Nova Zelândia: desafios, mesmo com mercado favorável
Com a inflação dos alimentos provocando protestos do Egito à Indonésia, fica evidente que o mundo precisa aumentar a produção. Mas a situação da Nova Zelândia é um bom exemplo de como essa reação pode ser lenta demais. A Nova Zelândia é a Arábia Saudita do leite. O país é o maior exportador mundial de laticínios. Com o crescimento da demanda mundial, uma cooperativa que vende a maior parte do leite do país tentou captar US$ 1 bilhão ou mais de investidores externos para expandir a produção.
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Há ainda outros entraves. A Nova Zelândia é o maior exportador mundial de laticínios. Com o crescimento da demanda mundial, a Fonterra, cooperativa que vende a maior parte do leite do país, vem estruturando um plano de abertura de capital para captar US$ 1 bilhão ou mais de investidores externos para expandir a produção.
Para isso, ela precisa do consentimento de 75% dos 11.000 produtores de leite cooperados. Satisfeitos com a estrutura da cooperativa e temerosos de dar a investidores externos influência em suas decisões, os produtores até agora bloquearam o plano. "Os fazendeiros não construíram isso aqui do nada só para jogar tudo fora da noite para o dia", diz Frank Brenmuhl, presidente da divisão de laticínios do principal sindicato de produtores rurais do país.
A Nova Zelândia não tem muitas das pressões que motivam os governos a manter pequenas as propriedades agrícolas - mas o investimento e o potencial de expansão são limitados mesmo assim.
A água abundante e os enormes pastos fazem da Nova Zelândia um país ideal para a pecuária. Os pecuaristas de leite do cinturão da manteiga do país formaram a Fonterra em 2001, com a fusão de suas principais cooperativas de laticínio, com o objetivo de aumentar seu prestígio nos mercados internacionais. Cerca de 95% dos pecuaristas de leite da Nova Zelândia são membros. Para aderir, eles compram cotas da cooperativa e concordam em vender a ela o leite.
A receita da cooperativa superou os US$ 10 bilhões no ano passado e deve aumentar em 2008 porque os preços dos laticínios dobraram em alguns casos nos últimos 18 meses.
Uma alternativa é a produção em outros países com boas condições de produção e mercados crescentes. A Fonterra já investiu em duas fazendas experimentais e uma empresa de distribuição no Chile e está desenvolvendo uma fazenda com 3.000 cabeças de gado na China com um parceiro local. Para isso, é necessário capital externo. Henry van der Heyden, presidente da cooperativa, anunciou o plano de abertura de capital em novembro. Ele disse que essa era a única maneira de se alcançar a meta de crescimento. Depois da venda de ações, os membros da Fonterra ainda teriam cerca de 80%.
Mas alguns produtores questionaram a capacidade da cooperativa de produzir de maneira rentável em outros países. Eles temem que investidores externos os pressionem a aceitar preços menores pelo leite, para gerar caixa e pagar dividendos. A oposição foi tão forte que em fevereiro a cooperativa cancelou um referendo sobre o plano. Com Informações do Wall Street Journal.
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PINHEIROS - ESPÍRITO SANTO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
EM 13/05/2008
Como o Wolf disse, temos tecnologia para expotar, para a Nova Zelândia ou qualquer país. O que realmente falta ao Brasil é politica de produção. Por exemplo: os governos chamam assentamento e sem terra de, "reforma agrária", eu as chamo de favelarização rural. Se tivéssemos uma política de reforma agrária acompanhada tecnicamente, dentro de quatro ou cinco anos já seríamos com certeza o maior e melhor produtor de leite do mundo. Só para terem uma idéia do que estou falando, nós conseguiríamos triplicar nossa produção, só com a melhora da alimentação dos nossos animais, sem ser feito nada geneticamente falando. Portanto não conhecemos nossos animais.
Moacy Guilherme Botelho Coelho

CURITIBA - PARANÁ - EMPRESÁRIO
EM 10/05/2008
CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO
EM 09/05/2008
A Nova Zelândia tem um sistema sustentável em todos os aspectos há várias décadas. Ocorre que só tem lucro realmente com a atividade aqueles de 250 ou mais vacas em lactação. Como o preço médio da terra nas zonas produtoras de leite gira em torno de NZ$ 49.000/ha (e num momento desses ninguém vende) e o ganho histórico em produtividade é de 3,5% ao ano, só lhes resta buscar produzir fora do país. É isso que explica os investimentos da NZ não só nos países mencionados, mas também Uruguai e Brasil.
Vive quase 7 anos lá (entre mestrado e depois doutorado) e hoje posso afirmar sem medo de errar que em breve estaremos superando a NZ tanto em produtividade por hectare como rentabilidade da atividade. Nova Zelândia pesquisa aqui no sul onde já estamos.