O Nossa Comunidade desse mês foi gravado durante o 2º Simpósio Internacional Leite Integral com a participação do José Renato Chiari da Fazenda São Caetano de Morrinhos/GO. José Renato foi palestrante do 2º Simpósio Internacional Leite Integral e ministrou o tema "Como aumentar o conforto de vacas mantidas em pastagens". Também estará presente como palestrante durante o Interleite Brasil, que será realizado em Uberlândia entre os dias 11 e 13 de setembro de 2012, com o tema "Inovação na produção de leite como fonte de competitividade - o exemplo da Fazenda São Caetano".



Filho de produtor rural do interior de São Paulo, fez medicina veterinária na UNESP de Jaboticabal. Graduou-se em 1984 e começou a trabalhar como autônomo, prestando consultoria em várias fazendas no interior paulista, inclusive na Agrindus que, segundo ele, foi a sua grande escola. E em 1987, criou em parceria com dois colegas, um modelo de consultoria com equipe multidisciplinar, a SAMVET (Serviço de Assistência Veterinária), que atendia as maiores fazendas produtoras de leite da época. Em 2001, desfez a sociedade ficando com o Laboratório de Embriões, mudou-se para Goiás e começou sua produção de leite na Fazenda São Caetano.

Hoje é proprietário de duas unidades, uma com sistema de produção em confinamento (free stall) e a outra em sistema a pasto.


Sempre preocupado com estresse térmico, José Renato investiu no conforto de seu rebanho. Possui duas áreas de 17 hectares cada que são alternadas com sistemas móveis de aspersão e sombra. Está atento a outros fatores como distância que a vaca precisa percorrer, posicionamento dos bebedouros e qualidade do piso para evitar a formação de barro no caminho até a ordenha.


Hoje produz no sistema confinado 2500L/dia com 100 vacas em lactação e no sistema a pasto produz 4000L/dia com 200 animais.

A curiosidade o fez testar a viabilidade de produção de leite em pivô, para saber se era possível ter lucratividade utilizando gado a pasto e resolveu atuar no sistema de irrigação. Além disso, queria ter uma vitrine para auxiliar seus clientes do laboratório de embriões na escolha do melhor material genético para o sistema de manejo adequado às necessidades de cada um.

Quando questionado sobre a rentabilidade dos dois sistemas, José Renato disse que nos dias atuais a produção a pasto está melhor do que o confinamento, mas que essa comparação não é muito justa, visto que no sistema confinado o número de animais está menor e o custo da mão de mão de obra não é diluído. Na produção a pasto já é o contrário, tem pouca gente trabalhando com um número maior de animais. O efeito mão-de-obra tem um impacto grande na eficiência econômica.

E para auxiliar nos novos desafios, José Renato utilizou a plataforma de cursos online MilkPoint para aprimorar seus conhecimentos.

José Renato acredita que o relacionamento produtor-indústria vem melhorando, com a construção de parcerias entre as partes. E coloca como um dos pontos importantes para o desenvolvimento do setor a falta de informação, tanto para os produtores quanto para os técnicos, para que haja redução de custos e aumente a eficiência. E não deixa de lado a preocupação com um problema que hoje é recorrente na atividade: a mão-de-obra.

Como dica de sucesso, enfatiza que cada propriedade é única e que tanto os técnicos quanto os proprietários têm que analisar a melhor forma de explorar determinada fazenda leiteira e que deve haver um planejamento específico para ser explorada.

Alguma informações foram retiradas da reportagem do Nossa História feita pela Revista Leite Integral da edição de fevereiro de 2012. Para ler a matéria na íntegra Clique aqui.