Multinacionais tem projetos para classe de baixa renda

Multinacionais como Nestlé, Unilever e Avon estão utilizando a estratégia de realizar projetos sociais e culturais em localidades pobres na tentativa de se aproximar dos consumidores de menor poder aquisitivo.

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Multinacionais como Nestlé, Unilever e Avon estão utilizando a estratégia de realizar projetos sociais e culturais em localidades pobres na tentativa de se aproximar dos consumidores de menor poder aquisitivo.

Na sexta-feira, a empresa de alimentos Nestlé iniciou um projeto em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, que vai levar atividades culturais a 18 municípios em sete Estados nordestinos. Em paralelo, a empresa firmou uma parceria com o Sebrae para oferecer treinamento em gestão de negócios para pequenos comerciantes.

"Nossos objetivos são aprimorar os laços com o Nordeste e fortalecer o pequeno varejo, que é o grande motor da economia nessas localidades", diz Izael Sinem, diretor de comunicação e serviços de marketing da Nestlé. A reboque, a companhia espera aumentar as vendas nessas regiões.

Segundo o executivo, produtos como o leite em pó tem grande penetração no Nordeste - "cerca de 90% dos lares nordestinos usam o produto". Mas a companhia quer aumentar a presença de produtos como cereais, biscoitos e farinha láctea na região, e as parcerias com pequenos comerciantes devem ajudar.

A gigante Unilever concluiu no final de 2008 um programa social no município de Araçoiaba (PE), a 67 quilômetros de Recife. Durante três anos e com um investimento de R$ 4 milhões, a companhia se uniu à prefeitura e lideranças locais para melhorar as condições da cidade, por meio de iniciativas de apoio à economia local.

Segundo um estudo feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no município, o projeto da multinacional ajudou a incentivar o desenvolvimento da economia da cidade, como as cadeias produtivas do urucum e do artesanato. Somado ao efeito de projetos governamentais, as ações trouxeram melhoria de renda para a população - no final de 2008, 49% da população tinha rendimento entre um e dois salários mínimos. Há três anos, 28% estavam nessa faixa.

No atual contexto de crise, as empresas tendem a priorizar projetos sociais que tragam resultados tanto comerciais quanto de reputação. "O investimento social já faz parte da cultura das empresas no Brasil, e mesmo num contexto de crise, ele deve ser mantido, desde que dê resultado", diz Fernando Rossetti, diretor executivo do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife).

A matéria é de Andrea Vialli, publicada no jornal O Estado de SP, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Sálvio Andrade Fincatto
SÁLVIO ANDRADE FINCATTO

GOIÂNIA - GOIÁS

EM 21/01/2009

Para a estratégia funcionar, é importante comunicar à gigantesca massa de consumidores mais populares que esses produtos e preços existem, pois até pouco tempo atrás, tentava convencer os anunciantes de que investir nessa camada da população dava lucro, mas agora, os clientes se conscientizaram de que, para crescer, devem investir nas classes C, D e E.

Essa "conscientização" tem uma boa explicação. No início do Plano Real, a parcela mais pobre dos brasileiros ganhou poder de compra e começou a consumir. No entanto, surgiram as "marcas-tubaína" - as imitações, os chineses e o contrabando. As multinacionais, então, acabaram perdendo mercado. Em 2002, um estudo do banco Goldman Sachs apontou Brasil, Rússia, Índia e China como as grandes economias globais do futuro. Bastou para que as matrizes das multinacionais passassem a pressionar as filiais por melhores resultados. Isso é muito bom, pois gera mais emprego para os brasileiros.

Sálvio Andrade Fincatto
Engenheiro Agrônomo
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