedentes que nao tem para onde destinar. Ao inves disso, a UE (agora 27 países) deveria (conforme já proposto e tambem discutido exaustivamente) focar em seus enormes mercados locais.

A euforia nos anos 2006/2007/2008 fez subsidios desaparecerem em Junho de 2007. Mas, já naquela epoca, quem leu bem as entrelinhas tomou conhecimento de que os subsidios poderiam voltar, quando e se necessario. A crise economica e financeira mundial por si só cria dificuldades, sentidas em toda parte todos os dias, também por nós agentes da area internacional do setor de leite, devido a falta de demanda, falta de credito, etc.

Se por um lado a crise leva à subvenção na UE e nos Estados Unidos (onde também foram reativados instrumentos de suporte, estoques de intervenção e programas de exportação subsidiados), a resposta poderá ser protecionismo. Estas são 2 questões (protecionismo e subsidios) que se tentou resolver nas negociações da Rodada de Doha da OMC.

Saudações,
Otavio A. C. de Farias
L.  Ferreira de Aguiar
L. FERREIRA DE AGUIAR

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/01/2009

O rolo compressor está assustado. Faz o jogo dos donos do mercado, a rede varejista, e agora está amedrontada com a atitude dos países do primeiro mundo que foram obrigados a voltar a dar subsidio a seus produtores. Isso é ruim porque prejudica os países onde não há vontade política ou condições econômicas de fazer o mesmo. Mas devia servir de exemplo para o governo brasileiro, pois a muito o produtor daqui não cobra subsídios, mas sim medidas de proteção contra os monopólios e cartéis aqui instalados, que insistem em deixar todo o lucro no final da cadeia produtiva. Mesmo vendo os produtores serem obrigados a trabalhar com prejuízo.

Não é justo ver o produtor receber R$ 0,57 por litro de leite e o consumidor pagar R$ 1,80 pelo mesmo produto nos supermercados. Que esse fato sirva para alertar os responsáveis pelo setor no Brasil.

L. Aguiar
Qual a sua dúvida hoje?