Muçarela de búfala brasileira terá selo de pureza

Com a produção em elevação, incluindo as pequenas propriedades, a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB) estima que, atualmente, a produção de leite de búfalas cresça 30% ao ano. A alavanca é a crescente demanda pela muçarela, sem contar o menor custo de produção e a melhor remuneração pelo leite bubalino. O único porém do setor é a fraude de queijos e derivados.

"Boa parte das muçarelas de leite de búfala que está no mercado é misturada com leite de vaca. Em algumas análises chegamos a constatar produtos com até 70% de leite de vaca e 30% de leite de búfala", disse a criadora Maria Cecília de Almeida Prado, que também é coordenadora do Selo de Pureza, um projeto criado pela ABCB para diferenciar os produtos legítimos.

Segundo reportagem de Niza Souza, do jornal O Estado de S.Paulo, para o consumidor é difícil detectar se o queijo é produzido com 100% de leite de búfala. A muçarela de búfala é mais branca e o leite de vaca a deixa amarelada, mas os fabricantes usam alguns produtos para branqueá-la. A textura também é diferente, a de búfala é mais macia e o sabor mais suave. "Mas quem não conhece bem não consegue distinguir", disse Maria Cecília.

Daí a importância do selo. Para ter o selo de pureza - 100% búfalo, o criador precisa ser associado da ABCB. Conforme Maria Cecília, o criador paga uma 'jóia' para se associar e depois uma taxa mensal para manter o selo, que hoje é de R$ 0,02 por litro de leite processado. A entidade mantém um grupo técnico encarregado de controlar as visitas aos laticínios associados e fazer análises para confirmação da pureza.

Atualmente, nove laticínios têm o selo de pureza, sete em São Paulo, um em Minas e outro no Rio Grande do Norte. Segundo dados da ABCB, a industrialização do leite de búfala nos laticínios que aderiram ao selo cresceu mais de 30%.

Os dicionários da Língua Portuguesa esclarecem que a grafia correta da palavra italiana muzzarella em português é muçarela, e não mussarela, como o habitual.