Ele não revelou valores, mas ressaltou que será difícil conseguir qualquer montante adicional em razão do momento fiscal complicado do país.
“Vivemos um momento importante de responsabilidade na questão fiscal, o que limita mais ainda que os recursos sejam um pouco maiores. Só de recursos para investimentos, quase R$ 60 bilhões, estamos praticamente esgotados e estamos apenas começando a safra. Estamos tentando aumentar um pouco, mas sabemos que o governo tem dificuldade”, disse durante uma videoconferência hoje.
O BNDES informou que vai reabrir a linha de financiamento de máquinas e equipamentos agrícola Moderfrota, suspensa recentemente, com R$ 740 milhões, além de reforçar linha própria para investimentos. O Banco do Brasil também anunciou um reforço de R$ 1 bilhão para a compra de maquinários essa semana.
Montes afirmou que a falta de recursos é um limitador do crescimento do agronegócio e admitiu que o crédito rural oficial deve voltar a diminuir, após aumento de volume total, em torno de 6% esse ano, e de equalização, com R$ 1,5 bilhão a mais na safra 2020/21. "Plano Safra a cada ano vai ser mais arrefecido, não é papel do governo. Nos cabe ir no caminho de buscar captação do mercado. Existe uma quantidade de recursos espalhados pelo mundo a taxas de juros baixíssimas e nosso setor pode proporcionar retorno de rentabilidade em percentual muito acima dos investimentos que estão sendo colocados hoje", acrescentou.
As declarações foram feitas durante evento online com a Climate Bond Initiative (CBI), para apresentação dos critérios para certificação de títulos verdes, os green bonds, para financiamento do agronegócio no Brasil. "Quase tudo pode ser investimento verde e isso nos anima mais. É um instrumento para nos firmamos na questão que queremos mostrar ao mundo que é a nossa sustentabilidade, vai dar um discurso forte que é o que precisamos lá fora", concluiu.
As informações são do Valor Econômico.